Numa
cabana feita de amor
Ao
longe uma cabana, feita de bambu… Uma cama, um fogão, uma mesa… Eu e tu…
De
mãos dadas caminhamos…
Até
que ao longe, no horizonte, o limite é o azul… O mar, as ondas, as gaivotas, o
vento e um sol que nos convida a amar…
E
uma cabana…
Que
ao longe me oferece mil sonhos… Junto à porta vejo anjos a cantar… Cantam e
dançam por cima do tapete verde da erva daninha… E uma flor… Não, duas flores…
Eu e tu de braços bem apertados, junto ao corpo…
E
uma cabana…
Os
olhos se fascinam… Aquela cabana até a minha boca seduz… Até aquele horizonte me
convida ao abraço… Até o mar nos quer humedecidos e o limite de tudo é a luz…
E
uma cabana…
Os
anjos cantam uma canção feita de amor… Coro de um céu, onde a perfeição se
chama cor… Cabelos ao vento de caracóis ondulantes… Voos triunfantes que
acariciam os nossos sonhos… O amor entre nós…
E
uma cabana…
Uma
cabana… Vestida de janelas com cortinas cor da ceda… Amor… Fogo… Labareda… O
nosso calor…
E
uma cabana…
Onde
sentimos na voz da cantoria, os eriçados músculos que intensificam os passos que
damos até lá… Até que deixo de ver os anjos… O mar se envolve de nevoeiro… As
ondas mergulham em minha chama e as gaivotas… Poisam na cabana de bambu…
Esfrego
os olhos…
Consigo
sorrir neste momento… Escrevo na folha branca do meu caderno… Estou deitado num
tapete verde, onde sinto o contraste da cor esperança da erva daninha… E o
laranja das papoilas…
E
uma cabana…
Um
sonho feito de bambu… Pura criação das palavras de um sonhador, que vão para
além da imaginação do amor… O sonhar com um tapete, onde duas flores se querem
amar…
Uma
cabana… Que não existe… Ou existe somente dentro do meu caderno, para te sonhar…
José
Alberto Sá
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