Dia das bruxas
Bato à porta e entro
sem pedir licença, digo boa tarde e uma voz me responde de igual forma, não vi
ninguém, o chão em mosaicos pretos e brancos, axadrezavam o ambiente húmido,
frio e com cheiro a carne!
A pele eriçada pelo ar
frio que a amordaçava e a fazia desmembrar os braços que se estenderam, estava
de manga curta!
Em frente uma vitrina
com aspeto demoníaco, meus braços estendidos fizeram chegar as mãos ao vidro, o
cérebro inconfessavelmente trouxe-me aos olhos, algumas vísceras, pedaços de
carne ensanguentada e resíduos de pelo e penas!
Ouvia música, uma orquestra
tocava uma marcha fúnebre, reparei que a emissora estava a celebrar uma missa!
Ouvi ferro com ferro,
um afiar de facas, na frente via-se um cutelo espetado num cepo de madeira com
resíduos de carne!
Um ser de branco se aproximou
com ar sorridente, com sangue desde o pescoço aos joelhos, ainda mantinha uma
faca na mão, a outra não se via, estava com uma luva de aço enfiada.
Acercou-se de mim e
disse: Que deseja?
Respondi prontamente:
Um frango por favor!
Depois saí pela mesma
porta e subi ao primeiro andar.
O talho fica mesmo por
baixo da casa onde moro!
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