Assisto
em cada momento a um suspiro de vontades mágicas… Vivo em quereres que desejo
concretizar.
E
concretizar faz parte do fenómeno que se constrói em meu coração. Assisto a
cada pulsar em tons vermelhos… Pois azul não é meu sangue.
Mesmo
quando me imagino rei ou príncipe de quadros femininos e naturalmente
direccionados aos meus sentidos.
Sentidos
que na graça do ser artista, se fazem prevalecer da pena e do papel… E ali se
desmascaram sem pudores… Amando cada gesto e cada traço na poesia.
Assisto
a monstruosos corpos… Digo monstruosos porque me dilaceram as entranhas pelo
desejo… Desejos aflorados de perfumes e essências capazes de serem normais ou
anormais… Normal é o instinto carnal no animal… Eu sou…
Assisto
e convido-vos a caminharem comigo pelos contornos que imagino nas musas… Nas
divas que escondem a vontade e as saliências de um corpo se se vê tapado… Pois
tapadas se encontram as limitações de um olhar… E eu não consigo fazê-lo… Tenho
medo do meu olhar… Tenho medo de não conseguir parar… Tenho medo de cair sem
que seja uma mão feminina a me levantar… Assisto a esta maleficia criatura que
me ignora… O pecado…
Assisto
porque peco… Já o disse tantas vezes… Peco e não tenho como evitar… Evitar
seria não viver… Contudo sou inocente, sou um raro fantasma que ainda navega
pelos mares de um corpo que sonho…
Simplesmente
sonho… E ao acordar… Assisto… Porque vivo seguidor de imensa paz, imensa
felicidade e imenso amor… Assisto porque sou… Um ser vivo… Eu… Um evoluído
animal que ama a evolução do suspiro… Quando o faço por ti…
José
Alberto Sá
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