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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dia das bruxas

Dia das bruxas

Bato à porta e entro sem pedir licença, digo boa tarde e uma voz me responde de igual forma, não vi ninguém, o chão em mosaicos pretos e brancos, axadrezavam o ambiente húmido, frio e com cheiro a carne!
A pele eriçada pelo ar frio que a amordaçava e a fazia desmembrar os braços que se estenderam, estava de manga curta!
Em frente uma vitrina com aspeto demoníaco, meus braços estendidos fizeram chegar as mãos ao vidro, o cérebro inconfessavelmente trouxe-me aos olhos, algumas vísceras, pedaços de carne ensanguentada e resíduos de pelo e penas!
Ouvia música, uma orquestra tocava uma marcha fúnebre, reparei que a emissora estava a celebrar uma missa!
Ouvi ferro com ferro, um afiar de facas, na frente via-se um cutelo espetado num cepo de madeira com resíduos de carne!
Um ser de branco se aproximou com ar sorridente, com sangue desde o pescoço aos joelhos, ainda mantinha uma faca na mão, a outra não se via, estava com uma luva de aço enfiada.
Acercou-se de mim e disse: Que deseja?
Respondi prontamente: Um frango por favor!
Depois saí pela mesma porta e subi ao primeiro andar.
O talho fica mesmo por baixo da casa onde moro!

José Alberto Sá  

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