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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Sem utilidade

Sem utilidade

Vim até aqui, a esta problemática vida que me liga diretamente a todo o resto!
Aí está, entrei na casa dos factos, dos escândalos, do caos e de todo o resto!
Vim para aceitar corpos, que tal como eu deambulam por aí, e eu vim para ser mais um fragmento dessa bomba!
Serei retrato, busto talvez, símbolo quem sabe, ou serei num outro resto o nada que dou, o nada que tenho, o nada que sei, ou talvez o tudo que escrevo!
Vim até aqui, de membro fálico, sou homem, se viesse mulher, talvez viesse de vulva inquietante, ou como uma outra qualquer!
Sinto o mundo em promoção, quem compra? Quem dá mais? Sinto que alguns respondem, o poder, os outros são o resto tal como eu!
Talvez este resto onde me encontro seja a chave!
Serei a provocação imaginada numa escultura moderna, onde o sexo se torna o tema sugestivo… Uma escultura de latex ou plástico que se degrade facilmente com o tempo, que dê para derreter e se reciclar…
Vim para ser diferente, não me quiseram em monarquia e me impuseram a república, sinto nisto tudo a mesma realidade que os órgãos sexuais…
A problemática da vida, todos nascemos para sermos f… Aí está, vim para aceitar os corpos que tal como eu deambulam por aí.
Alguns pensam-se superiores e no fim… São reciclagem da vida, como uma estátua de órgãos de latex.
Eu penso assim na minha simplicidade e quem assim não pensa, é porque se misturam com os outros, esse resto sem órgãos sexuais mesmo que de latex!
Sem utilidade.


José Alberto Sá

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