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segunda-feira, 8 de junho de 2015

No alto mar

No alto mar

Quando navego no alto mar, sobe-me a credibilidade, eu acredito que as ondas dessa matéria altiva, moribunda, húmida e salgada, são a razão do meu flutuar por aí…
Quando navego no alto mar toco o limite, sinto o conhecimento, desejo o poder de explorar cada ondulação.
E se fecho os olhos, tenho consciência do mundo invisível…
Que belo é compreender o invisível que nos arrepia as pontas dos dedos…
Quando navego no alto mar eu estudo, sempre sereno e capaz de respirar sob a humidade…
Oh liberdade que sinto…
Oh compaixão lúdica desse vocabulário que geme…
Oh alto mar que me navega… Oh amor que ondulas…
Quando navego no alto mar, toco as estrelas de mastro erguido, de gaivotas gritando, gritos frenéticos repetindo cada movimento, cada baloiçar da hipnose, do ato, dos cinco sentidos que ondulam… Frenesim, estucada…
É alto o mar que desejo…
E lá do alto mar, que olho a terra que me é íntima, é lá que chamo seu nome e espero que me responda…
Rebenta-me nos tímpanos o impulso, Oiço-a gemer…
Olho-a do alto mar que me traz a sua voz…
Quando navego no alto mar, abro meu livro desconhecido, aquele que em terra é absolutamente só meu…
Só, porque dela é cada onda que sinto no alto mar, quando navego e toco o limite…


José Alberto Sá

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