Olho-te
Olho-te e penso ter
sido teu criador, terei sido eu a inventar-te?
Talvez em filigrana eu
te fiz, talvez tenha pintado esse teu corpo e te tenha esculpido… Nua!
Olho-te quando me vejo
no lago, qual Narciso que espreita e ama a sua imagem.
Olho-te e crio em ti,
para mim, um modelo único que alimento e desejo.
Pernas, braços, corpo,
cabeça… E um beijo!
Ontem, faz já algum
tempo, levei-te pela mão e a excelência do perfume saía de ti. Olhei-te
vagarosamente sem te largar… Bela escultura, imensa criação que fez pulsar o
meu coração.
Hoje, neste preciso
momento estamos de mão dada, que beleza táctil, que matéria erógena penetra pelos
meus dedos… Hoje não te largo!
Hoje adormeci de mão
dada contigo… Hoje acordamos unidos e de mão dada… Sinto-me criador de ti, pois
o nosso amor é obra de uma vontade que em mim nasceu…
Talvez num ontem que
já escrevi, ou num perfeito hoje que me leva a escrever… Amo-te!
O futuro deixo nas
palavras que ainda não escrevi…
O futuro será com
certeza, a continuação desta obra de amor.
Ficará gravado nas
estrelas um corpo de mulher, amada por mim e desejada muito mais além, se outra
vida para mim houver…
José Alberto Sá
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