Trocam-se amigos!
Não são os amigos! Nem
o cigarro
Nem a sirene ao fundo
da estrada
São os gritos por
amigos!
De um quase morto,
pelas cordas bocais da
imensa dor, sentidas como catarro!
São gemidos tais,
que o som na
encruzilhada,
é ser vivo, é ser vinho,
ser amigo e na mesa posto!
Num posto sem carinho
e sem nada!
Não é o roncar do
motor
Nem os amigos que se
esqueceram,
nem os travões sem
calços
São meros latidos de
um mundo baldio!
Pelas manhãs sem
amigos,
pelas tardes sem amor
São grunhidos e
percalços
É o sangue por amigos!
É a vontade de um eu, em
todos derramado!
Nas manadas de foragidos!
Não é o respirar sem
garganta
Nem os amigos com
vaidade,
nem o ventre que
gritou para nascer
São caminhos de agora,
com amigos,
sem amigos! Sem futuro!
São vozes nas cinzas e
a tarde é tanta!
Que a noite são lágrimas
escorridas a sofrer
Pelos amigos que a
sorrir!
Me vêm escrever atrás
de um muro!
E eu pergunto aos
amigos: Porque vos alterais?
Se para mim a
alteração, não é mais que estar perdido!
Em mais que um
coração! Em mais que um pedido!
Não é pelo rio que
corre, nem pelo mar que recebe!
É pela mão de um
pobre, que vos ama e persegue!
José Alberto Sá