Beijo de pedra
Foi um beijo de pedra,
aquele primeiro beijo e o segundo!
A tua boca recusou o
acordo que fizeste com a minha.
As línguas não se
tocaram e nada cresce à sombra do vazio.
Um homem e uma mulher
nus e completamente vestidos com objetos inventados por ti!
Talvez medo, um medo
teu e também meu, não quis magoar-te, não quis ser aquele que te beija desde a
boca aos pés, sem que a nossa nudez seja estilizada, inventada e adocicada por
nós.
Talvez no abraço e ao
sentir a tua pele, me tenha dado de conta com a beleza ao extremo, à tua
simetria, pureza, sensualidade… Talvez no abraço eu tenha exagerado e pedido
tudo à nascença!
Foi um beijo de pedra,
um beijo sem nexo e ao mesmo tempo primitivo, talvez por ser o primeiro e o
segundo!
Foi um beijo de pedra,
um beijo sem sexo e ao mesmo tempo apetecido por mim!
Depois dos beijos
olhamo-nos nos olhos, as mãos deram-se, caminhamos nus, vi-te deixar fugir um
sorriso, os teus seios estavam firmes e em cada passo desnudavas por entre as
pernas o triângulo do amor, também ele despido!
Pedi-te um beijo mais
e ofereceste-me todos e tantos mais, que ao acordar dei comigo abraçado ao
travesseiro, na saudade que tenho dos beijos quentes na verdade que existiu!
Foi um beijo de pedra,
sonhado na esperança de uns lábios e de uma boca real a meu lado!
José Alberto Sá
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