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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fetiche...

Fetiche…

Mãos atadas? Não!
Mãos libertas e fechadas nas cordas de ti. Tu me fazes sentir bela quando amarrada ao coração rubro… Que amo e cubro…
E de costas voltadas, faço-te imaginar a minha expressão, um sorriso? Uma lágrima? Talvez a doce vontade de morder… Ou não!

Sei que te perturbo a mente quando me vestes assim… Sou um corpo quieto… Nu e teu.
Mãos atadas? Não! Mãos em forma de amêijoa, com a vontade de soltar pela boca o que queres ouvir… Sempre queres ouvir o meu chamamento… Anda despe-me deste nó… Desta amarra vazia, pois mesmo em concha não consigo sentir a pérola… Anda despe-me, a pérola és tu…

Mãos atadas? Não!
Espero somente que me dispas e me vires para ti… Verás que as amarras te abarcarão o pescoço… Te puxarão até minha cintura… E tu… Não vais reagir… O poder da minha nudez te bloqueia… Sentirás em ti a corda apertada… Dura… Pois dura é a forma que desejo… Durante e após… Dura o tempo exacto… Duro! Isso somente depois de me despires…

Mãos atadas? Não!
Atado é aquele que não experimenta o sonho… Sonhar é amar, quando se ata em amor…
Mãos atadas? Não! Ele ama-me demais… Ata e desata… Como quem sobe e desce…
Mão atadas? Não! Fetiche e amor… Simplesmente sabedoria… Magia ou poesia, se de mãos atadas se soltarem palavras de amor.


José Alberto Sá

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