O
brinde…
Por
entre dedos, a inocente delícia do teu olhar, tece sobre a carne a malvadeza
dos sentidos.
Teces
uma mistura de aromas que se confundem, ora com canela, ora com anis. O teu
perfume, tudo me diz…
Por
entre dedos abro o espumante… Bebes, bebo… Dilacerante, é sentir quando as
bocas trocam a espuma… E as línguas se amam…
A
taça se mantém erguida, braços entrelaçados e o brinde acontece… Húmido.
A
taça verte sobre o inocente olhar que brilha, na se mistura com as rendas de
seda e deixas um pequeno desnudar de seios…
Por
entre dedos desaperto um botão, taça bem erguida e o brinde escorre, desliza
pelos delicados poros… Tocam o umbigo.
Uma
pequena porção de néctar se aloja na fenda, os líquidos deslizam e sempre se
escondem… Por entre dedos, a inocente noite se faz luar… A lua brilha, a taça
se ergue, bebemos em delírio, tudo se entorna e a humidade desaparece no aveludado
lençol…
Por
entre dedos… Uma noite com luar, uma taça, um brinde… Muito sol!
Tudo
arde, tudo é fogo… Tudo é luz… Por entre dedos és uma estrela no meu céu de
amar… Inocente ao som da música vinil… Por entre dedos, uma taça e dois corpos
a mil… Bebo-te…
José
Alberto Sá
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