Rezei
Apertei ambas as mãos
Cruzei os dedos
Fechei os olhos... Meus irmãos
Refleti sem medos
Consegui no escuro
Ver mil estrelas reluzentes
Consegui passar o negro muro
De vozes e pecados das gentes
Apertei os dedos mais forte
Não temi...
A vida e a morte
Rezei pela minha impotência
Rezei pela minha ignorância
Rezei pela minha inocência
Rezei para chegar mais perto
Para que não houvesse distância
Não temi...
O aperto...
E apertei um pouco mais
Minhas mãos eu já não sentia
Mas para minha alegria
Via sonhos reais
Meus dedos pareciam cravados
Nos sonhos por mim sonhados
Refleti e os olhos eu abri
Mais leve e de sorriso rasgado
Abracei tudo que senti
E guardei no meu coração
Muito bem guardado
A vontade dos dedos de cada mão
José Alberto Sá