Se for preciso
Se for preciso eu
socorro-me de antologias, nelas viajo onde se depositam os pensamentos, dos
outros e de mim.
Se for preciso o meu
pensamento será depósito, de uma vossa viagem depositada como se fosse antologia,
como se fosse de todos e minha.
Se for preciso serei bíblia
aberta, não a de um Deus Maior, mas a de um deus enorme que O Ama, ou serei
sebenta escrita pelo enorme deus, que ama um Deus Maior e se for preciso serei…
Serei a medida, a
forma, a opinião, o vestuário, a nudez, serei num todo a luz que sinto, ou
então, se for preciso, serei no que sinto um nu vestido de opiniões, de medidas
em forma amor.
Efetivamente talvez não
seja preciso, que eu seja preciso, ou talvez eu seja preciso mesmo não sendo, o
meu mecanismo é desejo de escrever.
Se for preciso,
dosearei as palavras para que não sejam ditas todas hoje, ou hoje não direi
todas as palavras que doseei para os outros dias.
Se for preciso serei
oposição de um apagar ou acender de folhas em branco, ou serei, se for preciso,
as folhas em branco em que me oponho ao seu acender ou a apagar depois de as
ter escrito.
Se for preciso, eu não
vou parar de escrever, ou se parar é porque não é preciso continuar, isto,
porque não estarei cá… Cá é continuar, se for preciso!
José Alberto Sá
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