Outono
Rasga-me a folha, ó estação
de verde natura
Rasga-me neste tempo, onde a
força é vento
Onde a razão é chuva que
pinga e me atura
Onde o momento é poesia e
alimento
Rasga-me a pele seca e
desnudada
Rasga-me cada pétala que se
perde na estação
Onde o amor é sol da época
molhada
Onde a humidade se sente de
coração
Rasga-me o sublime querer num
tempo que vai
Rasga-me o soberbo, num
outono que se despe
Onde o sol se mescla, e se
derrete ou esvai
Onde as nuvens são a vontade
d’um céu celeste
Onde o vento traz e leva, o
que de ti sobressai
Onde o rasgar foi outono, na
nudez que me deste
José Alberto Sá
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