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domingo, 31 de julho de 2016

Há homens e um Deus

Há homens e um Deus

Não chega representar é preciso brilhar na terra.
A luz vem da altura e o homem depois se mistura, num consentimento de coisas incapazes de ser, de ter ou de eu compreender!
Há homens para lá das letras, para lá das linhas e do papel…
Há homens em cada canto, alguns primitivos que não dão ouvidos à luz que nos ilumina!
Não chega deambular, é preciso largar amarras e seguir aventura… A luz vem da altura!
Ao longe há homens e casas debruçadas na estrada… Querem tudo… Alguns não querem nada!
Há homens em sentinela, espreitando à porta e acenando à janela.
Há homens de velas e mastros erguidos, prontos para seguir viagem, seguindo a luz sem destino!
Não chega retratar o existente, é preciso nova semente e de novo a luz alcançar!
Há homens que violam outros homens e homens de viola que amam outros tais…
E há homens que voam sem asas, passam todas as casas e abraçam os essenciais… Os tais que num papel, sobre uma linha, escrevem palavras especiais…
Há homens que amam em linha reta, nas curvas do sonho e na loucura de um poeta!
Amem somente… E serão gente… Para um Deus que sente e nos abraça como iguais!
Há homens… Eu sou um dos tais…


José Alberto Sá

Vi-te nua, e...

Vi-te nua, e…

Percorri a tua pele branca e segui a tatuagem,
não tinha limite, não tinha horizonte,
subia pelo pé, dançava na perna, parecia miragem…
Mesmo de fronte…
Aquela tatuagem que o meu olhar percorria
Me fazia sentir vontade e muita fé…
Imaginei-te de lingerie, luvas pretas…
Meia de renda, que contornava uma estrela
e mil cometas
Num brilhar de céu que me inspirou a escrever…
Vi-te nua, e…
Tinha que acontecer…
Fiquei a acreditar na origem da arte
A tatuagem no umbigo dilacerou o teu amigo,
que hoje escreveu para ti, em toda a parte.
Até os traços negros e finos no teu peito,
fizeram os meus olhos sorrirem
e se apaixonarem pelo corpo macio e perfeito.
As formas e as cores, as borboletas e flores,
dançavam no acetinado e bem torneado corpo…
O teu…
Foi uma subida ao céu…
Raptei-te por instantes, sonhei que fomos amantes
e viajei nas palavras que escrevi…
Vi-te nua, eu sei que vi…
Ao longo do poema, senti que valeu a pena escrever sobre ti…
Vi-te nua, e…
O amor concretizou-se e a tatuagem unificou-se…
Numa noite em que escrevi sobre a lua que senti…
Luvas pretas, meia de renda… E… Vi-te nua… Lua!


José Alberto Sá

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Um beijo no peito

Um beijo no peito

Um dia… Um dia talvez encontre a origem
O porquê do adorno que um dia no tempo te ofereci!
Deixei no teu peito a origem,
a tatuagem que o tempo não esquece
Um dia… Um dia talvez rabisque na parede a memória
Uma linha na horizontal e te imagine
Te Imagine nua, a olhar para mim de adorno ao peito!

Um dia… Talvez um dia rabisque na parede
Uma linha na vertical e me imagine
Me Imagine de pé, a olhar o adorno do teu jeito!
Do teu ondular…
Talvez o tempo te traga novamente e te encontre na origem
Na parede sobre a linha, como deusa, musa ou virgem

Um dia… Um dia talvez te veja corar
Um dia… Um dia talvez te veja na mistura das linhas
É imortal a razão que me leva a te lembrar
Um dia… Olhos nos olhos e muita sede
Beijarei teu peito e todo o contorno
Olhos nos olhos beijarei a auréola canela, na linha da parede
E nesse dia gravarei novos lábios no teu peito
Os levados no tempo, ainda hoje são meu adorno

Um dia… Um dia talvez encontre a origem
De não mais te esquecer e ainda hoje te querer
Um dia seremos linhas unidas no encontro do amor
Um dia… Um dia talvez o tempo se renove
E o mundo me ofereça o adorno, que a entranha move
Um dia… Um dia talvez…
Te beije de novo a auréola desta razão
E que desse beijo brote uma nova semente…
Um dia… Um dia seremos para sempre…
As linhas da minha parede e do meu coração


José Alberto Sá

terça-feira, 26 de julho de 2016

Flor do meu sonho

Flor do meu sonho

… Flor fantasma, que inebria a minha alma
Que nada me faz protestar… E em que nada é fantasia!
Não tem fim o desprezo e a sua nítida calma!
Flor que vagueia na alma e me transforma em poesia
… Flor sedução completa… Que completa o que sou
Nada me leva e tudo me traz
Quando não tem fim a dúvida, de que um dia me amou!
… Flor que comigo caminha
Quando vagueia na alma e me transforma em paz
… Flor com sede e fome de amor… Flor silêncio!
E eu… Nada lhe disse com medo de a ofender
Não tem fim o cheiro e a sua doce cor
Quando vagueia na alma e me transporta louvor
… Flor de curvas sedosas a me enlouquecer
… Flor fantasma, que na saudade é uma deusa
Uma deusa maior!
… Flor meu amor…
… Flor minha calma!
… Flor… Flor… Minha alma!

José Alberto Sá

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A poesia faz parte...



A poesia faz parte...



A poesia faz parte dos êxtases, das palpitações sensuais da minha vontade... Do meu querer... Do meu coração... Da minha liberdade... Do meu ser... Da minha canção... De todo o meu amor...

A poesia faz parte... Da concha que sinto quando me excito nas palavras que imagino...

A poesia faz parte de mim e as palavras são crianças que amadurecem para viver felizes...

A poesia faz parte do vento que sinto na face e me diz: AMO-TE...

A poesia faz parte... E tu também...



José Alberto Sá.

sábado, 23 de julho de 2016

Arte contemporânea em amor

Arte contemporânea em amor

Penso jovem, quando me entrego à arte contemporânea…
E lamento a ausência desta arte, quando te renuncias ao bailado que amo fazer…
É tão inconveniente faltares ao corpo que te espera… Como sentir a música sem que estejas em meu passo.
Penso jovem, quando pinto abstratos corpos misturados com as cores, que vou traçando com espatulados bruscos ou suaves, consoante a ira da tua ausência ou presença!
É urgente que a arte contemporânea apareça em minha vida, és a versão mais pura do meu estímulo e vontade de praticar arte.
Amo regressar ao meu primitivo ser e soltar o que de mais moderno tenho! Já nada te escondo nesta dança feita de passos, beijos, abraços e roupas caídas no chão.
Penso jovem, quando na arte misturo sinónimos, antónimos e anónimos desejos que hoje peço que sejam meus.
De ti somente quero a arte e me faças feliz. Pois tens contigo algo particular, só teu, admirável, perturbador… Um soberbo néctar atrativo, que me leva à arte num todo… A arte de amar.
Penso jovem, quando vejo a concha abrir, como se fosse uma planta carnívora que me rouba um pedaço da minha arte e se emaranha como se fosse uma ventosa, húmida e viscosa.
Não consigo esquecer, quando te abandonas e te entregas a mim.
A arte contemporânea é esta dança que quero… Hora só, hora quando estás!
Trata-se de pensar e dialogar com o universo do artista, onde a tela é o amor de dois cérebros que desejam ser modelo!
Penso jovem, quando a união é indivisível, mesmo estando só e contigo em pensamento!


José Alberto Sá

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Cara-metade

Cara-metade

A corrente é arte quando o rio desliza para beijar o mar… Assim me vejo!
E quando chega a esse imenso mar, há um profundo azul que se mistura!
Assim me sinto!
É aí que a vida grita em ondas de espuma e estrelas que beijam os olhos de quem respira… E eu respiro suavemente!
É justamente nessa corrente que se abraçam os sorrisos, como se fossem um pomar de fruta madura, nascida na areia.
Assim nasci e sou feliz!
A corrente renova-me o visual, tal e qual a norma de quem se penteia para namorar… E eu namoro tantas vezes, tanto tempo, que a corrente que sinto é positiva e o a(mar) é o destino.
O meu destino!
Poderia mil vezes falar desta teoria, mas é na prática que amo deslizar num rio de amor e acabar molhado em teus lábios doces, pois salgado é o suor das incitações mágicas da corrente sanguínea… O meu rio por dentro é teu e que por fora é destino traçado…
Assim te desejo!
É justamente na distância entre o real e o sonho, que emprego as correntes do meu corpo e ao amarrá-lo sinto-me unido a ti…
Meu mar de azul celeste, corrente de amor a quem soubeste… Levar…
Foi nas correntes da minha cara-metade, como num rio e mar, nos vimos unidos de verdade… De mãos dadas como correntes num rio a eternizar!
Assim te quero!


José Alberto Sá 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Deito-me de novo!

Deito-me de novo!

Quando me levanto começo desde aí a respeitar os excessos e as necessidades do essencial, da carne, do espirito e do amor.
Desde aí vou preenchendo os quadros emoldurados no meu coração, levo as lendas, os feitiços, os contos e os poemas até que a tela fique completa.
Quando me levanto corro o risco para te conseguir, aí encanto-me e pratico o castigo numa deusa vestida de êxtase…
Nem mais nem menos, quando me levanto abro o talento e tento ser o melhor ator… O melhor artista.
Quando me levanto é chuva que me copia a veste… Transpiro pela audácia de naquele momento tentar copiar as Pancadas de Molière… Entro em cena!
Quando me levanto são imensas as torrentes de ouro que sonho, são lindos os vestígios perfumados na carne vermelha… São lindos os teus olhos, meu amor.
Quando me levanto… É para me deitar de novo… E sentir as deambulações reais, numa bela adormecida que não quer acordar mais… Também ela quer sentir quando me levanto… E no sonho deitar-se de novo comigo… Quando acordo!

José Alberto Sá

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Correm-me nas veias!

Correm-me nas veias!

Deixo traços ainda vivos! Uma mistura de amor e sangue pulsante!
Dizendo que a violência, nada me diz… Somente os traços das minhas veias são amor da copa à raiz… Somente em amor e abraço!
Deixo que os fantasmas viajem na inteligência humana! Deixo que os traços que desenho sejam pedaços de amor e chama… Muita chama em vós!
E a festa é lírica com traços vestidos de erotismo e amigos!
Pois fantástica é a doçura que emprego em êxtases e delírios consentidos pelo traço de quem me abraça!
Finalmente penetro na mistura de amor e sangue, onde cada palavra minha é pura e simplesmente verdade…
Jamais ignoro alguém, todos são ninguém e todos são quem contém os traços que vejo em mim… Traços e amor diluídos em vontades de quem me sente e consente na vida!
Deixo traços ainda vivos, na esperança de que eles se misturem com alguém e vivam felizes.
Nas veias corre sangue quente… Num corpo que ama e sente…
Alguém que me corre nas veias!


José Alberto Sá

Amigos

Amigos

Quantas vezes me debruço nesta palavra doce e que muito estimo…
Só Deus está presente em tudo, só Ele sabe transformar um olhar e um sorriso em magia… E um coração em amizade.
Quantas vezes amigo, reages mal pensando que só tu sabes o caminho!
Sabes? Os caminhos levam consigo todas as direções! A escolha é nossa…
Na Última Ceia, podemos ver O Pão, O Vinho e a Amizade, naquela mesa não haviam distinções… Todos eram iguais! No centro, O Sol brilhava para todos!
Nascemos para morrer e no intervalo temos o amor, cabe somente a amizade entre nós… O resto são coisas necessárias, para que a obra continue em direção à realidade.
A uma realidade que nós vamos mostrando aos outros…
Amigos do meu coração, ninguém é superior, essa superioridade somente está numa vaidade que nos corrói e nos afasta de nós mesmos.
Tenho tantos amigos… E é certo que me vejo embelezado por isso, são os amigos que me transformam no ser que sou… Os amigos e o amor que sinto.
Recordo aqui a importância de todos… E deixo nestas palavras o incentivo ao abraço, ao beijo, ao carinho, à partilha, à amizade, ao amor e à igualdade…
Superior? Só Deus no seu todo… O resto vem por aí abaixo! Sigam-no e sintam-se abraçados, Ele, tal como eu, ama-vos sem exceção… Amigos!
Meus grandes amigos! Abraço-vos na humildade e simplicidade da vida.
Só assim a obra e a amizade é completa.


José Alberto Sá

terça-feira, 19 de julho de 2016

O meu teclado

O meu teclado


Tantas vezes olho o teclado negro e não conheço as palavras que quero partilhar… Tantas vezes elas são testemunho das minhas faces teatrais… Vezes sem conta se fazem narradoras da minha peça… Sempre as vejo negras!
Tantas vezes são duas as personagens… E nos bastidores é a mente que me leva a despir, o penteador é o monitor do computador… É ele a luz, o amor…
Tantas vezes!
As teclas de negro são nuas, sem nada, ou com tudo nas letras poisadas e pintadas de branco.
Os dedos penteiam e elas se despem de preconceitos, tantas vezes fazem e dizem o que eu quero! Abrem-se em Lutas… Amores… Saudade… Mentiras… Verdades… Prisões… Liberdades… Frustrações… Medos e paixões… Tantas vezes!
E de cada vez que conto uma história, um poema, uma frase… Sinto amor e a realização de tudo… Ou quase! Quase tudo!
Tantas vezes as palavras são eróticas, divinas, com uma louca luz e alucinadas como que se drogadas estivessem!
São sempre negras as teclas que oculto quando escrevo… Tanto me dão e tanto delas vos devo!


José Alberto Sá

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Longe e tão perto de mim

Longe e tão perto de mim

Quando é longe, o tempo passa e não diz que passa… Mas abraça e devagar passa loucamente pelo nosso amor.
Quando é longe, eu dou o nome e não te oiço chamar!
O tempo é contínuo, nele imagino o teu olhar, nele imagino o teu falar e nele vejo a vontade tua de me amar!
Quando é longe, é soberba a loucura de um beijo teu, mantendo a boca e os lábios em direção a ti… Quando é longe… O longe é ali… Tão perto de ti…
São as saudades do longe e da felicidade, que me transportam! São os momentos que vivo aqui, sabendo que desse lado vive alguém que nunca vi…
Sou totalmente e assisto ao sorriso que dizes ser meu, sou totalmente e me vejo completo com o teu essencial…
Quando é longe, o tempo passa e não diz que passa… Mas abraça o nosso odor.
Quando é longe, eu consigo me aproximar e te sentir tão perto de mim, como sinto o luar.
O tempo é cortejo é pedido de namoro, quando é longe, o tempo passa e não diz que moro… Mas ele sabe que moro em ti…
Quando é longe, é real a vontade de te ter, o dia passa e o tempo é loucura se um dia vier…
Tal como eu, que tão longe sente e vive este amor, tal como tu és loucura num jardim que longe vive e te faz flor…
Quando é longe é perto o amor.


José Alberto Sá

domingo, 17 de julho de 2016

O meu pequeno pássaro

O meu pequeno pássaro

O meu pequeno pássaro de plumagem sedosa e de cores milagrosas, cantava fazendo vibrar os meus lábios que a beijavam.
O meu pequeno pássaro provocava dedilhares de um apaixonado, cantava lembrando a vénus que eu conheci e que beijava…
Ali…
Ali diante de uma nudez pura, onde o canto não tinha dúvidas, era realmente a liberdade num amor, uma, duas e outra vez… Me convidava a voar… Era canto… Encanto do meu pequeno pássaro!
O chilrear atravessava redondos contornos, ondulações sonoras e movimentos em que o som desenhava conchas.
O meu pequeno pássaro sabia o constante da vida, o instinto celestial… E cantava carícias, mergulhos e completas sensações. Aquelas ternurentas notas musicais que me inundavam de amor, eram partilhadas pelos lábios rubros do desejo da minha amada.
Entrava-me pelos olhos a nudez e escorria-me pela loucura do meu sonho… Tão real, tão sonhada que me despi também… E cantei com ela…
O meu pequeno pássaro parou de cantar! E num voo íntimo, mostrando todo o seu esplendor… Subiu… Subiu… Subiu tão alto que tivemos medo de descer!


José Alberto Sá

quarta-feira, 13 de julho de 2016

O tempo não pára!

O tempo não pára!

(…) E sinto-me empurrado pelos ponteiros do meu relógio!
A história continua e em cada dia sou absolvido pelo que faço, pelas loucuras do tempo que me vigia!
(…) E sinto-me prisioneiro em liberdade condicional, sempre perseguido por um mundo inteiro e difícil de entender!
Extraordinário ser humano que não se compreende ou se compreende perdido num tempo que não pára!
(…) E sinto-me um barco em águas de Veneza, num labirinto de água que sobe e desce consoante o tempo, o dia, a noite, o sol e a lua!
Tantos fantasmas, tantos brinquedos, sonhos e medos passam pelo meu contar, esta chave sem fechadura, sem porta ou janela para abrir… Tento!
(…) E sinto-me a caminhar depressa demais, o tempo vai reconhecendo o que faço, o que desfaço e o que tento fazer…
Quanta excelência contribui para que eu não tropece, aí vou eu, sem parar, sem sequer tentar, pois nada pára o meu relógio de contar!
(…) E sinto-me cansado… Desde o ventre que não parei e hoje não sei… Quanto tempo ainda… Queria mais, sinto-me ainda um prefabricado, um ser que tem ainda muito para aprender e ensinar!
Hoje o meu relógio não vai parar… Que bom! A obra continua!


José Alberto Sá

segunda-feira, 11 de julho de 2016

POEMA

Cada vez que escrevo um poema, sinto delírios sobre mim
Olho imensos segredos e uma beleza perfeita
E sinto-me violado pelas palavras!
Atinjo o aus, deslizo o olhar e mais abaixo…

Assino: José Alberto Sá

domingo, 10 de julho de 2016

E a vida...

E a vida…

Abraçava o meu corpo e gritava…
Que a vida é uma dança
O amor deste corpo que grita em luz e esperança
E a vida que sinto nos olhos,
são beijos de um sol
Que vem até mim para ser,
uma flor Girassol

São almas e pássaros no céu… Que vêm cantar
Amor deste corpo que é teu… E te quer amar

E a vida que sinto nos olhos,
são beijos da lua
Que vêm para iluminar
e sentir-te nua
Abraçava o meu corpo e gritava…
Que o mundo é nosso
Em corpos unidos de amor…
Num desejo que é vosso

E a vida que sinto nos olhos, são beijos de amor
Que vêm sentir a vontade… Na paz do Senhor


José Alberto Sá

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Uma chuva de amor!

Uma chuva de amor!

Eu conheço as gotas quando chove… São como amigos que olho e sinto.
O pior é quando está sol… As gotas evaporam-se, como alguns amigos!
Amo a chuva, como amo os amigos… Que pena o sol aparecer por alguns dias, se isso os afasta!
Pergunto! Que fazem eles ao sol, se é na chuva que os tenho?
Pergunto! Onde andam os amigos da chuva, quando o tempo aquece?
Pergunto! Será que voltam quando chover? Espero que sim…
Mesmo na ausência, eles são gotas para mim… Nem que sejam nas lágrimas da saudade!
Os amigos são como a chuva… Mas uma chuva de amor… Amo-vos nesse sol onde se escondem…

José Alberto Sá



Já tudo existe!

Já tudo existe!

Não existem escândalos quando acordo… Somente acordo e tudo já existe!
O apaixonado sol liberta-se e liberta-me para o dia… E eu! Nada fiz!
A chuva cai e eu nada faço, o tempo lá fora nada tem haver comigo.
Os fantasmas da noite não foram maus, deixaram-me acordar e não lembrar o que se passou! Se é que algo se passou!
Por isso… Não existem escândalos quando acordo…
Por vezes está frio… E eu nada faço, nem o tempo me liga alguma!
Por vezes reconheço que não faço falta!
O sol, a lua, a chuva, o frio… Já vivem quando eu acordo!
Até o mar e a estrada lá fora, já se encontram em movimento… E eu! Nada faço!
Hoje acordei sem escândalos, abri a porta para agradecer lá fora, algo que só eu consigo fazer e que não existe em lado algum!
Sentir o meu coração e entende-lo!


José Alberto Sá

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Uma estrada

Uma estrada

Hoje bebo as delícias de uma estrada, que um dia me viu chegar…
No alcatrão gravei a minha aparência e me deixei levar…
Uma casa azul e branca… Uma menina bela e franca me cativou…
Enviei imagens para ela as sentir… Numa estrada estreita mas bem arejada…
Pinhal de um lado, casinhas do outro… Um apaixonado numa estrada e pronto…
Aconteceu…
Um encontro natural, olhos nos olhos, um sorriso e querer…
Namoro, casamento e muito mais… Um filho loucura, um amor que perdura… E o resto… São pássaros que voam e eu chamo de pardais…
Hoje bebo as delícias de uma estrada… Que um dia me viu chegar…
Ontem foi belo, hoje é tudo…Amanhã…
Serei luz com ela e nada mais…


José Alberto Sá

terça-feira, 5 de julho de 2016

Sou Nutricionista, urgente amar!

Sou Nutricionista, urgente amar!

É urgente comer bacon e olhar-te
É urgente comer queijo e apalpar-te
É urgente comer mel e beijar-te
É urgente beber vinho e levar-te

Sou Nutricionista! Na perfeição!

Comer-te com os olhos em devoção
Comer-te com os dedos de cada mão
Comer-te com os lábios em comunhão
Beber-te num umbigo perto da erupção

Sou Nutricionista! Na perfeição!

Urgente comer bacon, com sabor a melão!
Urgente comer queijo, com sabor a prontidão
Urgente comer mel, com sabor a excitação
Urgente beber vinho, com sabor a imensidão

Sou Nutricionista! Na perfeição!

Comer-te é sim, jamais um não!
Comer-te é queijo, fatiado no mesmo chão
Comer é mel, escorrido pelo vulcão
Beber é vinho, na loucura e exaustão!

Sou Nutricionista! Na perfeição!

Comer e beber… Amar até mais não!
Remédio de uma paixão.


José Alberto Sá

Oh, o amor confunde-me!

Oh, o amor confunde-me!

Oh, beleza dos montes carnais,
vestidos de prazer e pouco mais!
Oh, obsceno corpo deitado
que me ergue as sensações!
Oh, sofrimento que dilacera a minha lucidez
e os meus ais!
Oh, desespero urticante provocado pelo suor,
que me arrepia e vejo desaguar num mar de emoções!
Oh, pedaço de beijo que sinto lambuzado,
no meu queixo, pescoço e ouvidos!
Oh, serviço na tela por onde o pincel desliza e pinta…
Oh… E pinta!
Oh, querer luxuriante, que intriga este meu olhar penetrante
e os sentidos comovidos!
Oh, mulher coração, que me faz voar
e descer para que não minta!
Oh, colossal gemido que sai…
Não sai e se abafa com meu lábio carmim!
Oh, planeta que me acolhe
e me faz descansar na minha cama!
Oh, vales e desertos, húmidos e esbeltos…
Que me abraçam gritando não… Por vezes sim!
Oh, pecado deste homem, que nasceu assim…
Assim se o amor me chama!
Oh, o amor confunde-me!
Mas é bom!

José Alberto Sá