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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Imagino-te...

Imagino-te…

Se voas nesse lugar… Andorinha…
É porque sabes contar a mais doce adivinha… Contada num céu, que sinto por não saber se um dia serás minha… Não sei responder…
E se voas nesse sonhar… Andorinha
É porque saber sentir nas tuas asas… A cor do meu desejo… O vulcão aceso dentro de mim… O fogo… A cinza… As brasas…

Sabes Andorinha? Sinto-te em cada voo… Em cada batida, em cada movimento, em cada pena tua…
Meu Deus… És a pureza nua… No teu voar…
Desnudo-me… Se me olho ao espelho das águas cristalinas do meu lago… Sonho-te…
Bebo-te… Toco-te e afago…

Cada onda que minha mão faz… Ondula a vontade… O prazer… O amor… A paz…

A paz és tu nesse longe, nesse infinito lugar… Longe… Tão longe que te sinto um pontinho negro no céu… O meu céu…

Preciso que desças daí… O teu cheiro, não sei como é… O teu toque, não sei o macio e a leveza que iria sentir… Ah… O teu sorrir, como seria bom beijá-lo… O teu corpo poder abraçar… E voar… Sim voar, sei que me levavas… Eu sou leve, poderia ir numa das tuas asas… Prometo não te tocar… Até que poises…

Depois posso brincar contigo… Mas tu…
Se voas nesse lugar… Andorinha…
É porque sabes contar a mais doce adivinha… E que eu não sei responder…
Um dia? Sim um dia… Poderá acontecer…
Adivinharei… Que voar eu também sei… Se for contigo…


José Alberto Sá

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