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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Corpos

Corpos

Apenas com todo o meu corpo, sou carne, sou tecido que ama vestir a mistura que me confunde e em ti se funde.
Apenas com todo o meu corpo, reviro com um olhar salivar o teu pescoço, os teus ombros e os teus braços que me confundem na reviravolta que nos funde.
Apenas…
Apenas ficam as coxas salientes na textura do tecido, que é a minha pele, quando com todo o meu corpo te denuncio e te descubro os segredos.
Apenas com o meu corpo, tapo a fenda que aparentemente se faz inocente, apenas se faz…
Porque inocente, é o vestido sentido e nu do teu sorriso.
Com o meu corpo, brotam saliências vestidas de mais saliências, de mais aparições, de mais confissões, quando tu, apenas nua me agrides com amor.
Apenas…
Apenas com o meu corpo, te faço agressiva, te vejo arrepiante, de boca aberta, olhos fechados e um estilo teu, único, louco… Apenas teu…
Apenas com o meu corpo te faço triunfar… Apenas amar e amar depois de amar… Apenas com o meu corpo e o teu.


José Alberto Sá

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