Para lá do amar
Foi numa casa sem
janelas, onde ao canto se amontoavam as cinzas tristes e sem ilusão.
Foi numa casa sem
porta, sem telhado, por onde a chuva caía e me julgava.
Foi dentro dessas
paredes, onde o chão molhado se transformava em lama, em lágrima e frio.
Foi aí que o negro me
vestiu e a opaca luz desse dia me vestia o corpo.
Foi nesse chão
lamacento, que de olhos avermelhados olhei o céu e vi o arco-íris.
Foi lá de cima, que me
chegou uma força, um íman capaz de me atrair e me levar para lá da mente.
Foi nesse céu sem
fechadura, que me senti entrar… Curioso!
Foi lá, no
transparente do amor que senti, que olhei para baixo e o chão continuava
comigo!
Foi lá que eu entrei,
naquele céu só meu e de tantos que quero abraçar, foi lá que me apeteceu estar.
Foi naquele amor
sentido, que alguém me falou ao ouvido e disse: Entra, esta casa não tem
janelas, não tem porta, não tem telhado, mas tem o amor que vive dentro de ti!
Foi numa casa sem
janelas, por onde a luz entrou e eu hoje quis recordar.
Que existe alguém para
lá do amar!
José Alberto Sá
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