Naquela pedra dentro de mim…
Ao pé daquela pedra a dor renasce,
quer relembrar a carência, quer que a decepção de um dia continue a saborear a
minha solidão, ao pé daquela pedra onde tantas vezes te senti, te vi e te sorri.
Que faço agora?
A dor que sinto é garrida, dor
sofrida, uma angústia que não sei ocultar, ao pé daquela pedra onde tantas
vezes me quiseste amar.
Que faço agora?
A nobre dor une-me a este chão,
onde plantada sem raiz está a pedra onde tantas vezes escrevi: Amo-te…
Naquela pedra negra onde o amor
se fez com um giz.
Que faço agora?
A minha dor já não te obtém,
somente sabe que dói e olhar aquela pedra é não te ver lá… É pedir um desejo e ligar-te
ao meu imenso prazer… Ter-te de novo, fazer amor e tudo acontecer…
Que faço agora?
Que sinto esta dor sem ódio, este
amor sem erro…
Daquela pedra levo comigo todo o
Karma… Todo o Nirvana… Tudo que contigo aprendi… A dor com que fiquei, foi para
que te libertasses…
Deixas-me sem razão para
continuar… Deixas-me abraçado aquela pedra fria…
Que faço agora?
Comigo somente a dor ficou, ficou
a pedra fria e negra, ficou o amor que passou…
E hoje ao pé daquela pedra a dor
quis renascer… Ainda te amo… Algo que nem o tempo irá apagar…
Que faço agora?
Com esta pedra dentro de mim, que
hoje ganhou raiz.
Amo-te… Está escrito com o teu
giz…
José Alberto Sá