Continuo
igual… E tu?
Aguento
o mais gélido dos desprezos… A fuga de uma máscara fugidia…
Aguento
os meigos afagos, que me abraçam feitos de traição…
Aguento
quando na pobreza do meu acordar, nasce o dia.
E
a dor sentida não sai do coração, sai dos rins pelo aperto urinário, que me faz
sentir o aperto ou a vontade, uma erecção aflitiva…Tu não estás!
Desabafo
na sanita!
Aguento
o fogo que somente se quebra… Se acende perdido numa outra casca de madeira… É
a acha que se acha, pelo achado moribundo num tempo que eu… Aguento.
São
estas as palavras avarentas que escrevo, pois não as dou… Quero saciar-me
delas, até que voltes a importunar este meu aguentar…
Aguento
o esboço ou o esforço que empregas nos maxilares… Sorris lindamente… Na
falsidade… Tanto que hoje acordei sorrindo para ti, estavas despida e pronta…
Pronta para te despedires dessa máscara mais uma vez…
Tinha
acordado e tu somente eras uma parte do sonho, da realidade mentirosa, a metade
de ti, desse ser que me tem provocado…
Aquela
provocação, à qual me habituaste a olhar sempre que te sinto… Pena não me veres,
cegas-te a ti própria… És importante no jogo do aguentar… Armas-te pelo
movimento que submetes á anca… Ou talvez as tuas nuas pernas me sejam o ser
superior… O teu superior sentido feminino que me faz suar… Lembra-te somente
que eu aguento… Talvez aguente até que venhas… Talvez até mais logo… Até… Até à
exaustão, não sei que mais faça!
Penso
que nem tu aguentas… Eu ainda sou igual… O mesmo… E tu?
José
Alberto Sá
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