Amo para lá do sonho
Falaram comigo os
meninos e as meninas! O céu que tantos falam e não sentem, onde preenchem
buracos negros, sabendo eu que é branca a beleza do seu fundo!
As nuvens que nos
inundam de chuva, água precisa e que alguns não estimam!
O sol, esse imenso
calor que me visita, que para alguns é somente utilizado para o bronze!
A lua, essa claridade
ténue que me eleva à inspiração e que tantos se aproveitam para fazer mal
durante a sua estadia!
O mar, esse menino de
horizontes sonhadores, que me leva a sonhar, a imaginar tempos longínquos, em
que milhares de anos atrás assim o viam e eu agora o olho na esperança, que
outros depois de mim o sintam!
A areia plantada aos
pés do mar, simbiose perfeita, que para muitos é somente a razão de uma toalha
estendida!
As árvores que me
fascinam, que nos aromatiza com fragrâncias de amor e leveza, que para muitos
são somente plantas, flores e troncos a abater!
As estrelas, que
durante a noite me piscam ao olhar, que me levam a sentir os entes queridos,
que um dia partidos, hoje nelas vivem, o que para muitos são meros pontos luminosos e
nada mais!
Os rios, esses
corredores de fresquidão que ao mar levam a aventura percorrida, o que para
muitos são o veículo para o transporte moribundo, da podre e egoísta maneira de
ganhar a vida!
Os pássaros, esses
meninos que me cantam baladas impossíveis copiar, que para muitos são penas que
passam e sabem voar!
Os animais em geral,
essas dádivas divinas que habitam um planeta que lhes foi dado e por mim
respeitado, o que para alguns seres superiores, são animais a abater e
esquecidos pela necessidade imunda da ganância!
O vento, esse enorme
menino que sopra e ama tudo na sua passagem, não sabendo ele que para alguns é
pura e simplesmente frio e nada mais!
A chuva, menina
gaiteira, que ama de amor a vida dos que sorriem e choram… Esta menina que
sinto e oiço, o que para outros é mais uma alteração meteorológica!
O Homem, este animal
racional que sinto, vejo, cheiro, saboreio e oiço, este mesmo que tal como eu
erra, tal como eu é testemunha da vida, que fala, grita, ri, chora… Estes que
não compreendem a verdadeira razão da existência!
E tanta coisa mais!
E tudo para dizer: Que
hoje olhei o meu silêncio, o escuro do meu quarto e tudo imagine, uma vida
tranquila, um mundo perfeito.
Tudo porque para mim
só existe uma razão para que tudo exista, tudo nasceu para ser poesia, os
outros que assim não entendem… Não sonham, vivem unicamente para morrer e nada
mais!
Amo viver para lá do
sonho!
José Alberto Sá