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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pensamento


Pensamento


Pensava boiar no vento

Meus dedos sentiram o voar da borboleta

Voo macio no calor ciumento

Ciúme traçado no rasto de um cometa

Estrela de luz cintilante

Tacteada pelo meu sussurrar

Respiração ofegante

Ondulações do meu mar

Pensava voar… Ser andorinha

Meus dedos trémulos diziam

Tu és linda… Serás minha

Nas vontades que me apeteciam

Voava sobre as montanhas

Ali…

Naquele ondulado e macio cabelo

Voava sobre o mar de azul celeste

Meu mar…

Mostrando suas entranhas

Na beleza e perfume mais belo

Presente que sempre me deste

Pensava flutuar sobre o pecado

Meus dedos queriam tudo sentir

Meus olhos sempre a sorrir

Faziam de mim… um apaixonado

Pensava… Voava e flutuava

Num corpo que não conhecia

Pensava e admirava

A voz que nunca ouvia

Mas sentia…

Nas linhas preenchidas

O amor que eu pedia

Meus dedos tacteavam nas teclas

E eu pensava nas flores e suas pétalas

Até que um dia…


José Alberto Sá

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Notícia


Notícia sobre o lançamento do livro:

Quercus Suber, segredos do corpo e da essência

Autor: José Alberto Sá

Viagem


Viagem


Tracei um risco num papel amarrotado

Engelhado pelo vazio

Enrugado pelo destino

Tracei um risco num papel molhado

Engelhado pelo frio

Enrugado pela vida sem tino

...

Tracei um risco num papel bolorento

Engelhado pelo tempo

Enrugado pelo vento

Tracei um risco num papel queimado

Engelhado e enrugado

Pelo risco de dor, meu fado

...

Tracei um risco num papel rasgado

Engelhado pela ira

Enrugado pela ausência, pela ida

Tracei um risco num papel riscado

Engelhado por quem me tira

O enrugado papel de uma vida

...

Tracei um risco num papel sem caneta

Engelhado e destroçado

Enrugado e triste... Sem meta

Por um risco mal traçado

Num papel devorado

Uma caneta sem tinta... Uma treta

...

Tracei um risco num papel... Meu pensamento

Papel que voa pelo vento da alma

Sem caneta fiz o risco em julgamento

Engelhado e enrugado pela calma

De uma vida traçada

Riscada no papel da terra

Com a caneta do meu hino

Do fundo do mar... Ao cimo da serra

Da vida que não é pensada

Com risco ou sem risco... É o destino


José Alberto Sá

Um segundo


Um segundo


Queria saciar-me de ti

Um segundo apenas e tudo seria

Um momento apenas e tudo aconteceria

Meus olhos humedecem por ti

Lágrimas de puro cristal

Meus lábios pedem quando sorri

Beijos na pele, vontade carnal

Um segundo… Foi quanto bastou

Um momento… Foi quanto durou

A vontade de amar-te

Saciar… Qualquer parte

De ti…

Meus olhos gravaram-te na íris

Minha boca gravou teu sabor

Um segundo e eras o arco-íris

Um momento e tudo foi amor

Queria poder tocar-te

Pele branca de algodão

Queria poder em lágrimas beijar-te

Lágrimas de um louco coração

Um segundo é muito rápido

Um momento é nada

Queria roubar-te, ser teu larápio

E levar-te comigo de mão dada

Um segundo que fosse… Apenas

Amor de um momento

Gravado em meus poemas

Gravado em meu pensamento

Tanto queria… Um segundo

Ter no momento… O mundo


José Alberto Sá

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sem coragem


Sem coragem


Porque não me dizes

Se tua vontade é olhar-me

Cravejar teu brilho em mim

Porque não me dizes

Se tua vontade é amar-me

Cravejar tua ânsia até ao fim

Diz-me e receberás

Boca na boca, olhos nos olhos

Corpo no corpo... Um só

Sentimentos apetecidos

Se me dizes

Terás...

Amor aos molhos

Um nó...

...

Terás...

Momentos aquecidos

Vontades... Minhas e tuas

Então diz-me sem medo

Diz-me... Sem enredo

Das vontades nuas

Porque não me dizes

O medo é nada

Vem... Diz-me... Amo-te

O medo é tudo

Boca tapada...

...

Porque não me dizes

Menina de olhos brilhantes

Porque não me dizes

Como dantes

Amo-te

Eu espero... Mas... Chamo-te

Porque não me dizes


José Alberto Sá

Pedido...


Pedido…


Todos os dias…

Peço coisas… Sem querer

Sou um pedinte

Todos os dias…

Um mendigo do saber

Peço amor… Se merecer

Todos os dias…

A luz, a energia do meu ser

Peço amizade… Aos amigos

Todos os dias…

Pedidos criativos… Um amanhecer

Um nascer do sol

Todos os dias…

A cor, a luz… O girassol

Todos os dias peço

A vontade… Se mereço

O amor e o carinho

A protecção… E enalteço

Todos os dias…

Meu coração

Todos os dias…

Eu amo em devoção

Todos os dias…

Sou o estender de uma mão

E peço… Que Ele me ajude

Todos os dias…

Que o dinheiro seja ouro, seja crude

Mas seja também amor

Todos os dias…

Peço para mim… Peço ao Senhor

Todos os dias…

Sem excepção

Todos os dias em oração


José Alberto Sá

Quercus Suber, Segredos do Corpo e da Essência

Quercus Suber
Segredos do Corpo e da Essência

Romance

A Fonte da Mentira

A Fonte da Mentira

Ficção/Romance - Adulto

Antologia poética

Antologia Poética

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Balança


Balança


Balança, onde os pratos equilibraram

Horóscopo nivelado

Balança de mares que se juntaram

Nos pratos de um ser amado

Balança… Signo em perfeição

Meu signo em astros reluzentes

O marco do meu nascimento

Estrelas da constelação

Estrelas cadentes

Signo do meu tempo

Balança de pratos dourados

Chamam-te libra

Pensar brilhante, no corpo fibra

De braços amados

Menina de pesos e calibrações

Menina de amores e emoções

Menina somente

Balança… Signo da mente

Dos equilíbrios do mundo

Do amor profundo

Dos equilíbrios da vida

Menina… Amiga…

Balança…

No tempo esperança

No pensamento a lembrança

Na felicidade a bonança

Menina do meu signo… Minha dança

Balança…


José Alberto Sá

Bordados de amor


Bordados em amor


Quando o veludo geme

Voz altiva

Mesclado creme

De um cetim que me cativa

Amor…

Quando a penugem desliza

Calores e suores

Macieza que caracteriza

Vontades… Amores

Calor…

Quando a seara é vento

Ouro ou marfim

Terra de paixão… coito do tempo

Odores e fragrâncias de um jardim

Amor…

Quando as palavras são carinho

Os movimentos brisas de arrepio

Enlaces do mesmo ninho

Trapézio no êxtase do fio

Calor…

Quando o gesto é provocação

A humidade… Um vago que espremo

Louca combustão

Amor… Calor… Que não temo


José Alberto Sá

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sonho acordado


Sonho acordado


Decidi não adormecer

Acordado quis sentir

A brisa do mar

A lua ao anoitecer

Os anjos a sorrir

A luz do luar

Tu…

Menina que ao meu lado dormia

Tu… O meu sexto sentido

Tu… A minha alegria

Tu… O mar comigo adormecido

Tu…

A minha decisão

A lua que me ilumina

Tu… O meu coração

Tu… O poema que em mim rima

Somente tu…

A fonte da noite não dormida

A vontade silenciosa do meu olhar

Tu… Felicidade acrescida

Tu… Meu sonhar

Meu ser

Tu… Meu anjo do amanhecer

Tu… O meu escrever

No papel até... Adormecer


José Alberto Sá

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mãos em desabafos


Mãos em desabafos


Raspei as mãos no chão

Queria sentir dor

Raspei no pó do alcatrão

Pó de pedra, louco ardor

Raspei e me libertei em sangue

Rio correndo pelas veias

Fruto sem casca... Lande

Seiva de desespero em minhas tareias

Raspei as mãos em pedra dura

Ferida em gritos de agonia

Raspei as mãos nas dores sem cura

Feridas de noite e de dia

Minhas mãos... Cintilantes

Mãos de medo... Trémulas

Raspadas pela revolta, em pedras brilhantes

Mãos ingénuas...

Mas triunfantes

Raspei as mãos no chão onde moro

Raspei as mãos onde imploro

Onde peço...

Onde raspo se mereço

As mãos do meu sofrimento

Mãos que escrevem

Mãos que são meu alimento

Mãos que não temem

Raspadas pelo tempo

Nas pedras do chão da vida

Mãos que ao relento

Escrevem desabafos sem medida

Minhas mãos...

Raspadas em escrita

Prosas e poesia... Irmãos

Das mãos...

De quem grita


José Alberto Sá

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tatuado por ti


Tatuado por ti


Tuas mãos me tocaram

O arrepio fez erguer meu pensamento

Fechei os olhos, quis te sentir

Senti tuas unhas que arranharam

Senti teu respirar... O vento

Algo que me estavas a pedir

Meu corpo... Tatuado

Meu corpo para tua vontade

Meu corpo tresloucado

Meu corpo em tua vaidade

Senti novamente o arrepio

Com as unhas traças-te uma linha

O amor subiu por um fio

E adivinha...

Olhei para ti e demos um beijo

Olhei para ti e rolamos

Olhei para ti e... Tanto desejo

Olhei para ti e amamos

O arrepio saiu do teu apertar

O arrepio fugiu do meu amar

O arrepio foi o toque do amor

O arrepio foi suave... Uma flor

Senti-me suado

O amor e o desejo estavam a meu lado

De mãos deslizantes pelas costas

Senti-me tatuado

Pelo corpo que me mostras

Em mim cravado


José Alberto Sá

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Choro...


Choro...


Quando eu choro...

Sei sempre o porquê

É dor... É o frio

Que não se vê

Quando eu choro...

É o corpo em arrepio

Em letras que ninguém lê

É onde moro...

Quando eu choro...

Meu corpo vazio

Corpo frio sem cor

Quando eu choro ...

Pode ser de amor...

Uma ponte sem rio

Onde imploro...

Quando eu choro...

As lágrimas escorridas

São sofridas...

Quando eu choro...

Sofridas são as de dor

Quando eu choro...

Por amor

E aí eu demoro...

A secar...

Quando eu choro...

A amar...

Onde moro...

Nas lágrimas do meu coração

Lágrimas do céu

Choradas no chão

Do meu olhar...

Se estou a chorar


José Alerto Sá

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os mesmos


Os mesmos


Olhar enevoado

Olhos caídos

Amargurado

Cães em latidos

Fome…

Uma dor que me consome

Sós…

Cães abandonados

Animais castigados

Nós…

Sim… Nós os pobres

Os mais em tudo sem nada

O mais em nada para tudo

Sempre os mesmos

Tratados em manada

Pão seco… Nem torresmos

Fartura pelo canudo

Sós…

Sim…

Nós…

Eu também sou um numerário

Um não compreendido

Um ser ao contrário

Humano… Esquecido

Sós…

Sim….

Eu também… Nós

Um numero apenas

Contabilizado para despejo

Sempre as mesmas

Nós…

Sim…

Sós… Eu vejo!

Que já não existe o além…

Eu também…


José Alberto Sá

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Nas dunas


Nas dunas


Colossal sentir de areia

Quando me deito

Deslizamentos no tirar da meia

Perna torneada e aperto no peito

Diamante cravejado pelo sol

Pedra preciosa do meu mar

Colossal…

Apetitosa no abrir do girassol

Roliços movimentos de amar

Navego nas ondas da imaginação

Nas areias de um mar sequioso

Perna sem meia, provocante liga

Na delícia de uma canção

Meu mar teimoso

Mar provocante… Eu que o diga

Branco… Sim branco como a neve

A cor do triângulo, momento astuto

Perna entreaberta, que espreito ao de leve

E me faz desejar o escondido fruto

São as areias movediças

Escorregadias seivas do pecado

São mares e marés que me atiças

O apetite voraz do meu outro lado

Juntos rebolamos sobre as dunas

Mergulhamos nas vontades do amar

As ondas nos abraçaram em plumas

Levitamos no céu, na terra e no mar


José Alberto Sá

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Respira somente...


Respira somente…


É o silêncio que me separa

O muro do tempo, do vento vazio

Uma flor que murcha pela ânsia

Uma vontade que não pára

Uma ave que não voava, sem pio

Uma corrida sem distância

...

Falta-me o fôlego, por não te ouvir

O muro que me veste é impossível

Não tenho nada, sou um eco

Pedaço de mim, sem sorrir

O mundo quadrado, incorrigível

Por falta da tua voz, ecoada no teto

É o silêncio que me aperta

O muro do passado, do sol do mar

Uma flor que cortada, me pedia

Uma vontade com reticências e etc.

Uma ave que poisada pedia para voar

Uma corrida de loucos, onde morria

...

Falta-me o respirar da tua boca

O muro que me aperta o pensar

Não tenho nada, menina marota

Pedaço de mim, do teu luar

O mundo oval, sem esquinas

Poesia sem rimas

É o silêncio do teu calar

É o silêncio a minha tortura

É o silêncio do teu sorriso

É o silêncio do teu pensar

É o silêncio do tempo que dura

É o barulho... Que preciso.

Teu mar...


José Alberto Sá

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tempos atrás


Tempos atrás


Tu és...

O vazio que ficou

Tu és...

O sol que escureceu

Eu sou...

O vazio que o sol levou

Eu sou...

O sol que contigo se escondeu

...

Tu és...

Um tempo que não passa

Tu és...

O vento que não voa

Eu sou...

O tempo de espera... A minha raça

Eu sou...

O vento sem graça... Sou o barco sem proa

...

Tu és...

A ausente estrela de luz

Tu és...

A menina que já não escuto

Eu sou...

A ausência, a minha cruz

Eu sou...

O homem que te espera... Bendito Fruto

...

Tu és...

A voz que me falava

Tu és...

Os lábios que me sorriam

Eu sou...

A voz que rouca te amava

Eu sou...

Os lábios que te queriam

...

Tu és... Eu sou...

Apenas... Amor

Tu és... Eu sou...

Apenas... O vento que vejo

Eu sou... Tu és...

Apenas o sol, meu calor

Eu sou... Tu és...

Apenas um beijo

Que não dei, mas que desejo


José Alberto Sá

Minha alma, meu voo


Minha alma, meu voo


A águia chorava…

Lágrimas que no chão calavam

… Calavam os gritos de quem parava

Paragens da águia que em luzes me olhavam

… Meu voo…

Olhos de sol que me iluminam

Na luz dos gritos parados no chão

Lágrimas do olhar que abominam

Vozes caladas em oração

… Meu voo…

Chora águia dos céus

As árvores se vergam em ti

Se vergam às lágrimas que em ti são véus

Nos chãos chorados em voos que eu vi

… Meu voo…

Não existe poeira quando passas

As ervas não secam… Lindo tapete

A águia chora pelo voo das raças

Num voo de amor onde tudo se repete

… Meu voo…

O voo da águia… Fervor

Poderia ser uma simples ave

Na sua grandeza em amor

Na sua beleza que em mim cabe

… Meu voo…

As lágrimas da águia caídas no chão

Voos da terra, voos do céu…

Voos do meu coração

Águia gritante de quem sou réu

… Meu voo…

Se furas o céu, a chuva cai

Na terra sem pó, numa lágrima que sai

É águia… É rapina

É a alma em voo picado

Num voo de esgrima

Num chão que em lágrima

É o meu voo da alma

Que em toda a calma,

É o meu voo louvado


José Alberto Sá

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

2012 Tempos difíceis


2012 Tempos difíceis


Nas arestas o negrume corta

Prismas do tempo

Brisas celestiais por entre a porta

Azimutes traçados pelo vento

Arestas da vida

Limas ou grosas, forçosa moagem

Cérebros que voltam na ida

Nas horas do mundo em vadiagem

Prismas sem sombras

Ventanias de provocantes solavancos

Colunas feridas onde tombas

Pontes submersas em rios mancos

Brisas de frio agreste

Minuto rápido e cavalgante

Estrela sem brilho, o céu se despe

Um segundo… A vida… A morte… Um instante

Azimute sem mapa, sem rosto

Terramoto sem pedido

Vinho fraco, bebido sem gosto

Furações destruidores, mundo perdido

Arestas molhadas nas enormes ondas

Lágrimas num rosto sem cara

Ventos e tempos, tumores e sondas

Vidas sem batidas, gente rara

Humanos sem humanidade

Arestas, azimutes e prismas

Razões sem nome, sem idade

Impotência dos cérebros com cismas


José Alberto Sá

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Gritei


Gritei


Gritei no silêncio… Ecoou pelo espaço

Gritei na rouquidão… Abafos do tempo

Gritei no vazio… Gritos de fracasso

Gritei no vácuo… Abafos do vento

Gritos aflitos…

Berros ditos…

Flagelo de angústias e medos

Gritos malditos

Gritos e mais gritos

Raivas em manifestação sem credos

Gritei emoções pela garganta

Gritei amores pelo coração

Gritei vontades pela mente santa

Gritei ofensas que não foram em vão

Gritos aflitos… Os meus

Gritos ditos… Os teus

Fragrâncias sem cheiro

Perfumes sem aroma

Essências do mal por inteiro

Vozes sem saliva, sem goma

Gritos de luta pelo mal

Gritos dados sem pensar

Gritos e pedidos sem igual

Gritos de vontade de só amar

Gritos… Os meus

Saídos dos céus

Grito para vós, irmandade

Gritos de verdade…


José Alberto Sá

Quando reflicto...


Quando reflicto…


Penso…

Penso em ti todos os dias

Nos dias difíceis, nos dias de curtição

Penso em noites de calor

Penso em noites frias

Penso de coração

Penso em amor

Penso imaginando-te correndo

Penso imaginando-te ao vento

Penso que corro para ti... Sofrendo

Penso nas conversas, nosso tempo

Penso no teu olhar

Penso no teu sorriso

Penso no teu luar

Penso no que preciso

Penso na tua voz

Penso nas gargalhadas

Penso em falar contigo a sós

Penso em caminhar contigo de mãos dadas

Penso que o tempo demora

Penso que o tempo não quer

Penso que a vida é agora

Penso ao segundo nas horas do meu ser

Penso que um dia te vou conhecer

Penso que um dia o amor saberá

Penso que o mar é o teu merecer

Penso que um dia o sol brilhará

Penso…


José Alberto Sá

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Que mundo!


Que mundo!


M otivo de ter nascido

U m segundo apenas... Apareci

N ado, mas gritante

D oido momento apetecido

O ar que respirei, mas que não vi


D oido instante

E mbalado e palmado, para gritar


L ouco eu... Chorei

O utros se riram, risos sem lei

U m momento de felicidade

C horo e riso... Eu era rei

O menino sem verdade

S em saber o que hoje sei


O nascimento do meu ser


M undo apetecido me esperava

E mbalei em louca luta

U ma golfada do nada


Muita parra, pouca fruta...


José Alberto Sá

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Tempos...


Tempos...


Remendos...

Nas minhas calças... Meu casaco

Tempos gastos... Desafios

Usos em demasiado e metidos em saco

Trabalhos em calores, trabalhos em frios

Remendos do passado

Sem vergonha, sem sorrisos

Tempos amarrotados

Mal amado...

Remendos indecisos

Tempos aos bocados

Peneiros ou crivos da mendiguice

Humildade

Remendos da parvoíce

Remendos do pão sem vaidade

Remendos da aldeia

Roupa sem cor

Roupa esfregada na pedra da amargura

Calça rota, pé sem meia

Remendos sem amor

Vida gasta, vida dura

Remendos arrastados até agora

...

Roupas novas

Saudades de outrora

Tempos em remendos, buracos ou covas

Hoje, sentidos...

Os remendos que rompi

Hoje, destemidos...

Os remendos que vivi

Hoje... Agradeço os remendos do passado

Hoje... Mereço viver...

O outro lado


José Alberto Sá