No
alto mar
Quando
navego no alto mar, sobe-me a credibilidade, eu acredito que as ondas dessa
matéria altiva, moribunda, húmida e salgada, são a razão do meu flutuar por aí…
Quando
navego no alto mar toco o limite, sinto o conhecimento, desejo o poder de
explorar cada ondulação.
E
se fecho os olhos, tenho consciência do mundo invisível…
Que
belo é compreender o invisível que nos arrepia as pontas dos dedos…
Quando
navego no alto mar eu estudo, sempre sereno e capaz de respirar sob a humidade…
Oh
liberdade que sinto…
Oh
compaixão lúdica desse vocabulário que geme…
Oh
alto mar que me navega… Oh amor que ondulas…
Quando
navego no alto mar, toco as estrelas de mastro erguido, de gaivotas gritando,
gritos frenéticos repetindo cada movimento, cada baloiçar da hipnose, do ato,
dos cinco sentidos que ondulam… Frenesim, estucada…
É
alto o mar que desejo…
E
lá do alto mar, que olho a terra que me é íntima, é lá que chamo seu nome e
espero que me responda…
Rebenta-me
nos tímpanos o impulso, Oiço-a gemer…
Olho-a
do alto mar que me traz a sua voz…
Quando
navego no alto mar, abro meu livro desconhecido, aquele que em terra é
absolutamente só meu…
Só,
porque dela é cada onda que sinto no alto mar, quando navego e toco o limite…
José
Alberto Sá
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