Eu quis o amor
Entreguei-me ao prazer
Quis que tu me invadisses no mais profundo
Quis que me usasses ao anoitecer
Quis sentir as abstractas curvas,
que me fizeram esquecer
e me levassem a recitar o melhor poema do mundo
… O amor
Recitei…
Palavras saídas, gemidas, trémulas e espremidas
Por momentos fui escultor,
esculpi pedra… Dureza e pureza
E de formão em punho, abri com clareza
Frestas…
Como se fosse madeira ou ferro…
Fomos bestas, no respirar o vulcão…
A energia
Como se fosse mentira ou verdade…
A teimosia
Quis que me usasses ao anoitecer
Quis arte total, em dois corpos frenéticos e completos
Quis que a realidade fosse o que ambos desejamos…
Dedos, mãos, suspiros…
Nos beijamos
Porque quis que me usasses ao acontecer
No céu delirante sem maldade,
nos corpos sedentos e abertos
Pura cumplicidade…
… No amor
Quis que me usasses ao anoitecer
Quiseste viver…
E felizes transpiramos, porque eu quis e tu quiseste…
… O amor
José Alberto Sá
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