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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Imortal

Imortal

Cravo na parede o carvão negro e faço a minha sombra!
E sem apagar o negro da vida, sou imortal naquele desenho!
Igual faço com o sangue que me corre nas veias, quando cravo na parede o teu corpo e sendo imortal, aqueço!
Igual faço com o meu sémen, tatuo na parede de ti e sou imortal no sonho!
E se um dia a morte se esquece… Eu não esqueço!
Porque sou sombra na parede da vida!


José Alberto Sá

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Dentro de mim, sem tempo...


Dentro de mim, sem tempo…

 

Guardo pedaços essenciais nas recordações de hoje

E sinto-os como mamilos eretos pelo frio,

sinto-os como desejos, como delícias de um monte de vénus

Todos sem exceção, todos os essenciais deste meu sorriso que recorda…

Tive tempo para viver intensamente cada pedaço

Tive tempo de me saber castrado, pelo tempo que não me deixa possuir

As noites de casos puramente reais e os dias de loucuras tais…

Guardo pedaços de poesia, guardo dentro do tempo que resta

Guardo momentos de amor e outros que dentro de mim, já não presta

E sinto-os masoquistas, quando trepam eroticamente este meu cérebro

Todos os pensamentos assexuados, todos os outros mal tratados

Todos os bem-humorados e os que sempre me são lembrados… E amo

Vivo ainda… E guardo os pedaços essenciais que recordo… Hoje e vivo…

Talvez feliz!

 

José Alberto Sá

 

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Arde ao vento a loucura

Arde ao vento a loucura

E as árvores se prostraram
na imensidão de joelhos,
como pássaros que voavam
parecidos, já com os velhos
E descendo a lavareda
Saltaram poeira, fumo
e tanta asneira
Que enlouquecidas
as árvores, não deram fruto
E os pobres pássaros
eram na fuga sem rumo,
uma casa sem eira
E o fruto… Um trago sem vida
Sem gesto…
Uma lágrima
Na imensidão do tempo curto
Ao longe a sirene gemia,
com heróis numa estrada sem farda
E as árvores, as casas e a loucura
rebentavam queixume, sem lume
Sem nada!


José Alberto Sá