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domingo, 28 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Há espíritos que desejam o meu regresso…
Outros desejam a minha proibição... Mas a tolerância é sobre tudo a minha visão.
A luta de quem ama a poesia e a quer simples e soberbamente total…
Pois total é o regresso de um espírito de amor…
Que regressa ao desejo proibido do meu coração.


José Alberto Sá

sábado, 27 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Até que ponto poderei eu dizer tudo?
Até quando amarro o essencial de mim?
Até onde a revelação me leva a esconder a fala?
Até onde nego a revelação da vontade?
Até onde me conservo fechado?
Até quando serei excepção de um não ou um sim?
Até quando?
Talvez regresse e fale!
Talvez exista energia que me motive!
Talvez seja preciso ir mais além de mim…
Talvez…
Talvez vá… Até ao ponto da interrogação.
Até que a exclamação não se admire do meu “eu”
… Assim na dúvida…
Não duvido que um talvez ou um até,
seja capaz de existir
Aí… Direi que nesta viagem…
Um até ou um talvez, seja falta de coragem…
De dizer sim… Só uma vez…


José Alberto Sá

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Erógeno

Erógeno

Talvez nunca consigas imaginar o surreal que existe neste corpo, sou carne de órgãos erógenos… Sou Homem…
Talvez nunca consigas imaginar o sublime que existe em mim, sou pele de arrepios sensoriais, onde a obsessão és tu… És mulher…
Talvez um dia te consiga traduzir a minha febre, o meu quente desejo, os meus suores de paixão… Talvez um dia te sinta em minha mão… Ambos seremos…
Seremos a importância dos olhares abstractos, olhares sem código, sem sentimento… Olhares putrefactos pelo ciúme… Talvez nos olhem…
Eu sugiro que a imagem transportada por nós, seja de amor, seja têmpera de perfumados calores… Eu sugiro que me queimes…
Só, torrado pelo teu ventre me sentirei capaz de ultrapassar o surreal que existe neste corpo.
Neste órgão erógeno… Sou homem… És mulher… Ambos seremos…
Talvez ninguém repare que caminhamos de mão dada… Talvez descubram e nos olhem a sorrir…
Pois… Talvez nos olhem e desdenhem… Pois quem desdenha, quer… Não vai ter… Sou teu…
Talvez sejas minha… Erógena de vontades como eu.


José Alberto Sá

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Momentos de saudade

Momentos de saudade

Era uma vez… Eram tantas e todas diferentes… Histórias, momentos, espaços e loucuras.
Eram tantas as emoções nos amplos espaços da vida… Da minha vida.
O talento constante, o valor dominante e a qualidade triunfante… Momentos completos de aventura… Queria começar a história, mas…
Só lembro as partes onde te vejo comigo… Era uma vez como tantas outras, onde me sentia sempre teu rio, onde te sentias nenúfar das minhas águas.
Tantas vezes te emolduraste em volta do meu quadro, de braços nos braços… Beijos intensos e respirares perfeitos… Como perfeito era a sintonia dos corpos entrelaçados.
Vou escrever…
Vou relatar cada momento das nossas tranquilas águas, serei rápido, pois não quero que uma lágrima se solte e faça ondas onde não quero ver… Não quero sentir a humidade vestida de saudade, aquela lágrima caída na folha de papel, fugida de um cérebro que recorda, de uns olhos que não conseguem recuar, nem fugir da inquietação do meu coração.
A história se faz de pensamentos… E eles se mostraram activos, pensamentos ricos em amor, espontâneos como piscares de olhos… Como o fervente sangue que me fervilha, quando lembro o amor… E o amor é a circunstância de várias histórias, que se mesclaram nos quadris da intensidade, onde te segurei… Onde me seguraste e nos sentimos unidos… Era uma vez… Eram tantas e todas diferentes… Que hoje recordo na história da minha solidão, como se fossem todas iguais… Tu és única…
E ser única é ser eternamente igual à diferença entre a saudade e a história que me habita…


José Alberto Sá

domingo, 21 de setembro de 2014

Eu quis o amor

Eu quis o amor

Entreguei-me ao prazer
Quis que tu me invadisses no mais profundo
Quis que me usasses ao anoitecer
Quis sentir as abstractas curvas,
que me fizeram esquecer
e me levassem a recitar o melhor poema do mundo

… O amor

Recitei…
Palavras saídas, gemidas, trémulas e espremidas
Por momentos fui escultor,
esculpi pedra… Dureza e pureza
E de formão em punho, abri com clareza
Frestas…
Como se fosse madeira ou ferro…
Fomos bestas, no respirar o vulcão…
A energia
Como se fosse mentira ou verdade…
A teimosia

Quis que me usasses ao anoitecer
Quis arte total, em dois corpos frenéticos e completos
Quis que a realidade fosse o que ambos desejamos…
Dedos, mãos, suspiros…
Nos beijamos
Porque quis que me usasses ao acontecer
No céu delirante sem maldade,
nos corpos sedentos e abertos
Pura cumplicidade…

… No amor

Quis que me usasses ao anoitecer
Quiseste viver…
E felizes transpiramos, porque eu quis e tu quiseste…

… O amor


José Alberto Sá

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Luz eterna

Luz eterna

Estará frio…
Quando eu morrer
Estará negra como carvão…
A terra

… Quando eu morrer
Será silêncio em cada grito
Não haverá chuva lá fora
O sol não se lembrará
Será…
Gelo aos olhos humedecidos
As lágrimas…
Serão orvalho no tempo
No frio, no gelo… No silêncio

… Quando eu morrer
Olha-me… Eu não vou sentir
Toca-me… Eu não vou reclamar
Beija-me… Eu não irei sorrir
Abraça-me… Eu vou-te amar
Eternamente…

… Quando eu morrer
Estará frio
Dentro de mim…
Olha-me, antes que seja pó
Toca-me, antes que se feche o tempo
Beija-me, antes que seja coberto
Abraça-me, antes que a terra me abrace

… Quando eu morrer
Espero encontrar-te
Faremos amor…

E no céu seremos a continuidade,
da luz que vivi na terra
Estará frio
Quando eu morrer
Será gelo dentro de mim…
Mas a luz arderá eternamente
Contigo…


José Alberto Sá

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Fanático

Fanático

Sou fanático… Pela dança e sexo oposto
Pelo salpico e arrepio de pele
Pelo feminino… Pernas, tronco e rosto
Pelo vento que se solta no rodopio
O mel
O doce bailado num corpo que provoca frio
Sou fanático…
Sou mãos que rasgam… Como tu rasgas o ventre
O sensualismo
O gesto comovente
O realismo

Sou fanático pelo feminino
E tu, sabes que me salpicas o olhar
A loucura
Deambulas as nádegas em rotação provocante
Candura… Doçura
Arrepiante… Delirante…
Rasgas na dança a interpretação da beleza
Hipnotizo-me pelo teu rasgo… Paixão

Sou fanático…
Dos penetrantes movimentos…
Saltas…
Saltam as dunas do teu peito
Saltam verguilhas… Botão sedento
Emoção
Respeito
Respeito na melodia, roubos do pensamento
Desejos ardentes
Liberdade
Liberdade nas ondas atraentes
Que atraem o fanático de mim
E de mim é o exaltar do ilustre e sagrado
Tu humedeces
Lubrificas o ser amado
Salpicas e aqueces

Dança… Sou um fanático apaixonado
Um embriagado pelo amor, como um homem qualquer
Louco pela dança, pelo corpo… Por ti…
Por ti… Mulher…



José Alberto Sá

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Força estranha

Força estranha

É uma força estranha! Este poço que oscila nas promessas de um espelho, onde te vejo nua e agarrada ao silêncio que habita contigo.
Estás interdita à minha voz, tenho medo de te chamar e te arreliar por não me quereres presente.
Deixo que continues a expulsar as manchas que sobrevoam o espelho do teu sonhar.
É uma força estranha! Mas somente te vejo da porta… Eu não entro, nem te perturbo.
As tuas costas viradas para mim, escondem mil segredos, que somente os vejo no espelho da minha íris… Seria belo olhar-te… Tocar-te… Fazer-te sorrir…
Estás interdita aos meus gestos, nem dás por mim… Ontem estavas aí e senti vontade… Toquei-me… Transpirei e consegui sentir o frio do chão em contraste com o calor de ti… Sim, vinha de ti.
Amo a força da minha teoria, consigo tudo que quero… Imaginando! Mas na prática só o espelho silencioso sabe, que nada tenho… Desculpa a ousadia, mas sempre que posso espreito… E que bom é olhar-te, perante o pecado psicológico do meu sensual querer.
É uma força estranha! Este poço entre mim e a beleza do teu corpo...
Apetece-me partir o gelo que me habita, queria ter coragem para te gritar: Amo-te.
Como amo espreitar esse teu silêncio, na esperança que te retires dessa tua nudez e te vistas comigo… Com a roupa da minha vontade.
Espero que me sintas um dia… É uma força estranha!



José Alberto Sá

domingo, 14 de setembro de 2014

Ponto final

Ponto final

Hoje faço a leitura possível… Impossível seria não fazer a leitura deste tempo digno de existir. O nosso tempo que passa.
Deste tempo que lembra o passar de dedos humedecidos pelas folhas que leio e ler é a possibilidade de transpor os níveis de um mundo justo ou não.
Leio-te até ao ponto final.
Não é o inconsciente nem o mal que me levam a reflectir… É por ventura a reflexão que me leva ao consciente do bem e aí sou totalmente o teu leitor.
Leio-te até ao ponto final.
E hoje faço a leitura, como ontem e num amanhã se cá estiver… Pois as palavras seguirão mesmo sem os meus olhos… São estes olhos que me levam à concepção visual que me motiva… Hoje faço ou possivelmente pintarei o ponto final contigo, se quiseres sentir a minha boca quando te leio.
Leio-te até ao ponto final.
As vírgulas somente me deixam respirar, não as deixo alterar o conceito da frase.
Farto-me de uma virtualidade imune ao realismo, se leio frases incompletas… A fuga incessante à verdade e o cegar de uns olhos insatisfeitos com a mordomia da vaidade. Hoje faço a leitura que espero seja possível compreender. Este meu cérebro só em ti pensa… Só a ti lê.
Leio-te até ao ponto final.
Rasgo as folhas turvas ou humedecidas pelas lágrimas… Rasgo as folhas rabiscadas pelo nervosismo que me inquieta… E são muitas as vezes. Hoje quero ser testemunho de alguém, capaz de ser o que sempre foi… Farei a leitura à luz de uns olhos verdadeiros, que vêm e amam numa visão colorida…
Hoje quero respirar na minha leitura… Quero sentir cada vírgula. Preciso reflectir se possível… O tempo é digno de existir e nele tu existes…
Leio-te sabendo da impossibilidade de humedecer os dedos nas tuas folhas… Hoje o ponto final é o começo de uma nova leitura…
Hoje faço a leitura possível… Na esperança de acabar o romance num ponto final com amor.
Leio-te num livro infinito… E o ponto final… Seremos nós os dois num ponto qualquer… Por aí.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Não adianta cobrirem de nuvens negras a minha mensagem… Ela passa pelos corações que sabem sentir… Ela passa pelos que habitam para além das nuvens, pelos que atingem a luz do sol… O sol é vida e não adianta, pois a luz é eterna.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

A vida são peças soltas que procuram uma montagem.
A montagem será perfeita se amarmos na sua construção.
E cada peça cumprirá uma função, se soubermos montar no sítio certo, o amor de cada peça da nossa vida.


José Alberto Sá

sábado, 13 de setembro de 2014

Cupido

Cupido

O amor é o tema que se impõe ao quadro que pinto, num cupido que trago dentro de mim…
Aquele anjo de arco e flecha que habita, no real da minha meninice…
Amo namorar… Eternamente…
Amo a conquista de um fruto, que eu sei pintar… Quando eu imagino e imponho os óleos escorridos do meu corpo, pela tela sensível… Eu atinjo…
Sou este ser bizarro que transgride as vontades do seu próprio quadro… Amo, quando o cupido se solta e me oferece cores de pele… Sabores a mel… Sei lá… Um quadro pintado com aromas pastel.
Não quero enganar a quando de um beijo… Amo os lábios vermelhos unidos, mas que sejam beijos de sincero prazer…
A censura? Sempre chega, mas para mim é tolerante, basta que eu tenha amado beijar e pintar a loucura.
É neste quadro feito de carne moldura, feito de abraços, onde as pernas são quatro e os braços são imensos por todo o lado…
É neste quadro que me dou… Me dou ao amor, quando o tema se impõe ao cupido que trago dentro de mim… Aquele anjo… Que me faz namorar…
Viver… Sonhar… Amar…


José Alberto Sá

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Eu não quero pão que me engorde… Quero sim o pão que me alimenta…
Por isso peço: Sacia-me de amor… Ama-me.


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Ter medo do mundo real, é ter medo dos sonhos autênticos…
É como ter medo das ervas daninhas, que nascem no meio das flores… A solução é continuar a viver… Viver na realidade de um sonho, feito de sorrisos que se aventuram no meio da dor.


José Alberto Sá

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Confia e vence o medo… A confiança e a fé são dádivas de um Deus que te ama…
Esse Pai é o mesmo que me dá confiança, o mesmo que me leva a acreditar…
Ama-me… Pois eu amo-te e não te quero perder…


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Não te assustes nas noites de tempestade. Os barulhos do tempo são também gritos de um medo mais além… Abraça-te a quem amas e dorme num colo de amor…


José Alberto Sá

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Lacrimejar é viver

Lacrimejar é viver

Eu escrevo porque já não é ilusão... É beleza ao sol da minha visão... E por muito bela que seja a lua... Eu amo muito mais se a vejo nua…
Porque nua é a pureza…

Sim, o amor está patente nas folhas que vou preenchendo... Mas eu amo sentir olhos nos olhos, amo sentir a intensidade do arrepio, quando escrevo algo sobre o amor.
Sim, o amor é patente nas palavras negras que desenho, o amor faz parte se alguém me soube conquistar... Alguém que vive e está dentro do meu olhar...

Eu escrevo momentos, sonhos, vontades, eu tenho essa estrela a brilhar dentro de um coração que pulsa faminto... Porque vivo, porque sou este ser, porque sinto, porque sou um homem menino, que sabe sentir a rotação de um mundo, onde o sol já não vive sozinho...

Quero também ter aquela cor intensa, simples, verdadeira, capaz de olhar, caminhar, sonhar, realizar, sentir, sorrir, abraçar e amar… Até à exaustão… Serei o eloquente que assenta na intensidade da simplicidade.

Quero chegar mesmo que tenha de me colocar em bicos de pé… Por isso escrevo até sentir um encaixe perfeito… Alinhar a humildade e arrumar as extremidades afiadas da falsidade… Olho e sinto… Se me olham…

Sim, o amor… Lágrimas e sorrisos… Lacrimejares onde o fenómeno é viver no impacto real…
Eu escrevo porque já não é ilusão… É beleza ao sol da minha visão…


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Hoje vesti a essência familiar… Fiz o jantar… Pois…
A essência é o amor… Serás bem-vinda… Momento a dois…


José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Um toque é quanto basta para a magia acontecer… O pólen voa e solta-se no vento…
Um suspiro… Uma flor… O momento…


José Alberto Sá

domingo, 7 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Se um dia te apaixonares… Diz-me…
Assim saberemos os dois…


José Alberto Sá

Extraída do meu olhar

Extraída do meu olhar

Revelas-te…
Sempre te revelas e inovas, a cada momento que meus olhos te saciam.
Revelas-te…
Pelo refrescante vestido que te adorna cada segredo, cada relevo que não me queres revelar.
E eu sempre te procuro desnudar, ao olhar pelas frestas que tens nessa tua nudez inteligente.
E não é somente…
Sempre te convido ao amor, sem que tu percebas… Que louco eu sou!
Louco, porque te revelas transparente…
E eu somente…
Queria dizer-te que és única a ocupar o espaço dos meus olhos…
Revelas-te…
E o inesperado é sempre o sorriso que faço, porque o faço embebecido pelo mel que imagino.
Revelas-te…
E a imaginação acelera e eu inesperadamente vivo feliz… Nem dás por isso, que louco eu sou!
Louco, porque queria tanto dizer-te todas as loucuras contigo… Pois contigo eu sonho acordado, mesmo a teu lado…
E tu que me sorris, lembras-te? Claro que não! Não imaginas o conteúdo da minha necessidade… Mas tu és linda.
E quando te revelas no céu, dentro de um vestido de cetim… Eu procuro sempre o teu sim…
E o sim é o conseguir concretizar um toque e que belo é o sentir a tua pele na minha pele… E a quando de um beijo… Já penso que somos um só…
E quando te revelas junto do meu ouvido…
Eu procuro preencher as palavras que recebo e tento sempre sentir teu respirar.
Olho-te apaixonado e tu não relacionas a leitura do meu olhar, com a beleza da tua boca… Que louco eu sou!
Quando te revelas e eu te imagino como eu…
Louca, pois só dois corpos loucos se dariam bem… Tu sabes e eu também…
Porque te revelas…



José Alberto Sá

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Se nas areias te perdes… Mil desertos, eu exploro…
Mil mares, eu atravesso… Menina que tanto adoro…


José Alberto Sá

sábado, 6 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Num beijo, eu lembro o mar…
Lembro ondas nos lábios, línguas a salivar…


José Alberto Sá

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Pelo ciúme não me saltará fogo dos olhos…
Eles por esse motivo já são cinza…

José Alberto Sá


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

No centro da sala

No centro da sala

Ontem foi mais um dia como tantos outros… Ontem ela estava no centro da sala despida, deitada, sorridente e atrevida…
Colocada em posição, num aroma comovente e sedosamente deleitada sobre um manto.
Ontem foi mais um dia e tanto…
E sobre a tijoleira preta, o manto cinzento se esgueirava e corpo que amava se abria, numa cor de alegria… Corpo branco…
Se aguento? Vou ser franco, tento.
Mas ontem, aquele aglomerado de curvas que assentava nos meus olhos, fazia telintar a íris em cores metálicos… Eu via ouro!
Ontem ela serpenteava para que eu a visse em cada milímetro… Esquerda… Direita… Audaz ondulação… Um pé, outro pé… Pernas, braços, uma mão e outra… Não!
Impossível resistir à eloquente e sedutora menina, que baila na sua simplicidade, mas intensa para o meu pulsar.
Os gestos delicados eram a afirmação e a confirmação directa, do seu sorriso ao que eu preciso…
O peso que exercia na sensualidade fazia transpirar as vontades da corporalidade… da minha vontade…
Foi ontem que me vi nu no centro da sala, nem lembro o tempo em que me despi… O sentimento e o físico se atreveram naquela sala, onde a vi…
Serpenteamos, nos agarramos e fizemos a função de vedante… Nos unimos naquele instante.
Ontem eu vi ouro… E os sons metálicos eram os sussurros que se evidenciavam e celebravam o amor…
Ontem foi mais um dia… A mesma intensidade… A mesma cor…
Ontem foi no centro da sala… Amo a visita guiada pelo corpo, às divisões de quem não me cala…


José Alberto Sá

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Teclar e muito mais

Teclar e muito mais…

Anatomia do amor ou do obsceno… A diversidade do que escrevo para uma leitura digna, diversa e possível… Amo o meio justo… O meio justo pelo cobrir de um corpo… A outra metade pela vontade de mais… A soma é a leitura completa de uma folha que nos leva e nos traz…  
O amor e o obsceno… Grande ou pequeno… Interessa somente a diversidade do que escrevo… A força que emprego… O amor que ofereço… O obsceno da ponta de cada dedo que tecla…
Que imagina um corpo… Que é a anatomia do amor… Em poesia.


José Alberto Sá

Sentimentos de uma Flor

Poema dedicado à Maria Helena Ribeiro (Rosa Amarela).
No dia do seu aniversário... 02/09/2014, no Porto, na Casa Mural do Poeta.

Sentimentos de uma flor

Uma flor triste…
Sente…
Sente azedo nos aromas sem verdade
e nas cores sem tonalidade…
Se triste… Ela sente…
Que por vezes é tatuada por beijos… Sem sabor…
Ela sente…
Ela sente o frio… E a dor…

Mas se feliz…
Ela deseja sentir tudo, até esquecer o nada, o vazio…
Aquele nada que flagela por vezes o seu sorriso…
Ela sente…
Ela sente que é preciso…
Sorrir…
Ela sente…
Que todos precisamos de nos sentir, como se fossemos um jardim…
Ela sente… Ela pede… Ela é assim…

É como, um perfume que se evapora da sua leitura…
Ela sente a felicidade nas palavras que diz e é sempre a folha em branco que a atura…
Porque sente no mais doce da sua mente…
Porque sente no seu olhar, que mesmo ausente… Ele sente e ama…
Ama, como quem oferece uma flor

Se feliz…
Ela sente e respira…
Ela ama e suspira…
Ela sente como se fosse feita de luz, como aquele raio milagroso que entra por uma janela…
Ela sorri… Feliz… No perfume de uma rosa amarela.


José Alberto Sá

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ventos da minha luz

Ventos da minha luz

Se formos honestos, a luz nos preenche... Tudo será repleto de cor.
Os que não são, somente farão parte de um vazio… Sem brilho, sem sol... Sem amor.


José Alberto Sá