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quarta-feira, 1 de março de 2017

Salva-me!

Salva-me!

Preciso tantas vezes que me apareças, que me olhes e faças com que eu viva.
Preciso que me faças sentir salvo, são tantas as vezes em que me sinto deslocado, sozinho e perdido.
Olho o mar e são imensos os equívocos que vêm nas ondas, são tantos os contrastes que vejo nos grãos de areia, são tantas as perturbações no horizonte, que preciso de uma mão feminina que me salve, que me olhe, que me fale e me sinta.
Sinto-me coberto por cascas de amêijoa, conchas vazias atiradas nas dunas e esquecidas tal como eu.
Salvam-se as estrelas que ao longe brilham, o sol já desce os degraus e vai embora, a lua é a salvação para que não me vista de negro.
Preciso tantas vezes que me abraces, tantas, que as conchas não chegam para contar.
Preciso de ti antes que o mar se revolte contra mim e me leve… Leva-me tu pela mão e faz-me sentir salvo no doce areal do teu sorriso.
Em compensação, serei de corpo e alma a maresia dos teus olhos, serei o sentir puro da tua boca ao pedir a minha, serei escravo do amor para te amar e se me salvares, serei a gratidão pedida ao céu, à terra e ao mar.


José Alberto Sá

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