Força
estranha
É
uma força estranha! Este poço que oscila nas promessas de um espelho, onde te
vejo nua e agarrada ao silêncio que habita contigo.
Estás
interdita à minha voz, tenho medo de te chamar e te arreliar por não me
quereres presente.
Deixo
que continues a expulsar as manchas que sobrevoam o espelho do teu sonhar.
É
uma força estranha! Mas somente te vejo da porta… Eu não entro, nem te
perturbo.
As
tuas costas viradas para mim, escondem mil segredos, que somente os vejo no
espelho da minha íris… Seria belo olhar-te… Tocar-te… Fazer-te sorrir…
Estás
interdita aos meus gestos, nem dás por mim… Ontem estavas aí e senti vontade…
Toquei-me… Transpirei e consegui sentir o frio do chão em contraste com o calor
de ti… Sim, vinha de ti.
Amo
a força da minha teoria, consigo tudo que quero… Imaginando! Mas na prática só
o espelho silencioso sabe, que nada tenho… Desculpa a ousadia, mas sempre que
posso espreito… E que bom é olhar-te, perante o pecado psicológico do meu
sensual querer.
É
uma força estranha! Este poço entre mim e a beleza do teu corpo...
Apetece-me
partir o gelo que me habita, queria ter coragem para te gritar: Amo-te.
Como
amo espreitar esse teu silêncio, na esperança que te retires dessa tua nudez e
te vistas comigo… Com a roupa da minha vontade.
Espero
que me sintas um dia… É uma força estranha!
José
Alberto Sá
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