Pureza
Lembras-te de quando partiste
o candeeiro, que repousava na mesinha de cabeceira?
Tu lembras-te com
certeza, estava-mos num jogo que inventamos naquele dia. Para tua e minha
alegria!
Foi belo olhar as
lágrimas que tilintavam, quando os dedos de um dos teus pés dedilharam o
candeeiro!
Lembras-te?
A outra perna
permanecia do outro lado, o jogo que inventamos era de génio! Fabulosos gemidos
soltamos quando sorria-mos e logo era-mos socorridos pelos nossos beijos.
A mesinha de cabeceira
moldara-se ao requinte do nosso jogo, do nosso momento, as massas debatiam-se,
os volumes permitiam que pertencesse-mos à loucura do jogo!
Lembras-te das
lágrimas de cristal tombadas na mesinha?
Tu lembras-te com
certeza, daquele noite com arte, acima de tudo com leveza e suavidade… Não
fosse o candeeiro partir!
Ah! Trocamos de lugar!
Lembro-me do
esplêndido em que os braços se perdiam no teu corpo, lembro os abraços, as
trocas incessantes, que nos levaram quase a fazer igual ao candeeiro do outro
lado! Estava-mos diante do espelho e a transparência levava-nos a emoções para
lá das lágrimas de cristal!
Lembras-te?
E a luz continuava
acesa… A minha e a tua claridade!
É assim meu amor,
quando nos inclinamos para um jogo de olhos abertos, sem querer ver nada! Tudo
acontece no perfeito momento, no espaço ideal, na vontade suprema… Tudo acontece,
até que as lágrimas brilhem com o dedilhar dos dedos, perante o contorcionismo
de dois corpos descontrolados, mas apaixonados.
Lembras-te? Lembras-te
com certeza, ainda hoje lá estão as lágrimas que partilharam este amor.
José Alberto Sá
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