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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Numa cabana feita de amor

Numa cabana feita de amor

Ao longe uma cabana, feita de bambu… Uma cama, um fogão, uma mesa… Eu e tu…
De mãos dadas caminhamos…
Até que ao longe, no horizonte, o limite é o azul… O mar, as ondas, as gaivotas, o vento e um sol que nos convida a amar…
E uma cabana…
Que ao longe me oferece mil sonhos… Junto à porta vejo anjos a cantar… Cantam e dançam por cima do tapete verde da erva daninha… E uma flor… Não, duas flores… Eu e tu de braços bem apertados, junto ao corpo…
E uma cabana…
Os olhos se fascinam… Aquela cabana até a minha boca seduz… Até aquele horizonte me convida ao abraço… Até o mar nos quer humedecidos e o limite de tudo é a luz…
E uma cabana…
Os anjos cantam uma canção feita de amor… Coro de um céu, onde a perfeição se chama cor… Cabelos ao vento de caracóis ondulantes… Voos triunfantes que acariciam os nossos sonhos… O amor entre nós…
E uma cabana…
Uma cabana… Vestida de janelas com cortinas cor da ceda… Amor… Fogo… Labareda… O nosso calor…
E uma cabana…
Onde sentimos na voz da cantoria, os eriçados músculos que intensificam os passos que damos até lá… Até que deixo de ver os anjos… O mar se envolve de nevoeiro… As ondas mergulham em minha chama e as gaivotas… Poisam na cabana de bambu…
Esfrego os olhos…
Consigo sorrir neste momento… Escrevo na folha branca do meu caderno… Estou deitado num tapete verde, onde sinto o contraste da cor esperança da erva daninha… E o laranja das papoilas…
E uma cabana…
Um sonho feito de bambu… Pura criação das palavras de um sonhador, que vão para além da imaginação do amor… O sonhar com um tapete, onde duas flores se querem amar…
Uma cabana… Que não existe… Ou existe somente dentro do meu caderno, para te sonhar…



José Alberto Sá

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