Lado a lado
As tuas curvas
melodiosas modelam volumes, vales e fazem desesperar a subtil dureza do meu
mundo.
Dessa forma contemplas
a obra que nos faz gostar um do outro, dessa forma sou homem inteiro, que
somente se mutila quando me dou, quando me dás!
Não vale ignorar, não
sou estranho, não sou o extremo, não sou a experiência… Não vale ignorar, sou
do tamanho do mundo que temo, sou a inocência, por isso me dou, por isso te
peço a coincidência de nós.
Sinto as tuas curvas
quando deitado na cama, vejo em cada volume e cavidade o amor em cena e neste
teatro invejável, beijo os lábios vermelhos abertos, como se fossem uma janela
de sol em versos e os meus olhos poema.
E ao acordar sobre o
azul-acinzentado de um céu que chora, abraço as curvas, contorno volumes e
desço ao fundo… Ao fundo de uma loucura, de dois corpos nus que se amam lado a
lado.
José Alberto Sá
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