Rezo
sem saber…
Escondem-se
os espíritos, aflitos aos gritos, aos beijos…
Nas
lágrimas.
Dão
as mãos escondidas, as bocas fechadas gritam e o coração bate lá dentro.
Audacioso
é aquele que chora na lama, sem telha, sem chão… Sem cama.
Os
fetos nascem tristes, golpes sentidos já no ventre… Elas também se escondem com
eles… A vida nos leva… Ou traz.
A
chuva é triste… Cantam aleluias na igreja… Existem os que vão sem ir… Os outros,
são quem sobeja…
E
a chuva não se esconde, somente se rompe incapaz de lavar…
Os
impunes que se ajoelham de guarda-chuva aberto… Nosso aperto.
É
por baixo junto ao chão molhado que me sinto, que te sinto.
E
a chuva não tem piada, já não rega… Os fedelhos vomitam a água pura e os pobres
incapazes sonham com o sol…Escondido.
Escondidos,
impacientes no sentir da intensa chuvada de corruptos!
Escondem-se
os espíritos de enxada na mão, arados na terra… E já é lama, já é noite, já é
frio… Nada compensa…
O
mundo perfeito nada criou… Nós os imperfeitos criamos este nada… Esta vida de perguntas
e de um sol já ali… Sem respostas.
Ali
escondido nas vozes… Debaixo de um talismã… Um deus que por aí… Está ou não
está!
Salvem-se…
Eu rezo… Sem saber como pedir, se a chorar se a rir.
Escondo
o meu espírito debaixo do guarda-chuva, antes que o vento o vire… Abriguem-se o
tempo vem aí.
José
Alberto Sá