Pára... Quero muito te imaginar em silêncio...
Teu corpo é belo demais, para que o vento das palavras o firam.
José Alberto Sá
Os meus olhos são a luz que ilumina a minha mente, eles guardam as imagens da minha vida e o que viram terá de ser relatado. Se não o fizer não faz sentido a minha existência, escreverei no papel com a luz dos meus olhos e no fim cegarei em paz.
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Eco da minha rua
Eco da minha rua
A estrada é rua
Calada
Nua
É fria
Vazia
Quando tudo sem ti
É fala
É verso
Que cala
Se presto
Se não presto
Se rala
A rua é estrada
É nua
É nada
É tudo cinzento
É chuva
É vento
E o sorriso sem ti
Preciso
Na rua
Da tua
Pele crua
Da vida
Querida
O caminho
Sem terra
Sem guerra
Com chão
Sem pão
Sem eco… Sem ti
Com eco
Perdido
Se a rua é estrada
Cinzenta e nua
Se a estrada é rua
Sempre sem ti
Assim a sinto… Nua… Mas tua
José Alberto Sá
domingo, 29 de setembro de 2013
Uma janela de luz
Uma janela de luz
Se a manhã me conhecesse
O sol seria todo meu
Não deixaria que adormecesse
Deixaria que acontecesse
O amor que vem do céu
Entra…
Belo sol que me vem acordar
Bate forte na janela
É a manhã a me chamar
Com um beijo para dar
Nos braços de uma donzela
Entra…
Ó calor que me leva e me
levanta
Melodia do sol e do canto de
um passarinho
É a manhã que se encanta
Quando o sol sai da manta
E ama devagarinho
Entra…
Linda manhã que vem ficar
comigo
Fica com o sol num dia de luz
O brilho que entra pela
janela de um amigo
Se deita no colo em meu
abrigo
Querendo sentir a minha
presença,
como eu sinto o amor de Jesus
Entra…
José Alberto Sá
sábado, 28 de setembro de 2013
Eu sei...
Eu sei…
Eu não sei que fazer
Eu não sei como te falar
Não sei que me pode acontecer
Vem comigo… Vem-me amar
Eu não sei…
Que caminho caminhar
Que palavra te dizer
Eu não sei…
Se um dia, uma noite… Te vou
conseguir
Eu não sei como te posso ir
buscar
Vem comigo
Vem-me ver
Vem depressa… Vem-me sorrir
Eu não sei
Se um dia, uma noite… Te
poderei roubar
Eu não sei
Se o tempo
Se o vento
São duas formas de contar
Vem comigo
Vem-me ver
Sou castigo, sou o sofrer
Sou um mendigo por amar
Peço
Tropeço
Levanto
Danço… Canto
Mas não sei
Como te posso alcançar
Vem comigo
Vem-me ver
Meu coração é teu abrigo
Meus braços
Meus olhos
Te querem receber
É tudo tão difícil, que eu
sei…
Que seria bom demais…
Te conhecer
No silêncio e nos ais
José Alberto Sá
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
No bosque
No bosque
Era no castanho da terra,
que eu via o que não negava
O desejo que via e me
incendiava a guerra
Por ali… O bosque se
humedecia,
na cuspe como no orvalho
lacrimejado
E eu amava… Amava…
Amava pelo espelho de água
que me sorria
Submergias… Fresca e
brilhante
Desse lago de cristal… por
mim adorado
Era no verde dos muros,
que eu via o que não levava
A ti… O bosque chamava pelo
meu olhar
Sem palavras, sem gestos… Sem
sussurros
Eu amava… Amava…
Amava pelo ruído do cascalho,
no teu caminhar
A carne… Essa carne! É o
sonho… Miragem
A realidade que desejo e que
me chamou
A esta viagem
Este espreitar… De um louco
que sou
Era no branco da nudez,
que eu via o que não tenho
A ti… O bosque se misturava
na tua tez
Eu imaginava a colina entre
os dedos,
é ao que venho
Eu amava… Amava…
Amava o bosque e a sua
divindade
Sentia-te como quem olha um
pavão real
Pedi que soltasses o néctar
da tua alegria
E tudo foi simplesmente
surreal
Ficamos na terra, no verde,
no branco
Deitados naquele manto
Num bosque de fantasia
José Alberto Sá
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Apontado à luz
Apontado à luz
E os dedos hirtos apontaram o
céu
Não se ouviu relampejar
A névoa não tapou o sol
E os dedos de um ser como eu
Fizeram-me ouvir, fizeram-me
chorar
Não havia névoa, ao longe se
via o farol
E os dedos hirtos sem auréola
de luz
Fizeram-me sentir o fresco do
mar
As ondas de um mar manso
E os dedos de um ser como eu,
lembraram Jesus
Fizeram-me sorrir, fizeram-me
cantar
Não havia névoa, o céu estava
em descanso
E os dedos hirtos tremiam ao
apontar
Não se ouvia o vento
As pessoas em volta estavam
como eu
E os dedos de um ser que
sabia falar
Ergueram-se em voz alta,
compassada no tempo
Um tempo sem névoa, que
também era meu
E eu…
… Eu ouvi…
O amor de um ser, que nos
falava do céu
… Eu senti…
Que os dedos hirtos,
eram de um amor que também é
teu
José Alberto Sá
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Escrevo-te
Escrevo-te
E sobre as linhas do teu
corpo escrevi
Rendido à beleza dos
contornos perfumados
Escrevi abusos em teus seios
Escrevi… Escrevi…
Palavras contornadas pelos
afagos
Pelos sussurros perdidos
pelos meios
Qual sanguessuga penetrando
na pele
Sugando toda a tinta que
cobiçava
Escrevi sobre teu corpo
dourado, cor de mel
Palavras como beijos quando
sugava
E sobre as linhas escrevi o
amor
Assinei a paz pelo território
amado
Escrevi sobre vales e
montanhas a mesma cor
Escrevi em desertos e oásis…
Por todo o lado
Palavras que pelo teu corpo
estavam nuas
Palavra que eram a chave para
te abrir
Palavras como tu… Simples,
belas e cruas
E sobre as linhas tranquilas,
ouvia música
Sentia o vai e vem da
respiração
Escrevi palavras que
ondulavam com astúcia
Radiantes pela destreza de
uma mão
A mão,
Que as escrevia
E sobre as linhas do teu
corpo… Eu sou o dia
O dia em que escrevo sobre o
teu coração
Um pulsar doce que senti
Um corpo, uma mão… Muito amor
Nas palavras que escrevi
José Alberto Sá
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Aventura
Aventura
Dançava com a lua
O cabaret abriu a porta
As luzes se acenderam
E nua…
Sim… tu estavas nua
Só eu fiquei…
Alguém que se importa
Estava iluminada publicidade
Onde reluzia uma menina
Linda de tenra idade
Branca… Doce… Pequenina
Dançava no palco sozinha
O barão transpirava
a humidade de um corpo belo
Só eu estava…
Eras minha
Levantei-me da cadeira
Sorriste para mim
Peguei-te na mão
Soltei meu coração
Me disseste que sim
No cabaret da ribalta
Onde a dança ama o fado
Onde a cor convida a malta
E o amor é o outro lado
Atravessamos a rua
Subimos a escadaria
Todo o ar sorria
Num quarto fechado
E tu nua
A meu lado
Sem quase falar
Só quisemos amar
Esquecer a mente pura
Subimos às estrelas
Num mar de caravelas
E vivemos a aventura
José Alberto Sá
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Como eu amo
Como eu amo
Todos os dias
Eu amo
Ai… Como eu amo todos os dias
Queria gritar todo o amor que
tenho
e não consigo
Ai… Como eu queria
Não me sinto capaz de
demonstrar
tudo que quero
Todos os dias… Que desespero
Não me conseguir libertar em
amor
Mas eu amo… Todos os dias
Ai… Como eu amo
Ai… Como é bom o abrir de uma
flor
Como é bom o sorrir da
felicidade
Queria tanto gritar a tudo o
mundo
Que amo todos os dias
Ai… Como eu vos amo bem fundo
Ai… Como eu amo as cantorias
Os sons celestiais dos anjos,
que me fazem sonhar
Os carinhos do sol quando me
levanto
Ai… Como eu amo sentir o
vento soprar
Ai… Como eu amo a lua que à
noite
é meu manto
Todos os dias
Eu amo
Ai… Como eu amo as crianças
Ai… Como eu amo os pássaros
em liberdade
Queria gritar ao mundo, todas
as esperanças
Gritar em amor, pois só ele é
verdade
Todos os dias…
Ai… Como eu amo
José Alberto Sá
domingo, 22 de setembro de 2013
Garra macia que me prende
Garra macia que me prende
Sinto que és o contrário das
trevas
Garra que segura a minha ceda
Este meu tecido que levas
Este frágil corpo que
embebedas
Com o louco amor da tua
lavareda
Sinto que correrás pelos
poros que amacias
Garra tua afiada que sabes
deslizar
Por este meu tecido que
acaricias
Este frágil corpo de pele que
não conhecias
Nem sabias… Que era tão bom a
amar
Sinto que me arranhas, como
quem toca harpa
Garra com unhas pintadas com
a mais bela cor
Para mimar este meu corpo que
não se farta
Este frágil poema que levas
na carta
Para que ao abrir a sintas
com amor
José Alberto Sá
sábado, 21 de setembro de 2013
Só...
Boa noite
Hoje quero-me só
Só para vocês
Só para vos olhar
Só para vos sentir
Só para vos ter
Só para vos escrever
Só para vos contar
Só para vos sorrir
Hoje quero continuar só
Só para vos amar
José Alberto Sá
Beijinhos/abraços
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Sonho...
Sonho…
Ávido por entre as torres
Saboreando as entalhas do
castelo
O norte… O sul
Deusa dos amores
As muralhas de caramelo
O meu céu, o meu mar… Meu
azul
Oh corpo que celebro com meus
dedos
Ao tatuar as torres de pele
crua
Ávido pela auréola dos teus peitos
Rainha sem medos
Domada pela sagaz vontade
quando nua
Torres que se fendem nos
suores dos leitos
Sinto-me sentinela, teu
vassalo
Capaz de sangrar pela força
de um amor
Ávido sim, de olhos no mastro
No subir da bandeira, no
relinchar do cavalo
Oh corpo de dama, que me
levantas ardor
Sinto-te minha lua, me sinto
teu sol… Amarelo astro
Ávido pelo esfregar em
roliços gemidos
Dançando nos fardos de palha,
que no campo são almofadas de
sol
Ávido rebolo contigo pela
terra, corpos unidos
Que no amor, são corpos sem
malhas
Que se amam e se transformam
em girassol
Ávido é este meu sonhar
Rainha com quem sonho sem
conhecer
Sou um rei sem trono,
querendo voar
E acordar deste sonho e
contigo viver
José Alberto Sá
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Interior
Interior
Procuro os teus pés
Por entre as secreções
eléctricas
Reviro as papilas… Só tu
sabes
… Só tu és
Aquela que por entre vontades
frenéticas
Faz revirar o branco dos
lençóis…
Onde só tu cabes
Procuro-te na cavidade da
minha boca
Ferves como espuma do mar
E erecta queres sentir a
leveza louca
O meu bater de asas…
Borboleta a acasalar
Procuro o teu pulso
É nesta sede que sinto o
abanar da cama
Amarro-te, algemo-te neste
amor avulso
Somente nosso, o colchão é
chama, é fama
A estrela é ele,
é ele que sente o espetar das
unhas
As risadas, gemidos em saliva
Néctar que nele se derrama
até secar
Pois descanso contigo, menina
altiva
Um descanso onde te procuro
com beijos
E ao olhar o espelho vejo-te
feliz
Diz… Diz…
Diz que foi bom, a satisfação
de mil desejos
Um deles… O procurar de teus
pés
Outro… O procurar de teu
pulso
Conhecer-te de lés a lés
Meu néctar em teu
esconderijo… Expulso
Foi neste procurar de amor
Que conheci o teu interior
José Alberto Sá
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
A tua...
A tua…
É seda, essa ameixa
Que atrai de mim a abelha
… Deixa
Deixa poisar sobre essa pele
reluzente
O sol é o ventre que se
assemelha
Ao ferroar de quem aparelha
Como é bom sentir o veneno
doce e quente
De um ferrão persistente
Que ama a linda e perfumada
ameixa
… Deixa
Deixa o lume derreter a cera
Levar na minha língua o pólen
e o mel
… Deixa, beber-te… Ai quem me
dera
Sentir-te no vermelho do
núcleo corporal
E na auréola amarela da flor,
beijar-te a pele
… Deixa
Sentir em ti o meu orvalho
E nas gotas do teu suor,
ver-me ao espelho
Sentir ao toque o brilho
cristal
Quero segurar-te por entre as
entranhas
No amarelo pólen e no vivo
fugaz vermelho
Onde a cor é o céu celestial
E a terra é o colo onde me
acompanhas
… Deixa
Colidir meus dedos e os dentes
Saborear as cores de um pavão
real
Tu…
… Deixa
Deixa-me ser eu por entre
perfumes ardentes
Beliscar-te sem mal
Nesse corpo celestial… Nu
Tremo neste beijo
É a mudez da minha boca,
aflita
Aguada pela tua… Néctar da
minha caneta
Tremo pelo desejo
Membro solto que salpica
A vontade, a coroa onde o
ferrão se espeta
É na sede… Da seda a tua
ameixa
… Deixa
José Alberto Sá
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Cópias
Cópias
Copiei o céu, com o azul do
meu olhar
Copiei a terra, com os passos
do meu caminhar
Copiei o mar
Copiei o deserto
E quando me senti mais perto
Com um coração de amar, eu
soube copiar
Copiar o sorriso, com os
lábios do meu respirar
Copiar o amor, com o coração
a pulsar
Copiar o beijo
Copiar o abraço
E quando te quero, quero tudo
que faço
Nesse corpo teu, que copiei
no desejo
Copio a beleza, com dedos que
te acariciam
Copio a candura, com estes
versos que escrevo
Copio a musa
Copio a diva
E quando me as vozes me
diziam
Que copiar era amor, a ti o
devo
Cópias nuas sem blusa
Cópias tuas, menina altiva
Textura branca que de mim
abusa
Quando por cima de ti… A
cópia é criativa
José Alberto Sá
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Perdi-te amor... Quero-te amiga...
Perdi-te amor… Quero-te amiga…
E no tempo que passou, eu não
dei de conta
Falaste-me e eu não te
respondi
Acenaste-me e eu pensei ser
um adeus
Conta… Conta…
Conta-me mulher como foi esse
tempo aí
Esse passado que hoje me
arrependo… Ponteiros meus
Disseste-me que passou, mas
eu não entendo
Não entendo esse tempo que te
levou
Levou de mim essa candura que
me vai roendo
Pedaços, estilhaços de uma
granada que sou
E no tempo que passou, eu não
dei pelo contar
Contas que me fizeste
Poemas que me recitaste
Conta… Conta…
Conta-me outra vez desse
passado pulsar
Desse tempo onde me quiseste
E eu… Não soube aproveitar… Por
ser um traste
Disseste-me que contaste, não
ouvi
Contas que em meu corpo
tatuaste
Palavras que me quiseste
ofertar
E eu… Não soube acompanhar
quando te vi
Conta… Conta…
Conta-me só mais esta vez,
porque me deixaste
Naquele momento que triste me
viste… Chorar
Conta-me… Eu conto o que
escrevi
Assim… Olá amor…
Perdoa-me, por não saber
estar à altura
Perdoa-me amor, por não te
ter levado comigo
Hoje estou aqui… Neste corpo
que o medo segura
Um ser que não soube levar a
coisa mais pura
E ser teu… Seres minha… Que
amargura
Perdoa-me amor… Deixa-me ser
teu amigo
E no tempo passado, sem
retorno, sem inversão
Deixa-me ser…
Deixa-me ter…
Deixa acontecer…
A vontade que chora em meu
coração
Hoje, somente quero que me
cumprimentes
Que me digas um olá
Com esse teu perfume de
rapariga
Serei feliz com teu sorriso,
eu te sinto, tu me sentes
E no tempo passado… Serei o
amanhã
Olá amiga…
José Alberto Sá
domingo, 15 de setembro de 2013
Merecer
Merecer
Tu mereces todos os cenários
possíveis
Seres a praia, se o mar for
eu
Tu mereces as ondas
irresistíveis
Amar as estrelas, se o meu
olhar for o céu
Tu mereces…
Tu mereces… Tudo que imaginas
Seres o deserto, se o calor
sair de mim
Tu és a musa das vontades
femininas
Que imaginas, se fores flor e
eu for o jardim
Tu mereces…
A tua beleza merece…
Sorrir se a felicidade
estiver em nós
Seres o rio que o meu corpo
humedece
E seres o beijo, seres meu
desejo
E sentir a minha voz
Tu mereces…
Tu mereces tudo que te rodeia
Seres o sol, se de mim
sentires o brilhar
Seres a luz, se comigo
sentires a candeia
Seres o vento, se nele
sentires o respirar
Tu mereces…
Mereces sentir as ondas, se
eu for a maresia
Seres o gemido, se eu for o
companheiro
Seres a canção, se a letra
for poesia
Seres vitória, se eu for o
primeiro
Tu mereces…
Eu não te esqueço, tu não me
esqueces
Não esqueces a vontade de
seres feliz,
se eu for a tua semente
Seres o pulsar, se eu for o
teu coração
Seres a única, se eu viver
contigo para sempre
E juntos na mesma raiz
Sermos a árvore de toda a
razão
Tu mereces…
José Alberto Sá
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Meu chão
Meu chão
E pelo chão descalço… Caminhou
Descalço de ódio
Descalço de mentira
Descalço de rancor
Descalço de ira
Descalço de terror
Num chão de lama
Num chão de luz
Num chão que ama
O chão de Jesus
Simplicidade
Humildade
Carinho
Verdade
Amor
Caridade
Louvor
Assim…
… Pelo chão descalço… Caminho
José Alberto Sá
A fruta
A fruta
Só quero mais um segundo…
… Morder…
Deixar cair o meu corpo pelo
mundo
E a saliva doce saborear a
maçã
O fruto aberto em dois gomos
Profundo…
É salada… O morder a semente
da romã
Vermelho irrequieto
E nós somos…
Somos ciúme da fruta madura
Só quero mais… Um pouco mais
… Morder…
Cai o meu corpo no teu…
Soldadura
Preenchidos, unidos
Gomos de laranja ou tangerina
Perfume que se eleva por
entre a banana
Corpos tingidos
Pela cor, pelo odor que trepa
à narina
Só quero mais… Uma vez mais
… Morder…
Comer e saborear as
guloseimas
A humidade da ameixa
Gemes, tremes… Apertas e
queimas
É compota… Que importa
Amo a fruta que grita e deixa
Sem casca, sem caroço, sem
sementes
Só quero mais… Mais geleia
… Morder…
Fruta diluída, escorrida pela
boca
Pêra sumarenta acima da meia
A mente é louca
E semeia… Semeia… Semeia
José Alberto Sá
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
A magia das chaves
A magia das chaves
M aria
Isabel Loureiro… Que ternura!
A mor pela
dádiva em palavras… Nossa cede
G esto
melodioso… O voo das aves
I mportante
testemunho… A mente é pura
A vontade de
um olhar sobre a parede
D iva e
mentora do livro aberto
A ela
agradeço o convite em amor
S olidário
coração que nos trouxe mais perto
C have que
abriu amizades… O louvor
H ilariante
mulher de fina candura
A miga que
amei conhecer
V ós sois a
chave ao abraço que dura
E ao amor
que soubeste reconhecer
S omente quero
agradecer a luz do seu ser
José Alberto Sá
Se fosse verdade
Se fosse verdade!
Faria o tempo acordar
E te levar pela manhã… Um
beijo
Sem fingir
Sem fazer de conta que te
quero
E ao tomar café saberias
saborear
O quente e envolvente desejo
Que seria o sorrir
E não fingir, que te quero
amar
Faria de conta que não te
conheço
Fingiria que nunca toquei em
tua pele
Saberias acreditar
Que eu mereço
Que tudo faria por ti, pois
tu farias por mim
Pois é do sonho que faço meu
mel
É do acreditar que podemos
respirar
Num amor… A quem digo sim
E agora sem fazer de conta…
Vem
Vem fingir comigo que me
queres
Beija-me na mentira, mas
beija-me sem respirar
Eu acredito que um dia… Ou
mais de cem
Talvez quem sabe… Quando me
tiveres
Não será a fingir que vou
sonhar
Vou fazer de conta meu amor
Fingir que vivemos no mundo
sonhado
Saberás que tudo é louvor
Um amor…
Um desejo ultrapassado
Desejos de um coração
Vem comigo sem fingir
E sentirás o toque da minha
mão
José Alberto Sá
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Boa noite
Boa noite
Sentir uma rosa ao longe é
sentir-me atraído
O olhar transpira vontade
A boca chama verdade
E o corpo me leva perdido
José Alberto Sá
Beijinhos/abraços
Amor (amante) respira
Amor (amante) respira
Quando te passo os dedos pela
pele
Por favor… Respira
Respira para que eu saiba,
que tu me sentes
Que sentes comigo os gemidos
de ti
… Respira…
Quando te passo os dedos… É
mel
É o antes… Depois a roupa se
tira
E já podes gemer… Corpos quentes
Que ambos sentimos aqui
… Respira…
Quando te passo a língua pela
boca
Por favor… Respira
Respira para que saiba da tua
humidade
Que sentes comigo a dança tão
louca
…Respira…
Quando te passo a língua…
Toca a Lira
É o antes… Depois vem a
verdade
E já podes dançar… Na minha
boca
Lábios teus nos meus… Um
abraço
Corpos na terra… Voos dos
céus
Quando te passo…
… Respira…
Quando te passo o prazer pelo
ventre
Por favor… Respira
Respira para que saiba que
deliras
Que sentes a força exilada,
em ti presa
… Respira…
Quando te passo o prazer… Por
entre
Pernas e braços, onde tudo
delira
É o antes… Depois a união dos
umbigos
Corpos que não respiram… Mas
gemem na certeza
Que são amantes, apaixonados…
Amigos
José Alberto Sá
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Boa noite
Boa noite
Dorme bem…
Dorme na tranquilidade e na
paz do branco
As outras cores estarão
presentes
E ao acordar sentirás também
os meus braços… O manto
Na luz desta noite… Um beijo será
o que sentes
Dorme bem…
José Alberto Sá
Beijinhos/abraços
Vivo cada palavra
Vivo cada palavra
Grito às palavras violentas
O sino toca no tilintar da
garganta
Sinto a queda nas palavras
nojentas
Gritos entre linhas,
com voz de quem não canta
Cantigas sem notas, na linha
deitada…
Sem manta
A manta onde não me deito, sem
pêlo
Na aspereza do ser cansado,
por ter gritado
Sinto-me o fósforo queimado
Quando semeio palavras de
olhos fechados
O escuro dos gritos abafados
E tudo é irresistível ao
vazio… Nem vê-lo
Nem vê-lo, nem tê-lo
Um novelo de lã que desfio
São as palavras ditas sem
forma
Palavras que me toma
Como se o verão fosse frio
Frio escaldante… É neve, é
gelo
É grito da boca que se
desfaz, ácida
É greta de Vénus despida sem
sol
É escrita maldita erótica sem
mal
É vê-lo, é tê-lo
Pó de acácia
Sufoco das linhas poeirentas
Da flor em desmaio…
Fecundação
Eu grito… Ninguém me impede
Grito…
Bailo nas famintas palavras
minhas
Tu me tens… Ou tinhas
Palavras de mim, sedentas
Que a nada se deve
… Deve o grito
Grito palavras às escuras
É sangue das veias
E a voz que treme, são as agruras
Se não me falas, se me aturas
Gigantescas ceias
São palavras que devoro, por
serem puras
Pureza que me sai, talvez eu
quisesse
Falar de tudo ou nada
Contar um conto de fada
Ser o pai de boca escancarada
Que grita por tudo, por nada
Quisesse eu… Escreveria
Noites brancas, dias pretos
Pelas linhas de um corpo
branco
O meu caderno, a minha alma
Com calma
Me arrepio pelo sangue nos
espetos
Os aguçados palavrões que não
digo
Sou franco
Mas… Grito… Grito
Palavras com tinta sem cor…
Coloridas
Cores sofridas
Cores pastel
Cores diluídas
Sem tinta… Com mel
É o meu grito em poesia
Às palavras que vou
soletrando
De vez em quando… Mania
José Alberto Sá
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Até amanhã
Até amanhã
As portas já se abriram
Entrai…
A luz já entra pela escuridão
Não foi a chave que abriu
Foi um olhar, uma boca que
sorriu
Porque aberto já está meu
coração
José Alberto Sá
Beijinhos/abraços
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