Chão
que me dá vida
Neste
chão onde dança o pó, onde dança o meu azul céu, onde dança o extremo da minha
imaginação… É o mesmo chão que por vezes me recusa, nas danças do meu interdito
desejo.
Este
meu chão de amor…
É
quando nele…
Que
se solta o vento que sai da boca… Suspiros… Solta o ai que rebenta o prazer
suplicante… E o chão que me encanta… És tu, chão completo e nu.
Oh
meu chão, que não te silencias, que gritas gemidos agrestes de provocação…
Consegues anular-me o pensamento… Nem palavras… Nem tempo, somente a pulsação
acelera…
Oh
chão do sonho viril… Oh chão que me espera…
É
quando nele…
Nele…
Que passo as minhas mãos, pelas ranhuras… Eu consigo sentir as curvas, os
volumes e cavidades… Chão que testemunha esta evidência… O amor… Intensidades e
persistência…
É
quando nele…
Quando…
Até as narinas soltam prosas da respiração… Quero-te sentir dentro do meu
quarto… Serás chão da minha cama… Quero… Sentir-te boneca… Manequim… Olhar-te
até esquecer, que o chão onde dança o pó… É o chão de lábios vermelhos, onde
tomba o meu céu, onde me sinto entrelaçado…
O
pó é somente o que resta dos nossos sorrisos… Loucuras de um chão onde dança o
meu azul céu.
Amo-te
chão que me dá vida… Amo-te meu amor.
És
chão… Sou chão… Sou teu…
José
Alberto Sá
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