Sem
dizer uma palavra
Importo-me
com os cinco sentidos… Saciá-los faz parte do prazer que sinto… Que sinto na
elegância e na incansável beleza de uma mulher.
Importo-me
com o apetecível cerco, que me leva a sentir preso pelo feminino… Corpo que me
cerca os cinco sentidos.
A
boneca a quem dou a mão é perfeição… É o sentido apurado de um perfume
apaixonado… Tudo por ela… Boneca.
Por
ela… Derreto os cinco sentidos… Com ela partilho os encantos que eles me
oferecem.
Importo-me
com a inegável corrosão que ela me provoca, quando me olha…
O
olhar… A visão… Aquela sensacional luz que brilha e me chama, sem dizer uma
palavra…
A
boneca a quem dou a mão é um coração… Que me ama… Que me quer… Que me diz… Que
me traz e me leva.
Importo-me
com o inconfundível beijo… Desnudado paladar, onde a humidade me chama, sem
dizer uma palavra…
Sentir
é ser-se firme como a árvore que embala ao vento… Vento ou ar, pureza que
penetra dentro de mim, que me traz o seu cheiro… É belo sentir o seu perfume… É
belo levantar as narinas dilatadas e levá-las numa perseguição constante, até que
encontre o elixir que me provoca o cio…
Importo-me
com o desejável aroma… Sentido que me chama, sem dizer uma palavra…
Aceito
completamente a leveza do feminino, da minha boneca… Sempre a escuto, sempre
atento ao seu respirar… Sempre que me chama, sem dizer uma palavra… Sentido
inspirador do meu ouvido.
A
boneca a quem dou a mão é compreensão… Amo sentir a expressão de carinho… Amo
sentir o calor que moderniza o momento…
Importo-me
com a inquietude do toque… Da sensação de união… Amo o tacto… O desejo puro que
atrai e não quer descolar… Amo dar os meus cinco sentidos... Amo senti-los a
chamar por mim, sem uma palavra…
O
amor não precisa de voz…
Vê-se
Saboreia-se
Cheira-se
Ouve-se
E
toca-se, sem dizer uma palavra…
Amo
a minha boneca… Com os meus cinco sentidos…
José
Alberto Sá
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