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terça-feira, 2 de junho de 2015

Naquela pedra dentro de mim...


Naquela pedra dentro de mim…

Ao pé daquela pedra a dor renasce, quer relembrar a carência, quer que a decepção de um dia continue a saborear a minha solidão, ao pé daquela pedra onde tantas vezes te senti, te vi e te sorri.

Que faço agora?
A dor que sinto é garrida, dor sofrida, uma angústia que não sei ocultar, ao pé daquela pedra onde tantas vezes me quiseste amar.

Que faço agora?
A nobre dor une-me a este chão, onde plantada sem raiz está a pedra onde tantas vezes escrevi: Amo-te…
Naquela pedra negra onde o amor se fez com um giz.

Que faço agora?
A minha dor já não te obtém, somente sabe que dói e olhar aquela pedra é não te ver lá… É pedir um desejo e ligar-te ao meu imenso prazer… Ter-te de novo, fazer amor e tudo acontecer…

Que faço agora?
Que sinto esta dor sem ódio, este amor sem erro…
Daquela pedra levo comigo todo o Karma… Todo o Nirvana… Tudo que contigo aprendi… A dor com que fiquei, foi para que te libertasses…
Deixas-me sem razão para continuar… Deixas-me abraçado aquela pedra fria…

Que faço agora?
Comigo somente a dor ficou, ficou a pedra fria e negra, ficou o amor que passou…
E hoje ao pé daquela pedra a dor quis renascer… Ainda te amo… Algo que nem o tempo irá apagar…

Que faço agora?
Com esta pedra dentro de mim, que hoje ganhou raiz.
Amo-te… Está escrito com o teu giz…


José Alberto Sá