Os meus olhos são a luz que ilumina a minha mente, eles guardam as imagens da minha vida e o que viram terá de ser relatado. Se não o fizer não faz sentido a minha existência, escreverei no papel com a luz dos meus olhos e no fim cegarei em paz.
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
domingo, 27 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Se nua!
Se nua!
Por cada peça tirada, solto
um sorriso em sofrimento
Perco a lucidez
Desaperto a robustez
E agarro com tenazes a
ansiedade do momento
Por cada olhar por ti acima,
sou mártir dessa tua delícia
Cruzo as pernas
Olho montes, ondulações e
cavernas
E agarro amedrontado pelo
desejo de um coração sem malícia
Por cada suspiro, incha-me a
boca com a tua
Não consigo parar…
Só consigo amar…
E agarro tacteando toda a
hipótese de seres minha… Nua
Por cada peça tirada… Quero…
Peço… Vou…
Abro a boca sequiosa
Suado pelo amor de uma rosa
Que agarrada e se sente
amada, pelo homem que sou
José Alberto Sá
terça-feira, 1 de setembro de 2015
É por ti!
É por ti!
É por ti!
E é em amor que digo: Sem ti quem
eu seria!
Os braços de pele de cereja
estremecem comigo
O coração acelera e os corpos…
O teu corpo e o meu se amam
no mesmo abrigo
É por ti!
E é em amor que digo: Sem ti
eu morreria!
O tempo passa e faz brilhar o
meu olhar
Meus olhos te recebem e te
amam
E cada lágrima que derramam
É de amor e felicidade por te
amar
É por ti!
E é em amor que digo: Sem ti
nada poderia!
O beijo que amarra o nosso
salivar, é doce mel
E os lábios que dançam,
jamais se cansam
E é por ti que digo: Como te
amo!
Amo igual ao que escrevo no
papel
E as palavras que dormem são
harmonia,
nas estrelas e na lua que abraçam
É por ti!
E é em amor que digo: Sem ti
por onde eu ia!
Ia por esse mundo agressor
E por ti…
Digo: Ponho-te sobre tudo,
sobre a noite, sobre o dia
Como em tudo e com amor, Deus
me soube pôr
É por ti!
José Alberto Sá
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Já nada!
Já nada!
Já nada do que escrevo é meu,
já nada do que planto cresce para mim, já nada do que penso se faz obra, já nada
é tudo, num tudo que sobra, sem que algo tenha produzido!
Já nada me faz sorrir quando
o tempo chora, já nada me faz correr na procura da multidão… Já nada é tudo, se
tudo é cansaço do nada já feito.
Quando o já feito é sim ou
não!
… Pudera eu alterar e nada
faria diferente!
… Pudera eu rabiscar e tudo
seria igual ao já feito!
… Pudera eu amar mais um
pouco e tudo seria muito mais do que até aqui!
… Pudera eu levar e nada
carregaria de novo em meus braços!
… Pudera eu gritar sim e o
não seria a negação do resto!
Já nada do que escrevo é meu!
Já nada!
Nada!
Já nada de mim respeita a
mentira, já nada do que transformo se nega à existência, já nada que os meus
olhos vêm é verdade, pois a íris por vezes se engana, já nada me levanta a
cabeça se durmo num sonho doce, já nada me altera, já nada…
Fosse quem fosse…
Pois já nada do que escrevo é
meu!
Já nada!
Nada!
José Alberto Sá
sábado, 29 de agosto de 2015
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Verbo pulsar
Verbo
pulsar
Normal
é a cópula, natural é o consumar
Normal
é o beijo, com sabor a campo
E
o prado é outro amado
Do
verbo amar… E tanto…
Normal
é a cópula, natural é o gostar
Normal
é o abraço, na quentura do manto
E
o cobertor do amor é o outro calor
De
um sol estrelar… E tanto…
Normal
é a relação, a magia copular
Normal
é o toque, a língua em pranto
E
o gemido do outro lado
Do
verbo gritar… E tanto…
Normal
é a relação, o dedo a deslizar
Normal
é o pensamento, o desejo de um santo
E
o sentir a boca a sorrir
Num
verbo que canta e sabe dançar… E tanto…
Normal
é a cópula, natural é a relação
Normal
é o sonho, a mulher encanto
E
o ouvir poesia, amar em qualquer dia
Do
verbo que vive no coração!
O
verbo pulsar… E tanto…
Tanto
amor para dar…
José
Alberto Sá
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Beija-me daí...
Beija-me
daí…
Que
o amor seguinte não interrompa o amor de agora
Que
o amor de outrora seja sucessivamente, amor sem demora
Que
me saiba interceptar os desejos
Os
fluxos contínuos, como contínuos são meus beijos
Que
a arte evolua ao mesmo ritmo que a vontade
Que
o amor seja, eterno, puro e sem idade
Beija-me
daí…
Que
o fantasma que vejo pela noite me apareça de novo
Que
a sombra que caminha seja tua
Que
os gemidos sejam parecidos, com a voz do povo
Os
gritos surdos e o agarrar, seja de pele nua
Que
a coroa de rainha te faça corar, depois de coroada
Que
o cansaço seja do amor, de uma vida sempre amada
Beija-me
daí…
Que
eu daqui, já te beijei, porque te amo…
José
Alberto Sá
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Desejo sentir-te...
Desejo-te
sentir…
Nunca
te conto o que sonho…
Nunca
te digo o que desejo, pois ele é superior ao escuro do meu quarto… Superior ao
negro dos meus olhos quando os fecho, superior ao desejo de poder voar e
desejar-te sentir.
Nunca
te conto nesta vontade de sentir o que vejo, sem ver… O que desejo no sonho, o
que toco sem tocar…
Também
nunca me perguntas o que sonho, nem tão pouco me olhas nos olhos e me beijas…
Sabes
que o diálogo do meu dormir é viver sonhando, é viver e aprender como tocar o
céu vestido de gemidos e sentires capazes de me fazerem corar ao acordar.
Nunca
te conto, mesmo quando dormes longe de mim, mesmo quando o mar é uma espuma
branca e suave… Mesmo quando me apetece romper o segredo.
Mesmo
quando os dedos te desejam tatuar… Nunca sabes que te desejo. Nunca me
perguntas e eu nunca te conto…
Tu
sabes que te desejo, agora só preciso acordar e ter-te a meu lado. Nunca te
conto quando durmo sozinho… Pergunta-me?
Pois…
Se me perguntasses era sinal de que te tinha.
Nunca
te conto e hoje nesta louca excepção te digo: Desejo sentir-te, quando vieres…
José
Alberto Sá
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Um corpo fora de mim
Um
corpo fora de mim
É
o corpo, é o corpo!
É
a obra que me cativa o desejo
É
o acto
É
o sopro
É
o beijo
É
o trato
É
o corpo, é o corpo!
É
a excelência da criação
É
o amor
Flores
de um horto
É
paixão
É
calor
É
o corpo, é o corpo!
É
a essência da forma humana
É
espécie corporal
Cálice
do porto
É
chama
É fenomenal
É
o corpo, é o corpo!
É
a loucura do meu sim
Mulher
verdade e prazer
É
corpo, é corpo dentro de mim…
É
corpo que acontece, num corpo a acontecer
José
Alberto Sá
terça-feira, 7 de julho de 2015
Há quem...
Há quem…
Eu sei que no mundo há quem
faça…
Há quem viva
Há quem lute
Há riqueza… Há desgraça
Eu sei que no mundo há quem
diga…
Há quem mate
Há quem esfole
E é cantiga!
Eu sei que no mundo há
loucura…
Há quem grite
Há quem fale
Há quem de tudo, tenha nada
Milho rei… Espiga debulhada
Há quem guerra… Há quem
fadiga
Há quem cale
E é cantiga!
José Alberto Sá
domingo, 5 de julho de 2015
Tu? Caminhas por aí?
Tu?
Caminhas por aí?
Não
sei caminhar pelo alcatrão moderno… Tenho saudades das pedrinhas que magoavam
os meus pés.
Hoje
os sapatos deslizam empenhados em aumentar o stress da vida…
O
cérebro sente o cheiro a alcatrão, está viciado!
Tenho
saudades das pedras da calçada… Estou farto desta droga…
Da
inoperância dos que caminham sem sentir o chão…
Tenho
saudades dos caminhos de pedras puras e limpas.
Os
meninos, já não brincam na terra por onde o trânsito não se fazia, os meninos
hoje são adultos num trânsito de bocas felizes, algumas por caminharem
maldizendo… Outras não sendo, pensam que são, que são caminho!
Tenho
saudades do tempo onde a lama cheirava a terra, hoje a lama se sente
putrefacta… Não sei caminhar pelo alcatrão moderno…
O
mundo caminha sem direcção… Total inquietação!
Não
sei onde me encontro e tenho saudades das pedras limpas e puras.
O
meu cérebro já sente a ausência do cheiro da terra.
Pobres
dos que caminham no alcatrão moderno e não olham a terra dos que pisam a necessidade…
Que
terra!
Que
mundo!
Que
povo!
Que
raça!
Que
porcaria de estradas sem direcção!
Tenho
saudades dos caminhos trilhados, mas ainda mais saudades dos caminhos de terra
e lama pura… Não tenho saudades da glória, sem vitória, sem história, sem memória
de um caminho somente sonhado…
Caminho
pela exactidão dos neurónios aflitos do meu cérebro… Caminho… Sem saber
caminhar pelo alcatrão moderno…
Tenho
saudades…
José
Alberto Sá
Mente sem se(mente), que mente
Mente sem se (mente), that mente
Sem cansaço da Minha simplicidade, olho o espelho e revejo-me mil vezes sem Conta, sem Conta-me Vejo sempre igual.
Os Olhos Cansados Olham o brilho da lágrima, Por se verem incompreendidos.
A boca seca ESTÁ cansada, Pela angustia de Nao sabre Parar e de Nao Conseguir Chegar ...
O Rosto cansado, enrugado, reflecte-se no espelho que me Mostra hum Ser bom e POR vezes perdido.
Como Mãos cansadas teclam nenhuma moderno ser, sempre na Vontade de that o espelho NÃO se parta ... Em desabafo ...
Tento POR vezes deixar de ser, O Que Querem Que Eu SEJA ... O meu espelho NÃO SE embacia, continua a espelhar hum sol that Só Alguns sentem, Só Alguns veem, Uma luz Que vive no interior meu, vinda de um amor exterior.
Nao tenho Espaços medíocres não meu espelho, nao tenho visões Superiores, Inferiores NEM, não meu espelho o Nível de e doce. Por vezes oiço Uma voz grita that de Baixo Nível e Baixo Nível ... Ao Perdoo Esse eco de voz de Alguém, Que Já NÃO se ve, Que Já Não Tem espelho, that Já NÃO vive, that SOMENTE PENSA em si ... Pensa Estar não Máximo ... NÃO EXISTE Máximo!
Sem cansaço da Minha simplicidade, amo o espelho da vida, de todos, de Tudo, n'uma Igualdade sem limites ... Tudo Isto sem espelho Onde Vejo o meu Rosto ... Cansado mas feliz ... Os Olhos Cansados e POR vezes incompreendidos ... Amam ... Os Meus ...
A boca Minha ... O meu Rosto ... Reflectido num espelho de amor.
José Alberto Sá
domingo, 21 de junho de 2015
Verdade
Verdade
Que
a verdade seja dita, contigo amor, comigo flor… Acredita!
Que
a verdade seja dita…
Que
esse teu olhar, quando voltar… Irá brilhar e se saciar junto do meu…
Apenas
o coração irá pulsar, os olhos não se saberão desviar e o sorriso saberá
partilhar.
Que
a verdade seja aquele amor, que olhas na procura, que seja de nossa loucura a
vontade da mistura, de duas estrelas que encontrei… No meu e teu olhar…
José
Alberto Sá
Quimera
Quimera
A
minha quimera, aquela de flores brancas, aquela que busca um amor que existe
dentro de mim… A mesma quimera de flores tristes, de flores de amor, que busca
uma semente, que busca a felicidade, que existe no meu jardim…
E
esta quimera…
Que
nua se mistura com o sol, aquele soberbo astro, que me avisa da louca
perseguição, do louco coração de uma quimera… Que luta por mim…
E
esta quimera de flores vermelhas, de pescoço esguio, que se mistura com o sol,
aquele reluzente astro, que mata o frio e me faz esquecer o mal…
Oh
quimera de flores, que não me deixas ir embora, quimera mulher, que ama o sol
deste belo amor, que passa e não passa, o agora…
Esta
quimera de flores pastel, que busca a lembrança, aquela vontade se vier, uma
quimera com sabor a mel… Mas se não der…
O
sol saberá quem te lê e o meu jardim saberá quem te acolhe… Saberá do desejo de
quem te vê… De quem te abraça…
Quimera!
O amor não escolhe…
José
Alberto Sá
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Eu vivo
Eu
vivo
O chão
não caminha!
E
nele assisto ao fenómeno do tempo,
que
nu me convida sem saber se vou.
Talvez
vá, talvez irei…
Talvez,
ainda não sei!
Pois
é este o caminho que me faz existir,
limitando-me
a um despertar de admiração
ou
a um inconsciente gosto de olhar o chão,
que
não caminha!
O
corpo ondula,
os
pés serpenteiam no alcatrão,
a
terra se rompe, a areia se mistura,
o
pó se evapora e sol, que alimenta a natura…
Se
faz ao chão e tudo ilumina, tudo devora…
O
corpo ondula na sombra,
as
mãos tocam, os lábios beijam…
O
sol ilumina e fertiliza o chão que não caminha!
E
as sombras dançam…
Pela
graça sinto-me artista,
completo-me
neste mesmo chão
e
quero que o meu retrato não mude de direcção,
que
viva,
que
ande,
que
corra…
E
o chão que não caminhe
ou
que somente me veja caminhar…
Como
se eu fosse um objecto,
que
se faz de pó, de terra,
de
matéria,
mas
eu… Neste chão sem alegria!
Sou
caminho que vive e anda,
num
chão que não caminha…
Que
me faz ser amor, ser sentimento…
Ser
poesia…
José
Alberto Sá
terça-feira, 16 de junho de 2015
O brinde...
O
brinde…
Por
entre dedos, a inocente delícia do teu olhar, tece sobre a carne a malvadeza
dos sentidos.
Teces
uma mistura de aromas que se confundem, ora com canela, ora com anis. O teu
perfume, tudo me diz…
Por
entre dedos abro o espumante… Bebes, bebo… Dilacerante, é sentir quando as
bocas trocam a espuma… E as línguas se amam…
A
taça se mantém erguida, braços entrelaçados e o brinde acontece… Húmido.
A
taça verte sobre o inocente olhar que brilha, na se mistura com as rendas de
seda e deixas um pequeno desnudar de seios…
Por
entre dedos desaperto um botão, taça bem erguida e o brinde escorre, desliza
pelos delicados poros… Tocam o umbigo.
Uma
pequena porção de néctar se aloja na fenda, os líquidos deslizam e sempre se
escondem… Por entre dedos, a inocente noite se faz luar… A lua brilha, a taça
se ergue, bebemos em delírio, tudo se entorna e a humidade desaparece no aveludado
lençol…
Por
entre dedos… Uma noite com luar, uma taça, um brinde… Muito sol!
Tudo
arde, tudo é fogo… Tudo é luz… Por entre dedos és uma estrela no meu céu de
amar… Inocente ao som da música vinil… Por entre dedos, uma taça e dois corpos
a mil… Bebo-te…
José
Alberto Sá
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Conflito incurável
Conflito
incurável
Penso
no meu conflito incurável… Desenhar uma pomba ou soltar o abutre!
Penso
no meu erotismo, que ao desenhar uma pomba, imagino-a sem penas, sem pecado,
sem questões… Branca e bela.
Penso
e me imagino voar com ela…
Sinto-me
perito nesta columbofilia de amor… Sinto-me perito e repito…
Amo
repetir o meu conflito incurável, desenhar uma pomba ou soltar o abutre!
Se
solto o abutre, solto o desmascarar da minha vontade rapina, vontade essa que
me habita.
Basta
olhar e imaginar o após do desenho, ver o olhar penetrante… O olhar que tenho…
Eu
acredito…
Porque
penso no meu incurável conflito… A pomba que me faz voar… E acordar esta
vontade rapina!
José
Alberto Sá
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Sou teu...
Sou
teu…
Abre-me
a porta!
Danço
de pontas e braços abertos
Mas…
Abre-me a porta!
Eu
no mundo do amor
Sou
pleno de beijos cobertos
e
de loucuras nas danças em flor
Abre-me
a porta!
Espero
por ti ao som do violino
Danço
de pontas e braços de luz
Mas…
Abre-me a porta!
Eu
no mundo sou o macio do linho
O
branco algodão,
as
cores com que te compus
Abre-me
a porta!
Danço
de pontas e danço sem chorar
Danço
na esperança que me abras
Um
coração teu a pulsar
Mas…
Abre-me a porta!
Danço
de pontas querendo beijar
Uns
lábios sequiosos, uns seios de amar
E
sem deixar de olhar… Tocar… Tocar…
Abre-me
a porta!
Danço
de pontas na vontade poeta
Se
vieres dançar… Sou teu na dança
Sou
teu na esperança…
De
uma porta aberta…
Abre-me
a porta!
José
Alberto Sá
terça-feira, 9 de junho de 2015
Vestida para amar
Vestida
para amar
Sempre
me importo que estejas vestida, amo sentir a arte coberta e erótica…
Tu
és sensual por debaixo dessa roupa que te desenha, sinto o panfleto que marca a
diferença e me diz a origem dessa tua perfeição… Minha perdição.
Sempre
te defino pelo corpo que se mostra, tão perfeito que quase solto na vertical, o
que não posso desnudar… Pois sempre te desejo vestida, tal como eu…
Se
tenho dúvidas em cessar este meu gozo, este meu desejo capaz de te arrancar os
desígnios de um pecado soberbo, arrancar-te pelos botões que te abraçam o
peito, arrancar-te pelo fecho que te desenha a deusa, a minha vénus à qual me
vergo…
Sempre
me importo que estejas vestida… E tu sabes o porquê!
Sabes
que amo desnudar-te com o olhar… Sabes que desejo sempre desnudar-te com
palavras… Sabes que pela íris és desnudada por mim… Por mim que sempre te vejo
nua! Nua e bela na minha imaginação… Amo ver-te vestida.
José
Alberto Sá
segunda-feira, 8 de junho de 2015
No alto mar
No
alto mar
Quando
navego no alto mar, sobe-me a credibilidade, eu acredito que as ondas dessa
matéria altiva, moribunda, húmida e salgada, são a razão do meu flutuar por aí…
Quando
navego no alto mar toco o limite, sinto o conhecimento, desejo o poder de
explorar cada ondulação.
E
se fecho os olhos, tenho consciência do mundo invisível…
Que
belo é compreender o invisível que nos arrepia as pontas dos dedos…
Quando
navego no alto mar eu estudo, sempre sereno e capaz de respirar sob a humidade…
Oh
liberdade que sinto…
Oh
compaixão lúdica desse vocabulário que geme…
Oh
alto mar que me navega… Oh amor que ondulas…
Quando
navego no alto mar, toco as estrelas de mastro erguido, de gaivotas gritando,
gritos frenéticos repetindo cada movimento, cada baloiçar da hipnose, do ato,
dos cinco sentidos que ondulam… Frenesim, estucada…
É
alto o mar que desejo…
E
lá do alto mar, que olho a terra que me é íntima, é lá que chamo seu nome e
espero que me responda…
Rebenta-me
nos tímpanos o impulso, Oiço-a gemer…
Olho-a
do alto mar que me traz a sua voz…
Quando
navego no alto mar, abro meu livro desconhecido, aquele que em terra é
absolutamente só meu…
Só,
porque dela é cada onda que sinto no alto mar, quando navego e toco o limite…
José
Alberto Sá
terça-feira, 2 de junho de 2015
Naquela pedra dentro de mim...
Naquela pedra dentro de mim…
Ao pé daquela pedra a dor renasce,
quer relembrar a carência, quer que a decepção de um dia continue a saborear a
minha solidão, ao pé daquela pedra onde tantas vezes te senti, te vi e te sorri.
Que faço agora?
A dor que sinto é garrida, dor
sofrida, uma angústia que não sei ocultar, ao pé daquela pedra onde tantas
vezes me quiseste amar.
Que faço agora?
A nobre dor une-me a este chão,
onde plantada sem raiz está a pedra onde tantas vezes escrevi: Amo-te…
Naquela pedra negra onde o amor
se fez com um giz.
Que faço agora?
A minha dor já não te obtém,
somente sabe que dói e olhar aquela pedra é não te ver lá… É pedir um desejo e ligar-te
ao meu imenso prazer… Ter-te de novo, fazer amor e tudo acontecer…
Que faço agora?
Que sinto esta dor sem ódio, este
amor sem erro…
Daquela pedra levo comigo todo o
Karma… Todo o Nirvana… Tudo que contigo aprendi… A dor com que fiquei, foi para
que te libertasses…
Deixas-me sem razão para
continuar… Deixas-me abraçado aquela pedra fria…
Que faço agora?
Comigo somente a dor ficou, ficou
a pedra fria e negra, ficou o amor que passou…
E hoje ao pé daquela pedra a dor
quis renascer… Ainda te amo… Algo que nem o tempo irá apagar…
Que faço agora?
Com esta pedra dentro de mim, que
hoje ganhou raiz.
Amo-te… Está escrito com o teu
giz…
José Alberto Sá
domingo, 24 de maio de 2015
Gota a gota
Gota
a gota
Gota
a gota sabe-me a tranquilizante, a saliva que se desprende… Gota a gota sabe-me
a lágrima que se prende, neste olhar com saudade ou num beijo que se tatuou
para sempre na memória.
Eu
não esqueço, somente por vezes isolo uma parte de ti e deixo que o meu coração
te guarde… Gota a gota mastigo, por vezes em seco tentando sempre te saborear.
Gota
a gota faço o meu tratamento e cada ampola que imagino, tem o teu sabor… Gota a
gota sinto o teu falar no roçar de nossos lábios… Dias que ficaram para
recordar nas palavras que escrevo… Gota a gota deixo cair a lágrima que dói por
saber que te recordo…
Gota
a gota te sinto na bebida que me refresca, na boca deixo estalar o açúcar, esse
áspero adocicado que te revela dentro de mim… És doce…
Não
me privo de caminhar, nem tenho medo dos rituais que deambulam no meu
pensamento… São danças e cantigas que salpicam o amor que sinto… Pois gota a
gota amo-te nas mais recônditas loucuras, dances ou não… Cantes ou não…
Regresses ou não… Gota a gota me contagio dentro desta gaiola feita de aromas
teus… Gota a gota me lembro de ti e me enclausuro nesta terra onde cada gota és
tu… Gota a gota sou eu que me faço chuva só para que saibas… Jamais te esqueço,
minha gota salivar que um dia quis tal como eu… Amar…
José
Alberto Sá
sexta-feira, 22 de maio de 2015
A mão do amor
A mão
do amor
A
tua mão, acena para lá de um sol que se põe… Mas eu criei um atalho para te dar
a mão e caminhar contigo…
A
tua mão é macia para lá das águas de um mar que olho… Mas eu criei um atalho
para as sentir rastejar, pelo meu corpo…
A
tua mão não é o que mais desejo… Mas é parte de um todo que amo… Sinto-a a
acenar para lá do sol que se põe…
A
tua mão acena-me mesmo pela manhã… Tu sabes que pela vidraça, o sol entra e me
traz um perfumado toque… Por vezes nem sinto o meu corpo, por estar
completamente contigo… Eu sou completamente contigo…
A
tua mão é alma que me visita… E no banho sinto-a deslizar, a espuma aromatiza a
tua essência…
A
tua mão me condiciona o pensamento… É impossível não pensar em ti… A tua mão é
a luz que me faz levantar… Viver… Deitar… Dormir e sorrir…
A
tua mão… Denuncia-me pelo caminho, meu rosto sorri e vendo esta felicidade aos
outros… Esta minha vontade gratuita, que vendo sem preço… A tua mão, aquela mão
que me segura e me diz… Estou aqui…
A
tua mão é essa parte que me toca, mesmo que ausente… Eu sinto-a em todos os
movimentos… E hoje… Vi-as no sol… Hoje vi-as no vento e pela estrada que
seguia, senti-me de mãos dadas… Deus é quem me segura… E tu também… Meu amor… A
tua mão faz parte da minha…
José
Alberto Sá
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Sinto as tuas batidas
Sinto as tuas batidas
Ciente é o pulsar meu amor
São as batidas que sinto…
Pulsares que pinto
Meu amor, que pulsa forte
Que no pulsar me dá sorte
E me cativa numa flor
Ciente sou, pois tu és no
pulsar,
o rebento de uma rosa
Aberta pelo desabrochar
Numa batida que sinto
Que sinto na alma
Num poema ou numa prosa
Pulsares que batem
delicadamente,
como sonho e aventura
Meu amor que docemente
Em mim pulsa e é leitura
Pulsas na luz…
Pulsas e sentes…
Sentes e amas… O coração fala
Pulsas e vives… O silêncio não
cala
E no amor pulsas e abraças…
Tudo estala
Pulsas em meu amor
e sentes mais além
Pulsas como eu… Se digo vem
Pulsas e vibras…
Vives como ninguém
Tu e eu, somente um pulsar
José Alberto Sá
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Hoje...
Hoje…
Como
se fosse hoje… Esse tempo distante de conhecimento e mistério…
Como
se eu fosse amigo da alma, amigo das dificuldades, em que o mundo me deseja
pela poesia e pela carne…
E
hoje… Intrigo-me sem dúvidas, como se eu fosse um amanhã, intrigo-me quando o
mal não se atreve à minha altura, nem o bem quer de mim a mistura… Aventura
talvez…
Rezo
tantas vezes, como se fosse hoje… E hoje seria mais um pedido ao conhecimento,
ao mistério… Quando sonho… Ou quando realizo…
Terrível
é a imaginação sobre a carne, onde esta sempre se aproveita da minha poesia… O
corpo feminino é no sonho igual à realidade… É poesia… Sonho…
Esse
tempo distante de conhecimento e mistério, que carrego no desejo…
Sempre
por perto… Por perto é distância entre o membro e a vulva que me arrepia…
E
sempre sonho… Figuras perversas que se atravessam no meu caminho… Sabendo eu
que o mundo é lindo e muito mais seria se eu… Devora-se a carne como a desejo…
Intrigo-me
pela minha apatia… Não conhecem a parte de mim, que mexe… Que se dilacera
sozinha… Sempre na vontade, como se fosse um amanhã de união… Como se fosse
hoje…
Comer
não é o bastante para me saciar… Amo a reza misteriosa sobre a carne, onde os
joelhos se agacham e eu… Devoro intensamente, mesmo que num amanhã perfeito…
Como
se fosse hoje…
José
Alberto Sá
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Sempre comigo...
Sempre comigo…
Eu vejo o meu menino
E haja alguém que diga, que
da serra não vejo o mar
E haja alguém que diga, que
da serra não vejo
as caravelas
Que da serra, não vejo as
gaivotas voar…
E que os olhos não são como
janelas
Eu vejo o meu menino
E haja alguém que diga, que
da terra
não vejo as nuvens do céu
E haja alguém que diga,
que da terra não vejo o sol a
passar
Que da terra, não vejo o amor
que é meu…
Meu menino nas terras além-mar
Eu vejo o meu menino
E haja alguém que diga, que
da saudade não vejo
o desejo
E haja alguém que diga, que
da saudade não vejo
o sentir da minha dor
Que da saudade, não vejo o
sentir de cada beijo…
Meu menino, meu amor
Eu vejo o meu menino
Haja alguém que diga, que
negue ou me contrarie
a saudade…
Haja alguém que diga, que não
vejo no sono,
um filho como um hino
Que diga que não o vejo ao
acordar…
Esse mundo que amo de verdade
Pois um coração que ama é
eterno ao amor de menino
Eu vejo o meu menino…
José Alberto Sá
domingo, 10 de maio de 2015
Ser poeta!
Ser
poeta!
Em
uníssono digo que o tempo triunfa em segredo… Eu não sei, nem quero saber, se a
dormir ou acordado, vive um tempo comigo sem tempo e sem lado.
Jamais
serei vítima das palavras desferidas traiçoeiramente, por segredos em que a vítima
é de um tempo, sem tempo, sem lado, sem cura, sem aventura, nesta vida de tempo
sem inspiração… Onde me inspiro.
É
a lei do ai e do suspiro…
A
lei da vida é o contacto com o coração que se sente, que se faz, que se diz e
se realiza… A lei da vida é a perfeição entre o ser e o dizer… Entre o querer e
o conseguir…
Em
uníssono digo… Só é verdade a vida, quando lhe damos sentido… Não basta dormir
e acordar… Não basta sentir e escrever… Não basta dizer e fazer… É preciso que no
sangue a vida já traga fervura, que o sangue seja a cura e a verdade mais pura
de um ser humano… A poesia… O poema… A prosa… A escrita conseguida…
Em
uníssono digo… Quem quer ser, tem que primeiro nascer… Depois de crescido,
somente a mente nos mente num corpo perdido… Poeta é aquele que nasce com essa
porta aberta… Aquele que pensa que é… É simplesmente doce na fé… Nada mais…
Ser
homem é ser simples… Mesmo que em uníssono com as palavras, ao se acordar se
sente, a mente renovar o ser… Poesia é tudo que a vida guardou no momento e no
tempo de tudo acontecer… Não é quem deseja… A poesia é como quem beija e não
como quem quer ser beijado…
Em
uníssono digo… Poeta! Só o é quem flutua numa partícula de pó, quem dança com o
vento, quem canta com as folhas, quem vive com os sorrisos, quem ama a
humildade, quem sabe a verdade e se aceita na sua fé… Ser poeta é ser… Quando
se é…
Ser
poeta não é escrever… É ser um universo de amor numa vida completa… Isso é ser
poeta…
José
Alberto Sá
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