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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Deito-me de novo!

Deito-me de novo!

Quando me levanto começo desde aí a respeitar os excessos e as necessidades do essencial, da carne, do espirito e do amor.
Desde aí vou preenchendo os quadros emoldurados no meu coração, levo as lendas, os feitiços, os contos e os poemas até que a tela fique completa.
Quando me levanto corro o risco para te conseguir, aí encanto-me e pratico o castigo numa deusa vestida de êxtase…
Nem mais nem menos, quando me levanto abro o talento e tento ser o melhor ator… O melhor artista.
Quando me levanto é chuva que me copia a veste… Transpiro pela audácia de naquele momento tentar copiar as Pancadas de Molière… Entro em cena!
Quando me levanto são imensas as torrentes de ouro que sonho, são lindos os vestígios perfumados na carne vermelha… São lindos os teus olhos, meu amor.
Quando me levanto… É para me deitar de novo… E sentir as deambulações reais, numa bela adormecida que não quer acordar mais… Também ela quer sentir quando me levanto… E no sonho deitar-se de novo comigo… Quando acordo!

José Alberto Sá

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