Existem humanos na
minha terra!
Se existe alguém com
amor fecundo, que grite e repele os que não existem.
Se existe alguém em
que a labareda se acende sem matéria, que seja o primeiro a me abraçar!
Preciso tanto de
alguém que exista verdadeiramente!
Preciso muito de
tenacidade criadora, do entusiasmo acima da erupção vulcânica neste meu tempo.
Orgulho-me de ter
nascido na terra que amo e digo: Se existe alguém que a ame a minha terra como
eu, seja a existência de um clarão feito de obediência e amor.
Se existe alguém, esse
alguém que tire da pira a maravilhosa chama do amor.
Tantas palavras ouvi!
Tantos olhares eu gravei! Tantos sorrisos entendi! Tantos apertos de mão
acomodei! Tantos abraços se criaram! E não existiu um ser humano capaz de
mostrar amor à terra onde nasci!
Porque a terra onde
nasci, não é feita de momentos onde o amor é fecundado com interesse, porque a
terra onde nasci, não aceita ser de meros momentos opacos, onde a nitidez se
faz aos olhos de alguns… Minha terra é de toda a gente e eu sou um deles!
Hoje fiquei feliz por
alguns, hoje fiquei completamente por outros, hoje senti um abraço enorme e
saudável… Mas hoje também senti a ausência, a ferida, a tristeza, a raiva, a
angústia de outros tantos que existem.
Tudo isto para dizer
que fecundo é o amor dos que são puros e não o dizem, tudo isto para dizer que
fecundo é o olhar dos que se olham cara na cara e todos os dias da mesma forma,
tudo isto para dizer que, fecundo é aquele que existe para todos sem escolha e
hoje alguns enormes seres humanos da minha terra não estavam e existem
completamente no amor e na paz.
Se existe alguém com
amor fecundo, que grite, pois repelar não vai ser possível… Os outros tal como
eu existem e são parte do amor fecundo de Esmojães, Anta e Espinho.
Se existe alguém que
grite!
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