Tu?
Caminhas por aí?
Não
sei caminhar pelo alcatrão moderno… Tenho saudades das pedrinhas que magoavam
os meus pés.
Hoje
os sapatos deslizam empenhados em aumentar o stress da vida…
O
cérebro sente o cheiro a alcatrão, está viciado!
Tenho
saudades das pedras da calçada… Estou farto desta droga…
Da
inoperância dos que caminham sem sentir o chão…
Tenho
saudades dos caminhos de pedras puras e limpas.
Os
meninos, já não brincam na terra por onde o trânsito não se fazia, os meninos
hoje são adultos num trânsito de bocas felizes, algumas por caminharem
maldizendo… Outras não sendo, pensam que são, que são caminho!
Tenho
saudades do tempo onde a lama cheirava a terra, hoje a lama se sente
putrefacta… Não sei caminhar pelo alcatrão moderno…
O
mundo caminha sem direcção… Total inquietação!
Não
sei onde me encontro e tenho saudades das pedras limpas e puras.
O
meu cérebro já sente a ausência do cheiro da terra.
Pobres
dos que caminham no alcatrão moderno e não olham a terra dos que pisam a necessidade…
Que
terra!
Que
mundo!
Que
povo!
Que
raça!
Que
porcaria de estradas sem direcção!
Tenho
saudades dos caminhos trilhados, mas ainda mais saudades dos caminhos de terra
e lama pura… Não tenho saudades da glória, sem vitória, sem história, sem memória
de um caminho somente sonhado…
Caminho
pela exactidão dos neurónios aflitos do meu cérebro… Caminho… Sem saber
caminhar pelo alcatrão moderno…
Tenho
saudades…
José
Alberto Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.