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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Fica a saudade... Prima


Fica a saudade…Prima

Sou a aresta que vinca o frio
Sou o tremolo e desafinado
Bater de dente, momento sem brio
Parede agreste no rosto lacrimejado
Sou o moribundo de veste escura
Sou a sombra de olho inchado
Alma em velório, tristeza pura
Sou a saudade do indignado
Porquê?
Porque sou o pensar enevoado
Que no silêncio pinto
O pontiagudo momento do pulsar
A dor aguda de uma brisa, que sinto
Como se fosse o dono do pecado
Eu sei que nada altera
Nada sou… Quando sou o vazio
O vácuo que rebenta a membrana
E me transmite o eco do medo
Quem me dera
Ser o surdo mocho sem pio
Ser o anjo da chama
E trazer ventos de amor
Saudade de ti, dos dias que não falamos
Do tempo que ganhamos quando perdidos
Vai em paz, sejas recebida no Senhor
Lembra-te de nós, quando chegar lá em cima
Nós te amamos
Querida prima

José Alberto Sá

2 comentários:

  1. "Nada sou... quando sou o vazio..." linda homenagem a quem parte e pra sempre deixa a saudade!

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  2. Obrigado Gislaine, pelo carinho e luz aqui reflectida. Beijinhos

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