Há homens e um Deus
Não chega representar
é preciso brilhar na terra.
A luz vem da altura e
o homem depois se mistura, num consentimento de coisas incapazes de ser, de ter
ou de eu compreender!
Há homens para lá das
letras, para lá das linhas e do papel…
Há homens em cada
canto, alguns primitivos que não dão ouvidos à luz que nos ilumina!
Não chega deambular, é
preciso largar amarras e seguir aventura… A luz vem da altura!
Ao longe há homens e
casas debruçadas na estrada… Querem tudo… Alguns não querem nada!
Há homens em
sentinela, espreitando à porta e acenando à janela.
Há homens de velas e
mastros erguidos, prontos para seguir viagem, seguindo a luz sem destino!
Não chega retratar o
existente, é preciso nova semente e de novo a luz alcançar!
Há homens que violam
outros homens e homens de viola que amam outros tais…
E há homens que voam
sem asas, passam todas as casas e abraçam os essenciais… Os tais que num papel,
sobre uma linha, escrevem palavras especiais…
Há homens que amam em
linha reta, nas curvas do sonho e na loucura de um poeta!
Amem somente… E serão
gente… Para um Deus que sente e nos abraça como iguais!
Há homens… Eu sou um
dos tais…
José Alberto Sá