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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O chão treme!

O chão treme!

Sentiste o que eu senti?
O chão está a tremer!
Não tenhas medo!
É o meu coração a pulsar
É o meu coração a te querer

Quando te sentaste em meu colo
Fizeste tremer não o solo,
mas um coração para ti

Sentiste o que eu senti?
A luz vai-se apagar!
Não tenhas medo!
É a lua que se desnuda e apaga o dia
É o meu coração a sentir o teu olhar

Quando te sentaste com a tua magia
Não quiseste apagar a luz,
mas acender um coração de alegria

Sentiste o que eu senti?
O abafado respirar da minha boca!
Não tenhas medo!
É a vontade de um tempo que nos segura
É o meu coração a sentir um corpo sem roupa

Quando te sentaste e me olhaste tão pura
Me fizeste sufocar com um beijo,
tanto amor e desejo

Sentiste o coração que te chama?
Esse pulsar que te pega com paixão
… Que te ama
Belo sentir, um colo… sofreguidão
O chão treme…
Porque o amor faz tremer o meu coração


José Alberto Sá

Fala-me

Fala-me

Cale-se o vento
Não quero comentários ao meu olhar
Cale-se o tempo
Quando te olho, perdido no azul do mar

Cale-se o deserto
Perante a beleza do teu perfume
Cale-se o tempo encoberto
Quando nas nuvens te amo
Nesse olhar… Meu queixume

Cale-se…
Infindável sensação de ausência
Cale-se…
Inimitável olhar da minha insistência
Cale-se o mundo
Cale-se a voz
Cale-se o misterioso beijo
Beijo não dado, sentido e profundo
… Meu desejo

Cale-se a chuva que me encharca
Cale-se o sol que me ilumina
Cale-se a lua… Doce menina
Fala-me tu… Donzela que me abarca

Cale-se o pólen das flores
Cale-se a maresia do mar salgado
Cale-se a paixão onde moro
Fala-me do amor acompanhado
Fala-me com esses olhos,
eu te falo com os meus
… E imploro

Fala-me com esse coração que me admira
Fala-me com essa mão que me acena
Fala-me com essa voz, delicada lira
Eu te falo em amor e valerá a pena



José Alberto Sá

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Violador em amor

Violador em amor

Sou um violador de terras distantes
Amo sentir as entranhas da vida
Agarro sem medo os delírios amantes
Porque sou violador da terra querida

Não vale gritar se te agarro
Amo gemidos e gritos estridentes
Vales dilacerados pela doçura do barro
Montanhas por onde trepo com unhas e dentes

Sou violador se me aceitas no teu chão
Não o faria sem terra, sem ar, sem sol ou lua
Não violaria se não me desses teu mar e teu coração
Porque sou violador, da vontade minha e vontade tua

Não vale trepar pela parede ao me fugir
Amo o branco em contraste com o teu medo
Paredes são praxes que me levam a subir
Porque sou violador na paixão do teu segredo

Sou violador sem maldade, podes-te abrir
Amo sentir, tocando o teu pecado
Não violo se não me quiseres sentir
Porque sou violador, do amor e quando amado


José Alberto Sá

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A pele

A pele

Só queria ver
A tua pele
Que sentisses no meu escrever
Como eu te sinto… Mel

Só queria…
Olhar e imaginar a tonalidade
A cor da magia
A mistura da tua pele
e a minha ansiedade

… Ver
Seria tudo para além do toque
Virgem… Sim… virgem pelo meu querer
… Ver em cada retoque
A tua pele…

Sinto que não sou ninguém
Pois nem a loucura te devolve
A pele sonhada é que ainda me mantém
Ansioso, pelo corpo que desejo
e me envolve

Só queria ver
O teu império
Esse teu mistério
Que sonho ter

Só queria…
Tatuar no meu, o teu olhar
Respirar intensamente
… Amar

Amar, por sentir o doce do teu mel
… A cor
… O amor
… A tua pele


José Alberto Sá

MAR DA COSTA VERDE

Mar da costa verde

Não é mito
É o verdadeiro mar que amo
Que leva os que gritam a necessidade
Pescadores de um mundo aflito
Homens de um mar sem engano
Homens de guelras de sal e de verdade

São os homens do mar de Espinho



José Alberto Sá

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A minha Andorinha

A minha Andorinha

Deixarei de voar
Por vezes sinto vontade de não ser andorinha
O vento que que ao cortar, me faz lembrar
Que deixar de voar é vontade minha

Tremo, por sentir as asas quebradas
O vento sopra lá fora, as árvores dançam
E eu deixarei de voar sobre as copas que me abraçam
Apertados abraços com asas de anjo cortadas

Espero por ti neste chão

Voar fica no meu sonho… Sonhar é voar
Deixarei que somente voe meu coração
Serei a andorinha perdida na fronteira da vontade
Serei os voos sobre as nuvens quando acordar
E direi que contigo, serei andorinha poisada no chão
Na terra que te espera ver,
voar comigo de verdade

Espero por ti neste chão

Deixarei que o frio passe, que me chegue o verão
Esse calor desejado por mim… O teu
Calor do meu sonho ao voar,
como quem voa sem destino
Por um corpo deitado, sentindo a minha mão
Por entre as penas do meu céu
E aí serei o voo contigo, num amor clandestino

Espero por ti neste chão


José Alberto Sá

Cabeça para trás... Boca aberta

Cabeça para trás… Boca aberta

Olhei-te rosada
Pescoço esguio
Calor intenso,
que me colocou por um fio
Num trampolim de emoção
A tua respiração

Como és linda…

Olhada pela íris enamorada
Perdida na cor do teu rosto
Um fogo posto
Pelo momento de amor
Na cor da flor,
quando amada

Como és linda…

Boca aberta
Inclinada para trás
Gemias

Como és linda…

Olhada sem pestanejar
Sensação alerta
Loucura e paz
Conseguias…
Conseguias…
Ultrapassar quando gemias
O êxtase que me apraz

Como és linda…

Olhei-te
Sofregamente de olhos brilhantes
Tua mão… Inquieta
Devorei-te
Pela vontade ali aberta
Saciada pelo meu olhar
Pelo meu rubro momento
Cor intensa pelo sangue de amar

Como és linda…

Olhaste-me
Rosada de face, transpiração
… Amor
… Calor
… Fervor
Da mais bela canção
Olhada por mim
Onde agradeci a loucura
Amor vadio e provocador
Amor da procura
Da mente pura
… Amor

Como és linda…


José Alberto Sá

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Para sempre

Para sempre

Estar aqui é viver.
Com aqueles, que me fazem a memória eternizar


José Alberto Sá

Troco somente...

Troco somente…

Somente troco a lua pelo sol
Quando quero sentir a luz do dia, pela noite dentro
Ao fazer amor…


José Alberto Sá

Mar... Espinho

Boa tarde

E se o mar rebentar as pedras do caminho
Eu passo devagar sobre a água fria e salgada
E sentirei as pedras de todo o carinho
Lavadas nas águas de um mar de Espinho, 
onde o amor de pedra me faz rebentar

E aí... Sento-me para sentir
As pedras a submergir 
Daquelas ondas gigantes
Águas de mar que me levam a subir
Às pedras que levou e que a mim deixou
... Sonhar, como sonhava d'antes

José Alberto Sá.

Navegas nas minhas veias

Navegas nas minhas veias

Nem o mar que amo, me leva para seu corpo salgado...
Nem as ondas de espuma me abraçam...
Somente tu...
Mar de amor, meu sorriso amado
Somente tu...
És as ondas de um corpo que me ameaçam

Somente tu...
Meu amor que me falas e me amas
Nem o mar que amo, me irá molhar
Somente tu...
Que transpiras quando me chamas
Tu que me olhas e me falas...
Tu que és maior que o mar

Mais doce que o horizonte
Mais bela que as areias de cristal
Mais pura que a água da minha fonte
Mais delicada que a flor, do meu roseiral

Nem o mar, nem o sol, nem a lua
Somente tu...
Me consegues levar
Nem a terra, nem o ar,
te consegue imitar nua
Pois nua és minha de corpo e alma
e nua te quero amar


José Alberto Sá.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Quero ficar

Quero ficar

Ainda é cedo para lá chegar… E o destino já está marcado
Sinto nos passos, os pés que marcam a estrada cinza…
Alcatrão
Mas ainda é cedo… As horas me dirão a cor dos meus cabelos
Como me dirão as rugas… Que o tempo rasgou na pele seca de um marcado

Ainda é cedo para lá chegar… Trémulas ou vibrantes, levo as minhas mãos
Que abraçam…
Que chamam…
Que apertam…

Alguém me diz: Ainda é cedo para desenlear os novelos de uma tosquia
Onde a lã de ovelha… São nuvens que passaram pela tesoura que me corta
Corta-me a vida, como corta o frio, a pele seca dos mendigos durante a noite, durante o dia

Ainda é cedo para correr… Dizem eles, que ainda existe esperança
Mas ainda é cedo… Cedo! Porra… Cedo e eu quase tropeço no medo
Cedo? Porra… Quero mais depressa… Quero chegar… Mas quero chegar tarde
Ainda sou novo…

É cedo, falo baixinho… Não vá alguém ouvir e me levar
Não tenho pressa de chegar… Ainda é cedo…
Tão cedo que me lembro dos pobres indefesos

Levo a trémula mão ao bolso… Uma moeda! Mas já é tarde para lhe dar
Os cabelos brancos… Iriam ficar como os dele… Indefesa criatura…
Teve pressa
Pressa ou medo de se enlear nos novelos da vida… Lã das ovelhas tosquiadas

Ainda é cedo e a roupa não me serve… A nudez me faz ser rico
Na rua… Na vida com pressa… A roupa é pobre… Rôta… Gasta
Os olhos miram o vazio de uma pressão desonesta… E ainda é cedo

Para que eu parta sem dizer à mente farta… Pulhas… Faúlhas…
Gente putrefacta
Poder que nos empurra à pressa… Mas… Ainda é cedo… Eu quero ficar
… Aqui… Um pouco mais…E depois sim… Irei… Sem medo,
porque ainda é cedo…


José Alberto Sá

Vives em mim

Vives em mim

Silêncio
Entras-me no corpo
Tu és o caminho
Tu…
Corpo de pessoa
Tu…
A minha obsessão
És a energia
O meu carinho
Tu és no navio, a proa
A luz do convés… Alegria

Silêncio
Quero pensar no teu corpo
Teu sangue rubro
Tu…
Que facilitas a conecção
Mestre do mais belo coração
Assim me amas
e eu te descubro

Silêncio
Calo-me se irradias calor
Ar… Respiração
Essência vital
Amor
Universo… Oração

Silêncio
Entras-me no corpo
Força da terra
Estrela de um céu de louvor
Tu…
Que anulas a guerra
Aberto e limpo… Intenso valor
Tu,
O meu necessário existente
Tão completamente
Que Te amo
Ser divino… Humano

Silêncio
Ouve a sintonização
Pois…
É a dar que recebes
É a amar que nada deves
Tu… Que me amparas
És a facilidade desmedida
O Senhor Deus
Amor dos céus
Amante da vida



José Alberto Sá

sábado, 25 de janeiro de 2014

Mãos... As minhas

Mãos… As minhas

Na palma da minha mão
Vejo as linhas da vida
Não as sei ler…
Fecho os olhos e imagino o sol
Que ilumina cada grão
Grão de areia de um mar que imagino ter
Dentro de cada mão
Em cada linha do meu coração

E o sol que vejo de olhos fechados
É o brilho
de uma mente limpa…
Suave
Brilho intenso planador
… Amor
Como as ondas de um mar,
que se fez ave

Na palma da minha mão
Vejo um caminho traçado
Caminho passado
Caminho onde vivo
Caminho desejado
… Contigo
E ambos,
caminhamos pelas linhas do meu chão
Traçadas na pele rugosa
… Calosa
Minha mão… Minha sina…
Linha sim e linha não
Minha Rosa


E o sol que vejo de olhos fechados
É luz de um ser que não reclama
Que vive
Que caminha pelos caminhos trilhados
A sina de uma vida que me chama
Escrita nas linhas que eu não sei ler
Mas que me fazem crer
Que minhas mãos nasceram
Para abraçar a luz a quem me ama


José Alberto Sá

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Meu fado... Teu lado

Meu fado…Teu lado

Busco o som da guitarra a trinar
Quando me falas
Busco o calor da voz fadista a penetrar
Quando não te calas
As minhas mãos se abrem para te abraçar
E nelas vês as linhas do futuro
Quando busco em ti, linhas a ondular
Pelas mãos suaves no teu corpo em apuro

Foges-me esguia
Não te largo
Busco o toque da guitarra a gemer
Quando me beijas
Busco o timbre da alma,
num fado teu em meu ser
Quando me desejas

E as minhas mãos deslizam,
pelas vertebras que se arrepiam
Abres a boca à mão que te passeia
Volta e meia
Sentes as linhas contornadas,
pelas mãos do fado
Dedilhados e impetuosos acordes,
de umas mãos conhecidas
Onde busco, também eu conhecer a tua canção
Fado que busco por entranhas sentidas
Como busco no som,
gemidos do teu coração

Geme…
Geme e busca o amor, louca sina
Será na busca de ti, que dou por mim
Gemidos trinados de baixo a cima
Buscando o fado vadio, fado chorado
Na busca de uma rosa com jardim
Para comigo cantar o mesmo fado
O mesmo sentir, quando estou a teu lado


José Alberto Sá

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O meu poema és tu

O meu poema és tu

E quando te ofereceres ao amor
… Vem completa
Somente sei olhar o corpo na totalidade
E quando te ofereceres ao meu suor
… Vem completa
Somente transpiro no corpo pela verdade

E quando vieres, ficarás a saber
Que vindo completa
Saberás reconhecer
A voz e o calor que me desperta

E quando vieres, verás em mim o amor
como meta
E se te ofereceres, se vieres até mim
Conhecerás não o fim
Mas o principio de uma porta por ti aberta

E quando te ofereceres, diz-me de tua vontade
Serei teu completamente
Tão completamente que ficará a saudade
Se não te ofereceres ao amor,
que o corpo louco, louco se sente

E quando vieres, vem completa
Terás os meus lábios envoltos na mesma cena
Terás completamente a luz de um poeta
E se te ofereceres ao meu corpo,
serás o meu poema


José Alberto Sá

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ao relento

Ao relento

Sinto as varandas que vislumbram o ar sereno da vida
A minha também me faz sentir o horizonte planeado

Varanda que se desnuda ao céu, pela luz de um sol,
que és tu querida
O palco onde me confesso, num segredo a ti não revelado

Ao relento

Amo namorar a minha varanda, como amo te ter no meu luar
Por vezes sinto a luz das estrelas querendo penetrar,
como se eu fosse a fêmea da noite, amante da lua

Me sinto bem penetrado pelo pensamento em ti,
quando lentamente sinto o fresco da noite, se estás nua
Despida na vontade de estar comigo, na varanda do meu sonhar

Ao relento

Imagino varandas que por esse mundo se decoram
Namoro os pirilampos que iluminam o amor
Varanda resplandecente como a minha,
onde as verdades namoram

Beijos e abraços desenhados no corrimão do louco odor
Cheiros, onde as sementes caiem pelo calor,
pelos gemidos que soam na noite silenciosa

Ao relento todos os gestos de amor,
tornam a varanda apetitosa

Ao relento

Vejo varandas que escondem segredos, que todos conhecem
São como janelas que se abrem ao pecado
São como portas que se fecham, quando os actos se humedecem

E tudo é tão bom, vivido na varanda de minha casa
O sagrado pedaço de chão que não me fala
Mas sabe tudo que dissemos quando em brasa
Corpos quentes numa varanda, onde o corpo não se cala



José Alberto Sá

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Foi amor... É amor

Foi amor… É amor

Sabes que amo intensamente o teu azul…
Esse azul do teu beijo…
Tão perfeito que o senti dessa cor
Foi amor
Sabes que amei… Ele foi da cor do céu!
Ele foi teu
Ele foi meu

Sabes que amo intensamente o teu azul…
Esse azul do teu abraço…
Tão perfeito que o senti dessa cor
Foi amor
Sabes que amei… Ele foi da cor do mar!
Ele foi teu
Ele foi meu

Sabes que amo intensamente a tua cor
Essa cor que habita o pulsar do teu coração…
Tão Perfeito como o céu e o mar
Foi amor
Sabes que amei… Ele é da cor da perfeição
Ele é teu
Ele é meu

Sabes… O azul… São os olhos que se olham
Os teus… Os meus e se perdem na mesma cor
Foi amor
É amor
O nosso intenso céu e mar… Meu e Teu
Na cor azul de amar


José Alberto Sá

Gritos abafados pelo tempo

Gritos abafados pelo tempo

Por falta de tempo, o tempo se esqueceu de mim
Esquecido pela manhã, enquanto o sol nascia
Esquecido pela tarde, num tempo sem tempo algum
Humedecido pelas horas que caíam, pelo tempo em que chovia
Tempo perdido nas palavras caladas dentro de mim
Que direi um dia se o tempo, tiver tempo e disser que sim

Deixai-me gritar…

Direi dos calos que me nascem nos pés descalços,
homem de longos caminhos
Direi de um tempo frio ou quente,
sem ter piedade de mim, deambulando
Cambaleando pelos ventos frios de uma tempestade quente,
das bocas sequiosas
Talvez por falta de tempo, o tempo não me deu carinhos
Esquecido pelo tempo e pelas vontades,
direi que vou cantarolando
Canções iguais ao vento, que o tempo me soprará,
como palavras vaidosas

Deixai-me gritar…

Sinto-me acordado a tempo de vos contar,
que o tempo é o mesmo de ontem,
de hoje… Amanhã
Talvez acorde e vos diga, que não há tempo para dialogar,
tempos maus
Direi de tempos revoltos por mares de naus…
Ontem… Já foi há muito tempo
Hoje as naus naufragaram, como naufraga o tempo que me dirá
Talvez me dirá… Ou então direi eu,
deste tempo sem tempo que me abraça
Apertos e conflituosos momentos, trovoadas e ventos,
de tempos em tempos
Direi da revolta minha, do espaço mal dividido,
horas sem ponteiros, desgraça

Deixai-me gritar…

Por falta de tempo, deste tempo que hoje não fica esquecido
Vou lembrar deste desafio constante… Talvez,
num tempo que fui amante
Ser ou não ser, direi quando me for apetecido…
O ontem
Hoje e amanhã… Porque ontem já foi… E foi delirante
O tempo que não contou para mim,
somente me faz escrever assim
E assim o tempo me deu tudo o que não tenho,
por ter levado consigo até ao fim
O tempo que não tem tempo para mim

Deixai-me gritar…

Preciso de um tempo que não me faça assim,
sem poder desabafar de mim
Quero um tempo para contar, para contar as horas
que contam dentro deste sim
Palavras que o tempo lava, como lama das águas paradas,
num tempo sem solução
Deixai-me gritar…
Pois o tempo vai acabar… Mas jamais acabará
dentro do meu coração
Será o meu grito a este tempo…
Que o futuro um dia lerá, as palavras que vou deixar
neste meu tempo, num tempo sem amanhã



José Alberto Sá

Palavras vossas

Palavras vossas

Palavras onduladas em águas de amor
São gotas deslizadas em ondas de calor
São mimos salgados nas profundezas do mar
São carinhos as palavras escritas para amar

São as minhas palavras
São as vossas leituras
Amor que não travas
Num coração de mar, de terra e céu nas alturas

Palavras onduladas pelas linhas da minha mão
São gotas deslizadas em mãos de carinho
São mimos escritos nas folhas do coração
São carinhos as palavras que escrevo sobre o linho

São as minhas palavras escritas
São as vossas leituras sentidas
Amor em palavras que abraçam, se me acreditas
Num coração de palavras por vós lidas

Palavras onduladas pelos meus sentimentos
São gotas deslizadas pelas veias do meu caminho
São mimos escritos nas areias pelos ventos
São perfumadas as palavras, que vos escrevo com carinho


José Alberto Sá

domingo, 19 de janeiro de 2014

Terra minha... Minha terra

Terra minha… Minha terra

Sou filho da terra, filho de Altos Céus
Sou rosmaninho de olhos de luz
Sou pecador de pecados meus
Homem menino da terra que me conduz
Sou eu…
Sou a vertente, num prisma boleado
Sou a aresta da terra que abraça o mar
Sou o perfil de canto aprumado
Homem menino da terra e do ar
Sou eu…
Sou a noite, o dia, a lua e o sol
Sou a estrela, a luz e o calor
Sou melodia, sou poesia em cantos de rouxinol
Homem menino da terra e do amor
Sou eu…
Sou eu para vós, se vierdes até mim
Sou a paz, o carinho a minha mão
Sou flor, sou a cor que dareis ao meu jardim
Homem menino da terra e do coração
Sou eu…
Sou homem, pela verdade e pela paz
Sou poema, sou canção e sou menino
Sou brinquedo, sou garoto e sou rapaz
Homem menino da terra de Espinho
Sou eu…
Sou a linha com letras, com palavras
Sou tinta preta na folha cor da cal
Sou humilde, com a esperança que te abras
Terra deste homem… Portugal
Sou eu…


José Alberto Sá

sábado, 18 de janeiro de 2014

Liga-me à tua voz

Liga-me à tua voz


Ligaste-me…
Foi pela manhã
Falaste-me,
com voz de sono
Senti aromas de romã
E deu-me vontade
de ser teu dono

… Estavas na cama
Imaginei-te despida
Estremeci,
pela vontade da tua chama
Teu corpo quente,
seria na cama minha bebida

E a voz…
Meu Deus
a voz… Arrepiante
A respiração que sentia,
me deixava nervoso
A tua voz meu Deus…
O teu corpo…
É todo o meu instante
E o perfume que imaginei…
Era a tua voz em mim,
ansioso

Sim…
Ansioso por me falares,
louco por te sentir
Foi pela manhã
Que meu dia nasceu
Sim… Ansioso por comigo estares
num coração, que contigo
sempre está

Foi pela manhã
Que o sol floresceu
Numa conversa pura
Tão pura
que te quero minha
Minha flor
Flor de uma vontade tamanha
E tu estavas na cama
Que desejo…
Me deitar, sentir a entranha
E devorar-te num beijo

Por favor…
Liga-me sempre e te direi
Que te levantes daí
E me venhas saciar,
no sonho que contigo sonhei
Na voz do teu telefonema…
Estou? Estás aí?
Desligas-te… Eu desliguei

… Amo-te

José Alberto Sá

Im(perfeição)

Im(perfeição)

Perfeição?
Eu não sou
Vou morrer…

Perfeição?
Eu não sou
Só quero viver…

Eu não sou
E não me engano…

Que a perfeição
Eu não sou
Sou ser humano…

Im(perfeito)
Eu não sou
Sou o pecado nu…

Im(perfeito)
Eu não sou
E tu?

Com certeza não!

Perfeição?
Eu não sou
Sou ser do além…

A perfeição
Eu não sou
Existe alguém?



José Alberto Sá

Vergonha de um beijo apenas

Vergonha de um beijo apenas

Deixa- me dizer
Que és bela… Que és linda
Que és doce… Que és perfeita
Deixa-me dizer
Que somente quis um beijo
O beijo que não demos, ainda…
Um beijo demorado
Deixa-me dizer e aceita
Será apenas um beijo molhado
Por ti um beijo corado

Um beijo apenas…

Deixa a minha boca te dizer
Que teus lábios são cinzelados
Lábios e sorriso de prazer
Vermelhos num beijo de apaixonados
Deixa-me dizer
Antes de te perder

Um beijo apenas…

O tempo se faz rápido… Passou
Na volta será mais um beijo pedido
Na vergonha de uma pele nua
Deixa-me dizer
que o meu lábio gostou
Amou o teu lábio querido
Num beijo não dado, mas sentido
Com vergonha…
Não a minha… Mas a tua

E era um beijo apenas…

Deixa-me dizer
Que de veludo é o corpo que não vi
Tem sedas brancas que me fazem arder
E foi com vergonha que senti
A tua vergonha ao acontecer
Aquele beijo…

Um beijo apenas…
Teu… Meu… O nosso desejo


José Alberto Sá