Sou
artista…
Sou
artista…
Da
arte consciente… Sou mística do tempo em que me sinto erótico… Por ser artista…
É
nesse erotismo que me vejo inquieto… Que sonho sem contacto ao contacto por mim
imaginado.
Sou
artista…
Sou
o voluntário sentado se te pego no colo… Sou o surreal da poesia que escrevo…
Sou o que se levanta para mudar de posição… Sou poesia inquieta…
Sou
artista…
Artista
indecente que contrasta com o contrário, com o interior se o exterior se mantém
vestido…
Sou
o perdido se encontrado no vazio das palavras, carregadas de desejo e submersas
pelas infiltrações oculares dos meus comentários e sentidos.
Sou
artista…
Aquele
que pinta os lábios carnudos, que se sentem capazes de serem meus… Meus são os
lábios que me beijam… Sou eu o impregnado de mistério e medo… Medo do dedo que
imagino húmido, aquele que desliza depois de passar pela língua e desfolha a
página.
Sou
artista…
O
que se esconde na humidade de um vestido, que foge por entre as gotas que caiem
do céu… Sou eu contigo no mesmo guarda-chuva, onde te vejo segurar o cabo… Minha
mão na tua mão molhadas…
Sou
artista…
Sou
aquele que imagina um simples prego, que na sua utilidade se faz espetar, após
a estucada do maço… Sou aquele que o imagina penetrado na entranha da madeira…
Entranha! A fresta que me faz sentir erótico…
Sou
artista…
José Alberto Sá