Voa comigo
Se agarrasses a minha mão
Ficarias a saber que não é
feita de penas
Ficarias a saber que o anjo
que levavas
Era o ser que amavas
Olhos leves, iluminados com penugens
de amor
E leves como o mais puro
algodão
Se agarrasses a minha mão
Ficarias a saber como pulsa
um coração
Dentro da mais bela flor
E de mãos dadas sentirias o
silenciar,
das palavras que vês nos meus
olhos
Palavras que ficam presas na
garganta
Sensíveis ao teu perfume, o
meu degustar
E se as agarrasses forte,
Sentirias uma vontade tanta
Que voarias nas penas deste anjo,
sem norte
Se agarrasses a minha mão…
Agarravas um pedaço…
Não o céu, mas o meu chão
Nasci assim…
Nasci nesta pele branca, com
pernas e braços
Sem penas, mas com asas de
vontade
Só assim consigo voar contigo
Dá-me a tua mão… Sente o amor
sem espaços
Sem tempo para fugir, sem
vento e sem idade
Voa nesta mão que te segura…
Vem comigo
Nasci de um verso ritmado
Num momento em que os corpos,
foram penas
Anjos loucos no leito
apaixonados
Me fizeram para voar,
como voam os poemas
José Alberto Sá