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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Corpos

Corpos

E os corpos esbeltos rebolaram nas linhas de mil bordados
E nos roliços ais, os corpos misturaram-se no lençol…
Não tem mal!
Uma menina desapertava e se diluía noutro corpo, sem camisa.
E os corpos esbeltos pecaram diante do amor…
Compilados…
Sobre dunas, montanhas, ventos e mares… Cantos na brisa
E os corpos se torceram, se tocaram em banquete, valsas nos pés, tango nos braços…
Abraços, cantigas do flamengo sobre o tapete
E os corpos casaram gemidos, sorriram diante das línguas impúdicas, pela fome
E os corpos se escaqueiravam de bocas abertas, cantavam delírios…
E as mãos arrepiavam caminhos, dedos exploradores em cabelos humedecidos
E os corpos encenavam um céu, os gestos e os sentidos agitavam o elemento…
O fogo… Do qual o fumo conheceis
A água… Da qual bebe o prazer
O ar… Do qual o vento é amanhecer, de um vai e vem privado
E os corpos se amam, num completo intelecto
E os corpos se enrolam vestidos pelas linhas de mil bordados
… Ela ergue feliz a saia até á cintura
… Ela tapa radiante a pele em linhas de sedução
… Ela sorri… Quer mais… É pura
… Ele em vénia agradece o bordado, num beijo de coração
E os corpos se amam… É belo… é bom…


José Alberto Sá

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