Saber amar
Hoje visto-me e
dispo-me à minha vontade!
Multiplico as regras
que me ensinaram e vivo sozinho nesta confusa multiplicação! A vida!
Vejo fantasma a
deambular pela estrada, conheço alguns… Outros não!
Vejo aparências,
dúvidas que vão e regressam continuamente como encenações teatrais!
Hoje vou tentar
aplicar referências até que sinta e encontre as verdades ou as mentiras da
vida!
Desdobro-me no cansaço
a ponto de arrancar pedaços de dor que os outros me oferecem!
Vejo músculos atrofiados
que em dificuldade se agarram ao esqueleto!
O tempo nada leva!
Tudo fica intacto até ao fechar dos olhos… Depois tudo continua!
Vejo deformações que
acrescentam lágrimas aos meus olhos e eu não choro! Vivo!
Hoje visto-me e
dispo-me à minha vontade!
Hoje vou multiplicar
as batidas do meu coração, vou sentir o calor sem hesitar, vou olhar o meu
corpo e dar-lhe uma nova roupa!
O tempo nada leva!
Hoje vou ser a infância recordada, a adolescência vestida de alegria e vou amar
todos os fantasmas que vierem sorrir comigo!
Uns são conhecidos e
são bons… Outros não me conhecem, nem eu a eles, serão abraçados e levados no
mesmo amor!
Os outros não sabem
quem sou e eu quero que me conheçam…
Eu sinto-me vestido
num mundo inferior e quero que os outros se vistam na superioridade do tempo
que aí vem… Vamos crescer…
Hoje visto-me e
dispo-me à minha vontade! E quando vejo fantasmas a deambular na minha estrada,
sinto vontade de os abraçar e as lágrimas vivem comigo para nascerem… E eu não
choro!
Mas vivo vestido de
amor! Visto-me e dispo-me à minha vontade e os outros?
José Alberto Sá
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