Eu nada sei
Quando nasci,
fizeram-me chorar! Mostraram-me logo ao nascer o lado triste do rosto! Claro
que já não lembro, mas imagino as faces rosadas, humedecidas, ensanguentadas,
pronto para a vida… Aqui estou!
Não me lembro dos meus
sorrisos de bebé, mas vejo nos recém-nascidos, naquelas criaturas que ainda
nada compreendem, o sorriso após uma carícia! Incrível! Quando nada conhecem da
vida e já o sentimento, o amor e o carinho lhes salta da face!
Eu não nasci bom, nem
mau, somente nasci!
Depois educaram-me e
eu aprendi este meu lado da vida, ser na tentativa um bom homem! A vida é de
tentativas, eu tento e por vezes sou feliz, outras… Melhor nada dizer!
E hoje, escavo infindavelmente
o tesouro escondido que ninguém encontra!
Tenho saudades de um
colo que não lembro! Saudades do Pai Natal! Saudades de brincar lá fora com os
meninos!
Hoje, encontro-me com
o miraculoso acidente do mundo, não lembro quando tudo era perfeito, mas sei
que continuam na tentativa de estragar tudo!
Quando nasci,
fizeram-me chorar! E só depois de adulto me chegaram as lágrimas da vida. Hoje
eu sei que quando nasci nada sabia e sei também que hoje continuo recém-nascido,
por nada saber!
Eu nasci para algo
muito especial, chorar, sorrir e acima de tudo amar!
Mesmo nada sabendo de
ontem, de hoje e de amanhã!
Sou eu, por um tempo
sem saber, sou eu por ter nascido assim… Eu!
José Alberto Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.