No bosque
Era no castanho da terra,
que eu via o que não negava
O desejo que via e me
incendiava a guerra
Por ali… O bosque se
humedecia,
na cuspe como no orvalho
lacrimejado
E eu amava… Amava…
Amava pelo espelho de água
que me sorria
Submergias… Fresca e
brilhante
Desse lago de cristal… por
mim adorado
Era no verde dos muros,
que eu via o que não levava
A ti… O bosque chamava pelo
meu olhar
Sem palavras, sem gestos… Sem
sussurros
Eu amava… Amava…
Amava pelo ruído do cascalho,
no teu caminhar
A carne… Essa carne! É o
sonho… Miragem
A realidade que desejo e que
me chamou
A esta viagem
Este espreitar… De um louco
que sou
Era no branco da nudez,
que eu via o que não tenho
A ti… O bosque se misturava
na tua tez
Eu imaginava a colina entre
os dedos,
é ao que venho
Eu amava… Amava…
Amava o bosque e a sua
divindade
Sentia-te como quem olha um
pavão real
Pedi que soltasses o néctar
da tua alegria
E tudo foi simplesmente
surreal
Ficamos na terra, no verde,
no branco
Deitados naquele manto
Num bosque de fantasia
José Alberto Sá
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