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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O meu...

O meu…

Sou educado, caminho pela estrada de uma vida feita de cores pastel… E amo os corpos femininos plantados no caminho que piso, a cor da pele.
Sou educado até nas noites grotescas, sempre vivo noites de núpcias, sempre vivo em alarme, em alertas frenéticos de um sangue pulsante… Porque sou educado ao tocar-te.

Sou até o monstro abominável de um caminho ou caverna onde me dispo… E na nudez feita de educação, sou a evolução de um coração que vive caminhos em erupção… Sou educado na caverna que se educou para o meu sorriso e o meu respirar…
Por vezes sou o revoltado e desnudado quando triste… Sempre tento me conter… Pois o frio destaca o meu ser sexual, o frio me dilacera, faz-me esquecer a primavera e eu não dou por ele… Ele é o meu ser evidente que com o frio se deita… Dorme…

Sou educado até no acordar do meu ser, na minha personagem sensual, o meu belo e trabalhador, este que me acompanha feito de arte erótica… A educação faz-me calar, deixando o volume aos olhos das famintas e luxurias visões… Não me manifesto, ele se encarrega de fazer a vénia… Tal como eu… Ele é educado… Pertence-me… Pertence-te…

Por vezes falo em voz surda, em diálogos só nossos e ele sempre reage ao estímulo… É meu… Teu na vontade… Vivo com ambos de verdade…
Tu e ele…
Será assim até que morra, sempre educado… E tal como eu… Vivemos hirtos na educação… Satisfazemo-nos…
Um beijo, um abraço, corpos, uma mão… Outra mão…
E ele…
… Educado! Levanta-se após a vénia…


José Alberto Sá

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