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quarta-feira, 13 de julho de 2016

O tempo não pára!

O tempo não pára!

(…) E sinto-me empurrado pelos ponteiros do meu relógio!
A história continua e em cada dia sou absolvido pelo que faço, pelas loucuras do tempo que me vigia!
(…) E sinto-me prisioneiro em liberdade condicional, sempre perseguido por um mundo inteiro e difícil de entender!
Extraordinário ser humano que não se compreende ou se compreende perdido num tempo que não pára!
(…) E sinto-me um barco em águas de Veneza, num labirinto de água que sobe e desce consoante o tempo, o dia, a noite, o sol e a lua!
Tantos fantasmas, tantos brinquedos, sonhos e medos passam pelo meu contar, esta chave sem fechadura, sem porta ou janela para abrir… Tento!
(…) E sinto-me a caminhar depressa demais, o tempo vai reconhecendo o que faço, o que desfaço e o que tento fazer…
Quanta excelência contribui para que eu não tropece, aí vou eu, sem parar, sem sequer tentar, pois nada pára o meu relógio de contar!
(…) E sinto-me cansado… Desde o ventre que não parei e hoje não sei… Quanto tempo ainda… Queria mais, sinto-me ainda um prefabricado, um ser que tem ainda muito para aprender e ensinar!
Hoje o meu relógio não vai parar… Que bom! A obra continua!


José Alberto Sá

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