O meu teclado
Tantas vezes olho o
teclado negro e não conheço as palavras que quero partilhar… Tantas vezes elas
são testemunho das minhas faces teatrais… Vezes sem conta se fazem narradoras
da minha peça… Sempre as vejo negras!
Tantas vezes são duas
as personagens… E nos bastidores é a mente que me leva a despir, o penteador é
o monitor do computador… É ele a luz, o amor…
Tantas vezes!
As teclas de negro são
nuas, sem nada, ou com tudo nas letras poisadas e pintadas de branco.
Os dedos penteiam e
elas se despem de preconceitos, tantas vezes fazem e dizem o que eu quero! Abrem-se
em Lutas… Amores… Saudade… Mentiras… Verdades… Prisões… Liberdades… Frustrações…
Medos e paixões… Tantas vezes!
E de cada vez que
conto uma história, um poema, uma frase… Sinto amor e a realização de tudo… Ou
quase! Quase tudo!
Tantas vezes as
palavras são eróticas, divinas, com uma louca luz e alucinadas como que se drogadas
estivessem!
São sempre negras as
teclas que oculto quando escrevo… Tanto me dão e tanto delas vos devo!
José Alberto Sá
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