A tua…
É seda, essa ameixa
Que atrai de mim a abelha
… Deixa
Deixa poisar sobre essa pele
reluzente
O sol é o ventre que se
assemelha
Ao ferroar de quem aparelha
Como é bom sentir o veneno
doce e quente
De um ferrão persistente
Que ama a linda e perfumada
ameixa
… Deixa
Deixa o lume derreter a cera
Levar na minha língua o pólen
e o mel
… Deixa, beber-te… Ai quem me
dera
Sentir-te no vermelho do
núcleo corporal
E na auréola amarela da flor,
beijar-te a pele
… Deixa
Sentir em ti o meu orvalho
E nas gotas do teu suor,
ver-me ao espelho
Sentir ao toque o brilho
cristal
Quero segurar-te por entre as
entranhas
No amarelo pólen e no vivo
fugaz vermelho
Onde a cor é o céu celestial
E a terra é o colo onde me
acompanhas
… Deixa
Colidir meus dedos e os dentes
Saborear as cores de um pavão
real
Tu…
… Deixa
Deixa-me ser eu por entre
perfumes ardentes
Beliscar-te sem mal
Nesse corpo celestial… Nu
Tremo neste beijo
É a mudez da minha boca,
aflita
Aguada pela tua… Néctar da
minha caneta
Tremo pelo desejo
Membro solto que salpica
A vontade, a coroa onde o
ferrão se espeta
É na sede… Da seda a tua
ameixa
… Deixa
José Alberto Sá
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