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domingo, 29 de abril de 2012

Fecho os olhos para ver


Fecho os olhos para ver

Fecho os olhos para te ver
Inacreditável sensação
Fechar os olhos para te sonhar
Elevar o meu ser
Sentir meu coração
Flutuar
Fecho os olhos para voar
Inacreditável emoção
Fechar os olhos para refletir
Elevar o meu sorrir
Sentir a leveza de uma canção
Amar
Fecho os olhos para me inspirar
Inacreditável imaginação
Fechar os olhos para recitar
Elevar a mente em harmonia
Sentir no topo a poesia
Declamar
Fecho os olhos para acordar
Inacreditável amor
Fechar os olhos e ver o mar
Elevar no corpo o calor
Sentir na boca o salivar
Beijar
Fecho os olhos e continuo a ver
Inacreditável meu ser
Fechar os olhos e crer
Que elevar é nascer
Sentir é viver
Abrir os olhos é dar

José Alberto Sá

Apetecia-me


Apetecia-me

Queria gritar todas as palavras
Não posso!
Semear asneiras, campo de larvas
Gritar todas as que sei...
Mas não posso!
Sou educado?
Não!
Tenho vergonha.
Gritar as mais horríveis
Sou malcriado?
Não!
Tenho vergonha somente
Tenho vergonha de gritar como toda a gente
Mas apetecia-me
Dizer maluqueiras
Asneiras
Sou somente sincero
Malcriado?
Não!
Sou o que eu quero
Queria barafustar agressivamente
Mas sou educado
Talvez exagerado em educação
Mas... Um palavrão
Seria bem dado
Era o que me apetecia
Minha vontade
Minha arrelia
Mas não!
Sou educado
E falarei sem agressividade
Não serei malcriado
Verdade...
Falarei pela minha boca
...
Oh... Menina marota!

José Alberto Sá

sábado, 28 de abril de 2012

Tudo parou


Tudo parou  

Sinto-me vazio
Um grito sem eco
Um pássaro sem pio
Um beco
Sem forças para continuar
Vontade nula
Praia sem mar
Um verme que pula
Descalço
Rasgado
Chão falso
Sem ser amado
Prato sem comida
Óculos sem lentes
Dor sem ferida
Pernas dormentes
Coração fraco
Imaginação apagada
Sem pão, um naco
Garganta apertada
Despenteado
Cara com barba
Desnorteado
Mente parva
Vida parada
Poço sem nora
Sem nada
Foste embora

José Alberto Sá

Galopada


Galopada

Vem a trote o cavalo branco
Crina macia, levada no vento
Menina…
Vem a trote o jovem de manto
Numa corrida contra o tempo
Imagina…
Galopa jovem rapaz
E encontra o que procuras
Viaja pelo mundo da paz
Ela é linda…
Galopa contra o vento que aturas
Imagino-te sentado na garupa
Ela tem o que nunca finda
Vejo-te de esporas afiadas
Fazendo sangrar pela mente bruta
Como no pecado da maçã, uma trinca
No fruto proibido das tuas amadas
Galopa rapaz
E brinca…
A trote ou a galope
És um príncipe encantado
Selo real de secreto envelope
Um pedido…
Numa carta de papel perfumado
Um gemido…
Galopa jovem rapaz
Leva contigo afiada espada
Leva a força, a tua virilidade
Com certeza serás capaz
De galopar no ventre da amada
Mostrar toda a felicidade
Uma alegria constante
Que só tem quem sabe amar
Tudo é amor naquele instante
Galopar, trotear e levitar

José Alberto Sá

Erguer-me-ei


Erguer-me-ei

Se cair no chão
Erguer-me-ei de cabeça levantada
Olharei o céu
E sentirei um coração,
um pulsar, uma chamada.
Olharei sabendo que tudo será meu
Erguer-me-ei para que me vejam
Olharei para que me sintam
E implorarei sem um gemido
Os meus olhos falarão,
como raios que trovejam.
Minhas mãos serão pinceis que pintam
A tela da minha dor, se me sinto perdido
Não terei medo de cair
O chão é firme como rocha
O céu me levará a sorrir
E o meu olhar será a luz, numa tocha
Um fogo que arde em meu coração
Uma chama que não deixarei apagar
Se cair serei o mesmo, não posso mudar
E no meu levantar, olharei igual
Falarei educadamente
Terei o mesmo amar
O mesmo instinto animal
Mas racional…
Num coração que não mente
Já nada me preocupa
Evitarei cair na loucura
Nem um dedo apontado,
nenhuma culpa
Se no chão cair à tua procura,
erguer-me-ei e será contigo
Serás o chão do meu castigo
Mas de mão dada serás para mim
Serás uma vida,
uma flor em meu jardim.

José Alberto Sá

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mais ninguém


Mais ninguém

Só penso em ti
Hoje quis escrever
Deixar em palavras coisas que não senti
Hoje, quis que ficasses a saber
Que te amo
Só te quero a ti
Hoje quis desabafar
Gritar na minha mudez
Sentir o que não vivi
Amar
Apreciar a tua nudez
Que nunca vi
Dizer que te amo
Hoje quis sair do silêncio
Dizer tudo que sinto
Só a mim me penitencio
Em roucas palavras que pinto
Escorridos de tinta transparente
Cor que diz, que eu não minto
Que diz que te amo
Hoje, saí do escuro
Corri pela claridade
De uma louca vontade
Subir paredes, atravessar o muro
Para somente te amar
Hoje, eu te amo
Como te amava no passado
Hoje eu te amo
Como te amarei no futuro
Por isso hoje, te quero
O meu querer é mais forte que eu
Uma vontade que me ultrapassa
Hoje te amo e o meu coração é teu
Amanhã serei tua graça
Porque te amo
Hoje as palavras loucas me saem
Hoje não me sinto bloqueado
Hoje as palavras de amor caem
Porque hoje me sinto apaixonado
Porque te amo
Hoje sou eu a gritar
Gritos de prazer que algures eu li
Hoje sou eu a amar
Um amor vindo de ti


José Alberto Sá

Amo


Amo

Amo de louco
Amo a vida que me deram
O tempo
Os sonhos que me esperam
O vento
Amo de louco
Amo as árvores… As flores
As nuvens… O sol
Amo de louco
Os odores
O canto do rouxinol
Amo de louco
O mar
A areia de cristal
O luar
O sal
Amo de louco
As aves
Os animais
Amo de louco
Tons suaves
E no meu banho, os sais
Amo de louco
O céu
A terra
Amo de louco
Tudo que é meu
Amo a serra
Amo a lua
Amo a canção
Amo de louco
Se estás nua
Assim fala meu coração
Amo de louco
A poesia
A prosa
Amo de louco
A magia
Tons de rosa
Amo de louco
Se estou quieto
Amo se caminho
Amo de louco
Amo o carinho
Amo de louco sempre
Amo de louco a semente
O amor
Amo de louco…
… Amo de louco…
O Senhor
Amo tudo… Porque tudo
É tão pouco…

José Alberto Sá

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Teu cheiro


Teu cheiro

Delicadamente levei a mão ao chão
Peguei com jeito
Segurei com toda a ternura
Era delicado demais... Emoção
Levantei-o e levei-o ao peito
Fechei os olhos... Doçura
Na mão segurava algo teu
Levei ao nariz e cheirei
Teu cheiro me levou ao céu
Inalei...
Inalei e suspirei
Queria-te junto de mim
Queria que fosses tu
Mas mesmo assim
Olhei a mão que segurava...
Imaginei um corpo nu
Da menina que tanto amava
Levei a mão aos lábios... Apertei
Senti um arrepio...
Amei...
E guardei com tudo o brio
O teu perfume a caramelo
Naquele lindo cabelo
Teu...
Agora meu...

José Alberto Sá

Cravo


Cravo

Olhei os dedos dos teus pés
Apaixonei-me
Delicados, finos e delirantes
Levei-os ao meu convés
Apreciei-os e lembrei-me
Que o corpo continuava
Tons que via... Brilhantes
Deslizei o olhar
Parei no joelho
Ambos apaixonantes
Quis sonhar, quis tocar
Mas... Chamado à atenção
Por algo vermelho
Que acelerou meu coração
Subi...
Meu olhar continuou
E parou...
Sorri...
Estavas sentada!
Chinelos nos dedos, unha pintada
Perna ternurenta
Ornamentado joelho
Saia cinzenta
E na mão um cravo vermelho
Fez-me lembrar
Que a liberdade é amar
No cravo peguei
E amei...

José Alberto Sá

25 de Abril/Cravo


25 Abril/Cravo

Recordar Abril
Bravo...
Hoje sem perfil
Tudo nos tiram sem pedir
Bravo...
Hoje sem calor
Não existem pessoas a sorrir
Bravo...
Hoje sem humildade
Tudo nos tiram... Verdade
Bravo...
Hoje sem escrúpulos
Sentimos-nos minúsculos
Bravo...
Bravo, para aqueles que aguentam
Portugueses como eu
Bravo, para aqueles que alimentam
As vontades vindas do céu
Bravo... Imbecis
Hoje me revolto pela ausência
Da liberdade que um dia alguém quis
Bravo... À paciência
Bravo... À resistência
Ao pedido do povo
Que grita de novo...
Cravo

José Alberto Sá

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sempre contigo


Sempre contigo

Consigo acordar… E ver-te
Ver-te na vontade de olhar-te
Olhos nos olhos… Beber-te
Saciar-me da saudade e amar-te
Consigo…
Banhar-me sentindo tua humidade
Gotas que sinto no corpo nu
Despido na simplicidade
Num simples gesto, num corpo que és tu
Consigo…
Vestir-me desejando despir-te
Sentir-te nua, sentir teus lábios… Num beijo
Dado sofregamente a pedir-te
Que te vistas com o meu corpo… Desejo
Consigo andar de pé contigo
Sempre de mão dada… Imaginação
Sonho com tuas ondas, serão meu castigo
Um aperto que sinto em meu coração
Consigo…
Passear sobre as areias da praia
Sentir os pés se esconder
Um amor secreto debaixo da saia
Menina que um dia vim a conhecer
Não consigo regressar sem ti
Uma presença que sonho um dia
Uma menina que um dia vi
E ficou gravada na minha alegria
Tu…
Menina que sonho ao dormir
Menina que levo no meu pensar
Menina que vejo sorrir
Menina do meu louco amar

José Alberto Sá

deuses


deuses

Falei com os deuses
Perguntei porque sinto o tempo
Tempo em que me preocupo com os amigos
Amizades ganhas no vento
Ventos que me trazem a importância
Mestria na riqueza, pena dos sem abrigos
Eu falei…
Que sinto a importância do abraço
Um toque, uma palmada nas costas
Um sorriso sincero, um ocupar de meu espaço
Uma palavra de alento, mil respostas
Eu falei…
De perguntas nunca ditas
Falei que sinto a palavra ao ouvido
O escutar em amor que só tu acreditas
Jamais me queixarei, jamais duvido
Que os deuses me acompanham
Olho-os quando vejo as pombas debicando
Migalhas que lhes dou
Imagino-os quando uma esmola gritando
É a esmola que lhes dei, de um amor que eu sou
Eu falei…
Com os deuses, deixei-lhes uma carta
Numa folha branca deixei escrito
Palavras de amor
Palavras minhas ao ser bem dito
Mil palavras em meu papel, uma mão farta
Palavras de saúde, esquecimento da dor
É esse tempo que sinto
Paz, alegria, felicidade
É nesse vento que vem
Que eu lhes falei…
No carinho, harmonia, verdade,
deuses meus, iguais aos vossos, quem os não tem

José Alberto Sá

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Curva feminina


Curva feminina

Uma linha
Medida do horizonte
A iniciação do que faço

Linha
Imitação de um traço
Numero infinito
Hilariante rabiscar a direito
A alma erótica que acredito

Um rabisco deitado se o deito
Movimento ondular
Ambição de um curvar

Círculos onde me empenho
Uma curva a provocar… Desenho
Riscos e curvas, um pensamento qualquer
Viagem de um lápis ritmado
A linha que se abre pró lado

Em linhas e curvas de uma mulher


José Alberto Sá

Revista APCOR

José Alberto Sá, na revista mais prestigiosa no mundo da cortiça.
A APCOR não quis deixar em claro a divulgação do livro "Quercus Suber, segredos do corpo e da essência", um conto único no mundo sobre a cortiça, um romance com ensinamento/vida.

domingo, 22 de abril de 2012

O meu ponteiro


O meu ponteiro

Olhei o meu relógio fixamente
Dois ponteiros pareciam parados
O maior pulsava calmamente
Passando por cima de tempos passados
O seu movimento era quase insignificante
Mas eu sabia...
Que cada pulsar era o contar
Do segundo, da hora e do dia
Cada instante me envelhecia
Então aquele ponteiro,
era mais forte do que eu
Movia um mundo inteiro
A minha calvície, o meu cansaço
Movia a terra e o céu
Reparei que na sua lentidão,
o tempo passava depressa
A sua insignificância,
era agora para mim a importância
Num tempo de promessa
Um tempo que via passar
Naquele minuto que o olhei,
reparei...
Que não vivi...
Esqueci que o tempo passava
Refleti...
Olhei em frente, caminhei
Olhei-me e pensei
Que o tempo que passa,
o meu ponteiro contou
Que o tempo de agora,
é o contar do futuro, o homem que sou
E que serei...
E tudo é... Um ponteiro que em mim mora

José Alberto Sá

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Prazer? Não! Dor...


Prazer? Não! Dor...

D roga
R ealidade do nosso mundo
O lhai... Prazeres do corpo
G anância doentia... Poço sem fundo
A lma sem vida... Vida sem porto

O lhai... Nem vós sabeis

P ergunto... Não há resposta
R evolto-me porque cresci... Vós não cresceis
A lmas que ao mundo viras-te as costas
Z ango-me porque não consigo
E levar-vos à razão
R azão? Talvez castigo

Q uebro-me, porque nada faço
U m momento apenas para escrever
E sta é a carta... O meu laço

M omento que eleva meu ser
A lmas perdidas sem ajuda
T eimais em não me ouvir
A vossa dor é aguda

Vivei como eu, olhemos o mundo a sorrir

José Alberto Sá

Lágrimas de dor


Lágrimas de dor

Não consigo chorar
As lágrimas magoam-me
Sentem-se presas ao sofrimento
Também não consigo gritar
A voz magoa-me
Nas palavras que não digo
Também não consigo parar de amar
Meu coração magoa-me
Pedindo que ame este sentimento
Sinto-me mendigo
Pedinte na poesia
Sofro, sem poder desabafar
Aprisiono-me em grades ferrugentas
Sinto-me ortigado… Corpo em alergia
Por não conseguir chorar
Cravo as mãos fechadas, sangrentas
E sinto o sangue pingar
Lágrimas vermelhas
Que me fazem lembrar
Os olhos que tenho
Mas que não sabem chorar
Não consigo levantar a cabeça
Tenho medo de encarar
Que na claridade
Aos meus olhos peço que esqueça
As lágrimas da saudade
Também não consigo esquecer
Que as lágrimas são água corrida
Que seco poderei morrer
Se chorar para toda a vida


José Alberto Sá

Eis-me aqui


Eis-me aqui

Q uero encontrar-me, estou perdido
U m labirinto que não sei entender
E stímulos de um coração ferido
R anhura num corpo que sinto perder
O nde poderei encontrar-me?

M esclados sentidos ausentes
E levados gritos sem eco

E is que vos sinto… A procurar-me
N ortes de momentos comoventes
C aído no chão, escondido no beco
O lhai e vede onde estou
N ado morto
T atuado pelo tempo que passou
R iscado pelo corte… Eis o meu corpo
A lma sincera
R ezei pela hora que não era

E is-me aqui… Continuo perdido
S em chão, sem teto
T ransformado em perdição
O ndas sem mar
U ivos sem razão

P erdido somente
E is-me aqui… Querendo nascer de novo
R enascer das cinzas… Ao mesmo povo
D eclamar perdão
I rar por esse mundo fora
D ando a todos a mão
O lhar e amar como ontem… Mas agora

José Alberto Sá

Ausência de ti

Não me deixes amor
Fiquei sem voz pela tua ausência
Não me deixes, por favor
Desculpa a minha insistência
Porque sou uma carta rasurada
Cheia de palavras para ti
Sou um coração que já não serve
Já não sou nada…
Já não vejo o rosto que sorri
Meu coração chora pelo que perde
…Não me deixes amor
Fiquei sem vontade de escrever
A caneta já não tem tinta para te falar
O papel amarrotado… É o meu sofrer
As unhas roídas se misturam no meu chorar
E tu… Faltas-me para que viva
Tu faltas-me para que caminhe
…Não me deixes querida
Faz com que o meu coração adivinhe
Que ainda tenho esperança
É a vontade que tudo alcança
A minha…
Desespero pela dúvida ou reticência
Não vivo sossegado sem amor
Não vivo feliz pela tua ausência
Sou na sede uma flor
Não me deixes amor
Caminha…
Te espero
É tudo que quero

José Alberto Sá

Ao acordar


Ao acordar

Pela manhã…
Acordo sentindo a tua presença
Procuro no silêncio um queixume teu
É pela luz da persiana que te sinto
Uma luz que me prende… A minha sentença
Numa claridade vinda do céu
És tu que me fazes feliz
Sente amor… Como eu sinto
Até no meu espreguiçar
Abro os braços em direcção ao teu olhar
Teus olhos brilham na minha vontade
São a luz penetrante de toda a claridade
É pela manhã que ao me refrescar
Sinto na água cristalina
O perfume de uma menina
Que loucamente me viu sonhar
Sonhos perdidos no travesseiro
Num rasgar de roupa
Como num descortiçar do sobreiro
Amor… A minha vontade é louca
Sente comigo o meu acordar
Rebola comigo na mesma cama
É no acordar pela manhã
Que te quero recordar
Lembrar-te toda a semana
Que ambos pecamos na maçã
Num jardim de éden… Teu colo
Num jardim florido… Meu solo
É pela manhã que não te oiço
Mas te sinto…
É pela manhã que não te vejo no baloiço
Mas no meu acordar te pinto…
Faço um retrato teu, no meu pensamento
E pela persiana te sinto
Na luz e no vento.

José Alberto Sá

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nas linhas...


Nas linhas…


Escrevia…

Mas não sobre ti, não o queria

Comecei por escrever nas linhas da rua

Traços de uma palavra nua

E parecias-me tu

Continuei a escrever

Palavras em poesia

E em tudo que fazia me parecia

Um traço nu

Teu corpo sempre a aparecer

Continuei a escrever suavemente

Tudo que me saía da mente

Eram palavras virgens numa linha crua

Traçadas numa luz… Igual à lua

Tu… Em tudo aparecias, estavas ali

Continuei e escrevi

Amor, tu estás sempre presente

Não consigo escrever sem que lá estejas

As palavras nascem como semente

Nascem no amor como desejas

E escrevo para que vejas

Que não consigo viver sem te ter

Escrevo mil palavras, para um amor que desejo

Todas escritas com vontade de te ver

Gravadas no meu papel como num beijo

Escrevo tremendo comovido

Escrevo palavras sentidas

Num caderno preenchido

Por um amor sem medidas


José Alberto Sá