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domingo, 31 de agosto de 2014

Cores de um sol

Cores de um sol

Amo o ruivo se o sinto voar, a cor da liberdade num sol que se oferece para nos amar.
E perante as cores, amo Vénus a deusa imaculada do amor, é dela a pele doce que desliza nas vontades coloridas do meu olhar.
Permitem-me dizer que adivinho as cores do medo, do frio… Mas também adivinho as cores da luz e do brilho… Pois eu…
Liberto-me perante todas as cores…

E não hesito em escolher uma cor só para mim… Não vos digo… Mas quem me quiser olhar pela cor do céu, que venha… Que venha comigo e se desnude nas cores do amar… Como mulher de cor pura… Nas cores da liberdade sentidas a flutuar. Aí saberá a cor escolhida… Porque…
Liberto-me perante todas as cores…

Perante as cores, eu danço o erotismo, dou passos coloridos que vou soltando, como se solta uma pena na brisa… Ou essa pena se prende como garras num abraço que pergunta: De onde vens suavidade? Mãos de pluma… Macias, tão perfeitas como num mar a espuma.
E na verdade…
Liberto-me perante todas as cores…

É perante as cores que o tango é presa fácil… Tão fácil, que as garras que me seguram os ombros, são a resposta às cores berrantes, que se deliciam no meu pensar.
E solto o meu colorido… Perante as cores eu vivo intensamente… Devagar…
Liberto-me perante todas as cores…

Perante as cores… Eu voo, eu viajo fora da gaiola… Qual pássaro livre.
Permitem-me dizer que nas minhas cores, eu também misturo cinzas, o preto e o branco.
E não hesito em escolher uma cor…
E porque todas me fazem diluir, eu as misturo na minha dança do amor…
E porque todas me fazem sentir em liberdade… Eu lhes dou cor…
Liberto-me perante todas as cores…

A vida é surpreendentemente colorida… Uma paleta universal que nos é oferecida.
E perante as cores eu amo a liberdade.
A mais bela cor… Porque é em liberdade, que se vive o amor…


José Alberto Sá

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Sem dizer uma palavra

Sem dizer uma palavra

Importo-me com os cinco sentidos… Saciá-los faz parte do prazer que sinto… Que sinto na elegância e na incansável beleza de uma mulher.
Importo-me com o apetecível cerco, que me leva a sentir preso pelo feminino… Corpo que me cerca os cinco sentidos.
A boneca a quem dou a mão é perfeição… É o sentido apurado de um perfume apaixonado… Tudo por ela… Boneca.
Por ela… Derreto os cinco sentidos… Com ela partilho os encantos que eles me oferecem.
Importo-me com a inegável corrosão que ela me provoca, quando me olha…
O olhar… A visão… Aquela sensacional luz que brilha e me chama, sem dizer uma palavra…
A boneca a quem dou a mão é um coração… Que me ama… Que me quer… Que me diz… Que me traz e me leva.
Importo-me com o inconfundível beijo… Desnudado paladar, onde a humidade me chama, sem dizer uma palavra…
Sentir é ser-se firme como a árvore que embala ao vento… Vento ou ar, pureza que penetra dentro de mim, que me traz o seu cheiro… É belo sentir o seu perfume… É belo levantar as narinas dilatadas e levá-las numa perseguição constante, até que encontre o elixir que me provoca o cio…
Importo-me com o desejável aroma… Sentido que me chama, sem dizer uma palavra…
Aceito completamente a leveza do feminino, da minha boneca… Sempre a escuto, sempre atento ao seu respirar… Sempre que me chama, sem dizer uma palavra… Sentido inspirador do meu ouvido.
A boneca a quem dou a mão é compreensão… Amo sentir a expressão de carinho… Amo sentir o calor que moderniza o momento…
Importo-me com a inquietude do toque… Da sensação de união… Amo o tacto… O desejo puro que atrai e não quer descolar… Amo dar os meus cinco sentidos... Amo senti-los a chamar por mim, sem uma palavra…

O amor não precisa de voz…
Vê-se
Saboreia-se
Cheira-se
Ouve-se
E toca-se, sem dizer uma palavra…

Amo a minha boneca… Com os meus cinco sentidos…


José Alberto Sá

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Dominação

Dominação 

Castiga-me… Vá, castiga-me, domina-me como se eu fosse modelo, de uma forca em que a corda são os teus braços.
Força-me a tudo, eu disse a tudo, porque tenho o principal do teu desejo… Força-me, vá, talvez me critiques por me sentir bem, quando me castigas.
Vá…
Por detrás sou presa fácil, sinto-te mas não te vejo, até meu umbigo se cega aos teus olhos… Extravasa essa tua arrogância sensual… Vá, castiga-me, pois cada lado meu, te fará apertar ainda mais a vontade suprema das tuas mãos.
Vá…
Os seios apontam arrepiados, não pelo medo, mas por sentir esse banho de dedos que me arrepiam… São cócegas em forma de tortura… Fazes-me mover os calcanhares.
Vá, força-me mais um pouco, será indispensável que te espalhes em mim, o aperto provoca-te tremuras no teu refinado sorriso.
Sinto-me presa, como que de uma ave de rapina se tratasse, ao segurar a sua presa…
Seguras-me pela cintura e fazes-me escorrer… Sou agora mulher nas margens de um rio, sou amante castigada por ti… Sou ventre que se quer deitar… Sou a tensão que se exige… Sou o olhar alucinado… Sou mulher, que mesmo submetida a ti, me sentirei em castigo a montanha que desce até te encontrar…
Sou mulher, que após o castigo, te olhará de frente e te pedirá mais castigo… Mais Força… Mais dominação.
Vá…
Castiga-me sempre… Quero ser cúmplice de um poeta que me ama, na prisão dos seus braços.
Castiga-me… Vá… Amo-te pela força que me invade… A ti poeta…


José Alberto Sá

Saudade dos teus cabelos

Saudades dos teus cabelos

Eu te peço: Solta os teus cabelos.
Sinto-os tão próximo do meu coração, o tempo se faz perfeito e eu somente quero… Quero imenso te sentir, mesmo que em ruínas, sentir novamente aquele amor que um dia foi nosso, que um dia sonhei e ainda sonho reconquistar…
Eu sonhei… Sonhos gloriosos, momentos únicos e inesquecíveis. E mesmo que em ruínas eu continuo tão próximo de ti, o tempo ainda se faz perfeito…

Então te peço: Solta os teus cabelos.
Sonhei que voava no perfume desse teu lindo cabelo, tão próximo que mesmo em ruínas eu o sinto macio em minhas mãos.
Tão próximo, que minha boca ainda sente a delicada e arrepiante orelha, sempre lembro quando te sussurrava: Meu amor preciso de ti… Ama-me…

Então te peço: Solta os teus cabelos.
Ainda sinto os idílios amorosos, o odor que se desprende do teu pescoço, que incrível poder tens tu sobre mim!
Sonhei e ainda sonho, que um dia… Um dia que seja próximo da realidade do meu querer…
Te darei tempo, o tempo que se faz perfeito e tudo será claro em teu olhos.
Sorrirás para mim… Serei teu colo, tão próximo que sentirás o bater do meu coração.

Então te peço: Solta os teus cabelos.
E volta para mim… Mesmo que em ruínas… Hoje é assim que me sinto… E tu?
Vem… Ama-me… O tempo é perfeito e tão próximo como a nudez do amor… Solta os teus cabelos e corre pelo tempo perfeito… Sou teu.


José Alberto Sá

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

As palavras que vos deixo a cada dia, serão ao longo das linhas a enciclopédia da minha vida.


José Alberto Sá

Numa cabana feita de amor

Numa cabana feita de amor

Ao longe uma cabana, feita de bambu… Uma cama, um fogão, uma mesa… Eu e tu…
De mãos dadas caminhamos…
Até que ao longe, no horizonte, o limite é o azul… O mar, as ondas, as gaivotas, o vento e um sol que nos convida a amar…
E uma cabana…
Que ao longe me oferece mil sonhos… Junto à porta vejo anjos a cantar… Cantam e dançam por cima do tapete verde da erva daninha… E uma flor… Não, duas flores… Eu e tu de braços bem apertados, junto ao corpo…
E uma cabana…
Os olhos se fascinam… Aquela cabana até a minha boca seduz… Até aquele horizonte me convida ao abraço… Até o mar nos quer humedecidos e o limite de tudo é a luz…
E uma cabana…
Os anjos cantam uma canção feita de amor… Coro de um céu, onde a perfeição se chama cor… Cabelos ao vento de caracóis ondulantes… Voos triunfantes que acariciam os nossos sonhos… O amor entre nós…
E uma cabana…
Uma cabana… Vestida de janelas com cortinas cor da ceda… Amor… Fogo… Labareda… O nosso calor…
E uma cabana…
Onde sentimos na voz da cantoria, os eriçados músculos que intensificam os passos que damos até lá… Até que deixo de ver os anjos… O mar se envolve de nevoeiro… As ondas mergulham em minha chama e as gaivotas… Poisam na cabana de bambu…
Esfrego os olhos…
Consigo sorrir neste momento… Escrevo na folha branca do meu caderno… Estou deitado num tapete verde, onde sinto o contraste da cor esperança da erva daninha… E o laranja das papoilas…
E uma cabana…
Um sonho feito de bambu… Pura criação das palavras de um sonhador, que vão para além da imaginação do amor… O sonhar com um tapete, onde duas flores se querem amar…
Uma cabana… Que não existe… Ou existe somente dentro do meu caderno, para te sonhar…



José Alberto Sá

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O rasgar

O rasgar

Alguns sonham que as unhas somente deslizam, sonham que as mãos e os dedos formam o cravejar doce, capaz de intensificar completamente o prazer…
Eu sei…
Que pela unha… Se solta o grito… Rasgos do interior… Unhas que dançam na suavidade de um corpo que destaca a vontade.
Eu sei…
Que pela unha… Se fascina a costa moldada para se talhar, mulher completa e nua… Obra de arte… Que se solta no meu subconsciente…
Solta de amarras, onde o mar é o lençol, as ondas, são o sorriso escondido onde se humidifica a língua… A pele desliza, ou seja… Serpenteia… Mãos que embalam cada unha que fere… Que rasga… Se solta o grito novamente… Poesia? Talvez… A unha rima com tudo…
Eu sei…
Que alguns sonham que imitam a arte, que fazem esculturas submersas em suores… As unhas trabalham sem ferir a beleza, como se fossem cerdas de cavalo no violino… Acordes… Timbres… Melodia a cada toque…
Gemem… Ambos gemem… As unhas somente são instrumento…
Eu sei…
Que pela unha… Se perde os sentidos… A alma se derrete… Geme… Fala… Grita… Rebola…
Exagero? Não! As unhas são parte da natureza… Amo dar-lhes espaço e utilidade…
Eu sei…
Que alguns sonham… E pela unha se vive… Mãos… Dedos… Completos de amor…


José Alberto Sá

Por entre...

Por entre…


Por entre…
Por entre os espinhos de uma flor
Aromas misturados
União perfeita
Apaixonados
Amor
Rosa que se deita

Por entre…
Por entre os suspiros de uma dama
Fragrâncias misturadas
União ou chave
Flores desabrochadas
Voo de ave
Quando se ama

Por entre…
Por entre vermelho carmim
Perfumes sensuais
União da carne
Corpos como flores normais
O amor que me chame
Por entre… O sim



José Alberto Sá

Tu e eu

Tu e eu

Eu não preciso
Que acendas a luz

Eu não preciso
Que seja dia

Eu não preciso
Que olhes o que faço

Eu não preciso
Que me peças

Eu não preciso
Que chova lá fora

Eu não preciso
Que o sol se veja

Eu não preciso
Que o vento sopre

Só preciso de ti
Que me ames

Tu
E eu… Mesmo que perdidos no segredo de uma noite sem luz.


José Alberto Sá

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Depois do caminho

Depois do caminho

Quando eu não puder pisar o chão… Quero imenso flutuar em palavras
Quero imenso que fique tatuado no céu, que a luz desse teu olhar… É algo mágico e verdadeiro
É a luz do nosso canto…
Quando eu não puder… Peço que não me esqueças…
Que me ilumines, até que os meus pés não toquem o chão, até que a noite e o dia não precisem de mim.

Que a luz desse teu olhar seja o meu altar… O brilho que me faz sonhar
Quando eu não puder pisar o chão para te sentir…
Está gravado no peito que já é teu, que a luz do nosso amor é a luz que amo… E amo tanto
Tanto que um dia… Quando não puder pisar o chão… Olharei tua luz… Teus olhos.

A sensatez que caminha a meu lado… És tu… Aceitei esse perfume depois de me ofereceres a tua claridade…
És a razão de um olhar e o bater de um coração, que um dia não precisará deste chão…

Quando eu não puder…

Serás eternamente o abraço apertado, o coito que não consigo esquecer… Pele veludo, onde a vontade… É tudo…
Quero tanto meu amor, que ao me olhar consigas atingir a luz, que consigas sentir a vibração do meu amor e da minha mão…
Quando eu não puder pisar o teu chão…

Peço-te que me olhes de igual forma… Que sejas o reflexo da minha existência…
Quando eu não puder… O chão terá paciência e recordará os meus passos… Será como um beijo apreciado e decorado no chão do meu caminho.

Quando eu não puder… É porque a razão chegou ao fim… Serei eu pelo chão com amor… Serás no mesmo chão uma flor…
Sempre na luz de um olhar…


José Alberto Sá

domingo, 24 de agosto de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Só peço que não deixes de te importar… Não hesites… Eu sou aquele que um dia se importou contigo.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Porque sou, porque sei, porque tenho e porque vivo.
Chamo hoje ao agora… Chamo presente a este momento.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Olho com estes olhos, translúcidos de luz e amor… Olho para que me olhem, com a mesma força e a mesma cor.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Eu não entrego o meu caminho, mas deixo que caminhes a meu lado.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Cultivo nas terras da amizade, sementes de um amor fiel, tão fiel que sempre espero uma boa colheita.


José Alberto Sá

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Por aí... Te encontro...

Por aí… Te encontro…

Andei por aí, mas nunca… Nunca te perdi…
Andei por aí, mas nunca… Nunca deixei de pensar em ti…
E nasceu o sol… Sempre te vi
Se fizeram formas doces por entre as ondas… Sempre te imaginei… Pura…
Se fizeram canções naquele céu… Era amor…
Eras tu…
Era eu…

Quando sonhava, ouvia-te cantar no bailado das gaivotas
Andei por aí, mas nunca… Nunca senti a tua ausência…
Existiam janelas de sorrisos… Corações abertos e cantigas…
Como existiam olhares por entre mil portas
E se fazia calor… Sempre sonhava contigo na minha inocência…
Eras tu…
Se fez noite… E eu abraçava só para te sonhar…
Fotografei imensas cores no sonho… Quantos arco-íris, quantas cores pastel… Quantas flores… Quanto mel…

Andei por aí, mas nunca… Nunca te esqueci…
Se fizeram dunas… Ondulações cobertas de plumas…
Suavidades que por aí… Me fizeram sentir teu perfume… Esse amar de ti
Se fizeram estrelas… Luzes incandescentes, iguais ao teu olhar…
Fotografei a sonhar…
Lindas melodias de sereia… Que brilhavam nos raios do luar, meninas sentadas nos reflexos iguais aos olhos que conheci…
Segredos de luz que encandeavam os olhos mais preciosos que conheço… Os meus… Para ti

Andei por aí, mas nunca… Nunca sofri…
Se fizeram horas, dias e semanas… Nasceu a paz, o caminho, o encontro e sempre o fiz com amor
Andei por aí, mas nunca… Nunca pedi que ficasses…
Meu amor, não era preciso eu te pedir… Sempre estavas presente…
Meu amor, eu sei que tal como eu, também tu te encontras a sonhar… Achada a andar por aí…


José Alberto Sá

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Tenho medo...

Tenho medo…

É de punhos serrados que luto por ti… Em cada nossa dos meus dedos, está escrito o amor que te eu tenho.

É de punhos serrados que persigo os teus passos… Em cada nossa dos meus dedos está tatuado o desejo de te seguir.

Punhos impermeáveis para que não me fujas… Em cada nossa dos meus dedos… Exponho a força que me faz lutar por ti.
E serrados mantenho os meus punhos, que somente se abrem para te escrever… Porque em cada nossa dos meus dedos existe poesia.

Mas…

Tenho medo que me fujas… Tenho medo de ver-te fugir por entre os meus dedos… Medo que não voltes… Medo que em cada nossa dos meus dedos, não consiga encontrar a força necessária, que eternize o nosso amor.

É de punhos serrados que sozinho te seguro… É de punhos serrados que sozinho choro a solidão… Em cada nossa dos meus dedos te imagino… E quando te vejo… Meu amor… Penso que será a última vez…

Tenho medo… Muito medo que me fujas por entre os dedos que te seguram…Que te amam e te encerram em meu coração.

Tenho medo… Tenho medo… Tenho medo…


José Alberto Sá

sábado, 16 de agosto de 2014

Cartas de poesia

Cartas de poesia

Teus lábios reflectem no rio… Apetece-me chafurdar no vermelho, a cor da atracção, a cor do beijo.
Sinto a presença do amor que escrevo… Sinto… São cartas que coloquei no navegar dos meus sonhos… Sinto… Parecem barcos, que também vieram olhar os teus lábios reflectidos no rio…
São teus… E…
Apetece-me humedecer os dedos na água fria… Na procura do calor por entre o vermelho sedutor… Teus lábios são incrivelmente belos.
Cada carta que desliza, transporta uma mensagem, a distância entre o poema e a vontade nela contida… Amo o vermelho dos teus lábios…
Os meus… Vão navegando até ti…
Parecem barcos que transportam mercadoria… Mas… Somente levam amor… Poemas que escrevi enquanto sonhava nas margens deste rio…
Teus lábios não me deixam cansar, escrevo continuamente para ti… Amo-te até à exaustão… O vermelho transporta-me à vontade de chafurdar… Deixa-me chafurdar no vermelho deste rio, onde sorris.
São teus… E…
Prometo que na próxima carta, escreverei um poema só para ti… Sentirás no papel branco, o vermelho dos teus lábios e no poema sentirás os meus lábios que te desejam.
Os meus… Vão navegando até ti…
Apetece-me mergulhar na tua abundância… No poema deixarei a assinatura dos meus lábios… Mas…
Os lábios que reflectem no rio deste meu sonho, são os que me inspiram a escrever… Amo-os… Amo-te…


José Alberto Sá

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Anjo de luz... Menina de asas doces

Anjo de luz… Menina de asas doces


Poderás saltar… Correr até que te abrace… Porque meus braços são os suportes do nosso amor.
Sou luz e te espero…
Poderás cair sem que te magoes… Eu te segurarei no tempo exacto… No momento perfeito em que ambos seremos um.
Sou luz e te espero…
Poderás voar… Surreal seria não o conseguires… Pois te imagino nas asas do meu sonho… Meus olhos te olham na suavidade do meu céu.
Sou luz e te espero…
Poderás sentir frio em teus lábios… Mas ao me encontrares serei teu conforto… Serei a boca gigante que te abocanhará na vontade de um vulcão.
Sou luz e te espero…
Poderás sentir pulsações fortes… O medo de poderes cair e eu não estar para te abraçar… Isso será impossível… Eu vivo contigo ao segundo.
Sou luz e te espero…
Poderás deslizar pelas estrelas… Sucumbir à luz da lua… Sentir atracção pelos raios do sol… Mas eu te darei sinal… Olharás pelo azul e sentirás carne… E terminarás deslizando até ao meu coração… Eu te receberei na autêntica vontade poética.
A lua também é minha… O sol também é meu…
Sou luz e te espero…
Poderás dançar… Pois ao chegar em meu regaço… Serás completamente minha… E a dança continuará… Seremos a obra… A arte… O poema…
Sou luz e te espero…
Poderás cair virtualmente… Mas cairás num momento real… Eu sou de verdade e te espero… Anjo de luz… Minha menina de asas doces.


José Alberto Sá

Chão que me dá vida

Chão que me dá vida

Neste chão onde dança o pó, onde dança o meu azul céu, onde dança o extremo da minha imaginação… É o mesmo chão que por vezes me recusa, nas danças do meu interdito desejo.
Este meu chão de amor…

É quando nele…

Que se solta o vento que sai da boca… Suspiros… Solta o ai que rebenta o prazer suplicante… E o chão que me encanta… És tu, chão completo e nu.

Oh meu chão, que não te silencias, que gritas gemidos agrestes de provocação… Consegues anular-me o pensamento… Nem palavras… Nem tempo, somente a pulsação acelera…
Oh chão do sonho viril… Oh chão que me espera…

É quando nele…

Nele… Que passo as minhas mãos, pelas ranhuras… Eu consigo sentir as curvas, os volumes e cavidades… Chão que testemunha esta evidência… O amor… Intensidades e persistência…

É quando nele…

Quando… Até as narinas soltam prosas da respiração… Quero-te sentir dentro do meu quarto… Serás chão da minha cama… Quero… Sentir-te boneca… Manequim… Olhar-te até esquecer, que o chão onde dança o pó… É o chão de lábios vermelhos, onde tomba o meu céu, onde me sinto entrelaçado…

O pó é somente o que resta dos nossos sorrisos… Loucuras de um chão onde dança o meu azul céu.
Amo-te chão que me dá vida… Amo-te meu amor.

És chão… Sou chão… Sou teu…



José Alberto Sá

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fetiche...

Fetiche…

Mãos atadas? Não!
Mãos libertas e fechadas nas cordas de ti. Tu me fazes sentir bela quando amarrada ao coração rubro… Que amo e cubro…
E de costas voltadas, faço-te imaginar a minha expressão, um sorriso? Uma lágrima? Talvez a doce vontade de morder… Ou não!

Sei que te perturbo a mente quando me vestes assim… Sou um corpo quieto… Nu e teu.
Mãos atadas? Não! Mãos em forma de amêijoa, com a vontade de soltar pela boca o que queres ouvir… Sempre queres ouvir o meu chamamento… Anda despe-me deste nó… Desta amarra vazia, pois mesmo em concha não consigo sentir a pérola… Anda despe-me, a pérola és tu…

Mãos atadas? Não!
Espero somente que me dispas e me vires para ti… Verás que as amarras te abarcarão o pescoço… Te puxarão até minha cintura… E tu… Não vais reagir… O poder da minha nudez te bloqueia… Sentirás em ti a corda apertada… Dura… Pois dura é a forma que desejo… Durante e após… Dura o tempo exacto… Duro! Isso somente depois de me despires…

Mãos atadas? Não!
Atado é aquele que não experimenta o sonho… Sonhar é amar, quando se ata em amor…
Mãos atadas? Não! Ele ama-me demais… Ata e desata… Como quem sobe e desce…
Mão atadas? Não! Fetiche e amor… Simplesmente sabedoria… Magia ou poesia, se de mãos atadas se soltarem palavras de amor.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Não chega a brilhar na terra… O luar de uns olhos que não querem ver.


José Alberto Sá

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Mulher de olhos claros… Que beijo todos os dias… Claros são os abraços… Os beijos são alegrias…
Os olhos são a tua luz… Mulher de olhos claros… Abençoado Jesus.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

A cruz que trago no peito… É fé… É amor… É respeito.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

E sempre num horizonte de Deus… Peço às vozes do meu mar… Que olhem o mundo deste meu chão…
E de joelhos na areia fina, peço ao mundo a rezar… Ouvindo as ondas cantar… A mais bela oração.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Assim fala o meu coração… Oiçam-no… Ele amo-vos.


José Alberto Sá

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Meu coração precisa...

Meu coração precisa…

Eu preciso de te ver
Que seja, um dia qualquer
Que seja uma última vez
Mas eu preciso outra vez
De te ver… Mulher

Eu preciso de ti
Que seja num dia de amor
Peço-te… Por favor
Mas eu preciso outra vez
De te ver… Em meu calor

Eu preciso de ti… Preciso tanto
Que sejas nesse dia o meu prazer
Que sejas o meu encanto
Mas eu preciso outra vez
De ti mulher… Em meu manto

Eu preciso te tocar
Nem que seja a minha última sensação
Nem que seja a nossa última união
Mas eu preciso outra vez
De afagar este sofrido coração

Se vieres… Eu serei teu em nosso sentir
Que sejas o momento do meu sorrir
Mas eu preciso outra vez
De ti… Um momento de cada vez
Mulher do tempo que há-de vir

Eu preciso de ti…

José Alberto Sá

Terra que (nus) enterra

Terra que (nus) enterra

Incrível…
Nesta terra onde se luta
A mesma que dá fruta
Nasce o pão, nasce a vida
Nesta terra que se permuta
Terra imensidão, sem medida…

Incrível…
Nesta terra de juramentos
De amor, paz e sentimentos
Nasce o beijo, nasce o amor
Nesta terra de alimentos
Terra… Somente terra e dor

Incrível…
Nesta terra de pobreza e riqueza
A mesma que dá e depois tira
Nela nasce a gula e a incerteza
Numa terra onde nasce a ira
Terra … Somente terra sobre a mesa

Incrível…
Nesta terra, onde alguns frutos têm casca
A mesma de frutos despidos… Frutos à rasca
Nela nasce o poder de quem governa
Nela morre a desgraça pela berma
Numa terra… Somente terra e nada mais

Numa terra… Somente guerra dos anormais
E esses… Estão no topo da cadeia alimentar!
Dá para acreditar?
Incrível…
Nesta terra… Somente terra desprezível…


José Alberto Sá

Uma canção para mim

Uma canção para mim

E eu menino… Sou canção
E eu menino… Amo o perdão
Sendo menino… Sou uma mão
Que agarra perdidamente
Tão-somente… O coração
E eu menino… Sou simplesmente
Uma semente… À luz um grão

Sou menino… Que habita a terra
Sou menino… Que não quer guerra
Tão pouco sou… O que não quero
Sou menino… Do tempo austero
Que olha as horas com vontade
Somente pela verdade
Sou menino… Sou liberdade
Um ser… Que ama qualquer idade

E eu menino… Sou menino
Simplesmente
Tão-somente… Que pequenino
Sou um coração, que diz… Sou do destino
Sou canção… Sou perdão
Sou amor… Sou flor… Eu sou o hino
Uma mão… Menino na imensidão
… Do vosso chão…
Sou eu

José Alberto Sá

domingo, 10 de agosto de 2014

sábado, 9 de agosto de 2014

Sem sol... Sem lua

Sem sol… Sem lua

Eu não compreendo, porque a rua me transporta às cantigas com sentimento… Talvez por sentir a ausência de alguém…
Olho o céu e… As nuvens trepam pelo meu sentir e se evaporam, dentro do meu coração… Eu não compreendo todo o amor, que sinto na minha rua…
E eu tanto a estimo.
É ao chegar à rua que me atrevo a seguir-te… És a direcção do meu olhar… O meu azimute…
Eu não compreendo…
O porquê da rua me levar pela berma… Quando lembro o sentido das palavras que trocamos… E foram tantas… Amava caminhar pelo centro…
Mas não…
A rua continua cinzenta… A cor suja que trilho na esperança de uma outra cor… Talvez um dia contigo… Os caminhos sejam de amor.
Eu não compreendo a vida sem jardins… Sem bermas floridas… Sem margaridas e outras flores…
E a rua comigo, seria contigo amor… Os meus olhos nos teus… Compreenderia…
Mas não…
Eu não compreendo, porque a rua se evapora por debaixo do meu passo, quando nada levo, nem tu. Me trazes algo…
Tu por vezes não caminhas na mesma rua… Foges-me.
Eu não compreendo a minha rua, sozinho… Teus passos fazem-me falta… Ou simplesmente o teu olhar… Teu falar… Teu carinho…
Amava compreender a minha rua… Contigo.
É miserável sentir o meu universo boémio por não te ter… Lê o preto desta folha…
Escrevi na rua… No boémio de ti… Nua…
Eu não compreendo a minha rua, sem um sol… Sem lua.



José Alberto Sá

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sozinho, ninguém me ouve...

Sozinho, ninguém me ouve…

Ajudem-me a gritar…
Tirem-me daqui… Ou gritem comigo
Detesto as mentes imundas a céu aberto!
Vozes sem ar
E cheira-me a terra em putrefacção
Preciso de um abraço… Um abrigo
Preciso dos vossos olhos sem lágrimas
Preciso… Que as vozes calem, que fale um coração

Sozinho, ninguém me ouve…

Ajudem-me a gritar…
A terra já não dá pão
Não…
A terra, já não é terra
É guerra…
É sangue… Preciso de ti, meu irmão

Sozinho, ninguém me ouve…

Cheira-me a bocas com fome
Cheira-me a olhos que querem ver… Mas têm medo
O céu se veste de abutres negros
Contentores de lixo… É a estrada que os consome
Tenho medo destes enredos…
Terra cinzenta… Gritos silenciosos como penedos

Sozinho, ninguém me ouve…

Ajudem-me a gritar…
O pó…
Não dá pão… É milho sem mó
Grão… Grão de areia sem mar
Sou eu quem digo… Que o grito não tem eco… É castigo
É o Sufoco de um pedido, sem vintém
Mas que alguém… Grite comigo


José Alberto Sá